sábado, 14 de dezembro de 2013

AMIGO RAMON

Nada mais   verdadeiro que a existência de um amigo leal e puro de coração..
Uma pessoa de princípios, sabe conduzir sua vida com dignidade, sem chafurdar a vida alheia, sem descumprir com seus deveres e obrigações.
Além do mais, esse amigo é um profissional que chega a perfeição, pois carrega em seu coração princípios verdadeiros da religiosidade que o acompanha!
Amigo Ramon!
Que Deus lhe abençoe em sua jornada e conduza seus passos com sabedoria.
Sabedoria essa, que lhe rodeie de pessoas sábias, íntegras, que você separe o joio do trigo.
Nunca se esqueça de seus princípios leais, sempre apontados pela sua mãe- mãe querida que lhe acompanha sempre.
Colabore para o crescimento educacional de Contagem, como sempre tem feito.
Sua luta hoje é diferente da década de oitenta, a partir de onde você cresceu, amadureceu e se fez um trabalhador da Educação.
Conte conosco, seus amigos leais, e que a simplicidade de sua alma acompanhe seu caminhar.
Seja feliz! Como sempre foi... Que Deus lhe abençoe!
 Suas amigas Andrea Nardotto e Julia Carolina da Cunha.






domingo, 1 de dezembro de 2013

DESPEDIDA

Falar de angústia, não tem nada a ver com o rejeitar da Contagem que me acolheu.
Ledo engano.
Sou filha desta terra, pelas amizades que construí, pelas companhias que ela proporcionou, pelas amizades que carrego no coração, pelas jabuticabeiras floridas e frutíferas que me lambuzaram de prazer, pelo zumbido do vento que assobiava nas minhas janelas e no bater das persianas. 
Contagem, mãe generosa que me aceitou como filha adotiva, confirmando este amor com o título de cidadã honorária, presente para os forasteiros que fizeram algo de bom pela cidade.
De forasteira, passei a filha...
Acho que meu destino! Ser cigana por onde passo, deixar meu rastro e prosseguir...
Meu caminho ainda é longo!
Talvez Ferros seja uma pedra de uma capistrana diferente!
Sei que minhas raízes são esparramadas pelo mundo e em Contagem, deixo dois amores: Eugênio e Hercílio Gomes, duas pedras preciosas enterradas no cemitério Bom Jesus
Agradeço ao contagense tudo o que me proporcionou de bom. Que a cidade me aceite como filha!
Como dizia meu pai, vou ali e volto já!
Até breve, meus queridos!.

LIBERTAÇÃO

O coração pergunta: - que fazer pra deixar de lado esta angústia, este vazio, este nó no peito?
Olho ao meu redor quando caminho pelas ruas de Contagem, olho ao redor quando a vejo pela janela do táxi,
Procuro exacerbada em cada canto da minha casa.
Tudo se mostra vazio.
Da janela do meu quarto só vejo um poste de luz, com fios embolados. São necessários, mas cruéis.
Gosto de cães. Tenho dois que me afeiçoam quando estou sozinha. Quase sempre.
Mas há uma solução para meu desassossego: FERROS, uma cidade pequena com o coração maior do mundo.
Pra lá, vou levar minha mudança: as flores esperam, coloridas e perfumadas, o marejar do rio e o riso de novos amigos.
Não se trata de uma mudança geográfica: é o continuar de uma vida, interrompida com meus onze anos
.Onze anos... o verde do vale, as brincadeiras com os primos, o badalar do sino, as amizades, foram trocadas pelo Colégio interno.
Em princípio,colégio PioXII, onde vi lindos flamboaiãs, e nos passeios em fila, conheci a Pampulha...
Depois , em Itabira- Colégio N.S. das Dores, de onde contava os vagões da RFFSA.  . Passavam de cem...
O sino não tocava... mas o som dos violinos estremeciam as almas adolescentes e infantis que habitavam este quase mosteiro...
Hoje me sinto quase livre...
O vale me aguarda com o marulhar do rio, pelo traçado das capistranas, e, acredite você: pelos amigos e pelos perfumes das flores.
São muitas flores: o colorido delas desabrocha o amor de corações, o afeto de amores perdidos,
Vou-me embora pra minha Pasárgada... Conto nos dedos o momento que o sonho realizar-se-a.
Jogarei pelo correr das águas do rio, tudo que faz sangrar o coração menino...
Renascerei!

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

VOLTA PRA FERROS

Estou com o coração saltitante, alegre, feliz, quase explodindo no peito.
A razão? mudo para Ferros, minhas origens, terra onde pulei amarelinha na minha infância, fiz minha primeira comunhão, coroei Nossa Senhora, fiz o Grupo Escolar e brinquei com minhas primas e primos por todos os lados.
Foi lá que aprendi a andar a cavalo, nadar nos ribeirões que cortavam a Brasília e decifrar os livros indicados pelas minhas professoras: D. Delza e D. Finoca.
No livro "As mais Belas Histórias" descobri a liberdade de buscar outros e mais outros e mais outros: até descobrir minha cigana que sou hoje.
E minha cigana quer rodar sua saia nas capistranas das ruas de Ferros, acompanhada de uma rasteirinha confortável e colaborar com meus conterrâneos o trabalho que sei fazer: cuidar do Patrimônio Cultural da cidade, seguindo as exigências do IEPHA/MG, para que Ferros possa usufruir do repasse do ICMS Cultural.
Fora isso, quero cuidar do meu quintal que é todo florido e acompanhar Janna- minha cadelinha em sua descoberta da liberdade! Quero redescobrir amigos e construir novas amizades...
Ferros, eu me entrego por inteiro a você, terra querida... Me aguarde também com o coração aberto...
Estou pronta!

domingo, 13 de outubro de 2013

CONSTATAÇÕES

Às vezes, minha cigana me faz cometer loucuras... O passado me condena.
E como é cruel: deve ser a sombra de uma assombração que atazana minhas horas, meu viver, minha liberdade.
Um encosto...
Encosto de etéreas vivências, vaporização do nada, vida já vivida, fezes pelas costas, inferno em vida.
Por essas e outras razões, tenho costas largas e ciganas do além que afastam do meu ser tanto mal estar...
Não quero me chafurdar na lama novamente. Sou limpa e o limo desse mal eu já salvei.
São filhos lindos, filho que já fez fruto; fruto ventre que nasceu Jesus!
Não sou fera ferida! Sou fera achada nas profundezas da dor.
Sou menina levada que se encontrou no baruchear de um judeu, perseguido como eu, pelas asas da inquisição.
O Baruchear, me fez mulher, reconhecer minhas gargalhadas no espaço, encontrar as fantasias, uma a uma, ao som de melodias doces, sensuais e sexuais.
O pingar das velas, o gotejar da pinga, o amargor da cerveja fizeram de nós dois amantes amados, benquistos por Eros, nosso mestre maior.
Quero meu hoje... quero meu vento cigano a balançar as saias que cobrem minhas verdades.
Quero o riso de hoje, a saudade de hoje, a impossibilidade do hoje, o amanhecer ensolarado do agora!


DOMINGO AZUL

O coração palpita músicas selecionadas e os ouvidos se deliciam com cada uma delas.
Espero.
Espero o sonho acordar entre acordes melodiosos, românticos e eróticos.
A cerveja desliza devagarinho pela garganta sedenta, pelos lábios secos de vontade de um beijo morno e molhado.
Espero um acontecimento nesse apartamento vazio do meu amor e, sei que ele aguarda o momento de se aproximar.
Ou a loucura me tomou por inteiro? Tomara!
A sanidade afasta de mim possibilidades de permitir à minha cigana de bater suas pulseiras, soltar uma gargalhada voraz e transformar solo do violino em sons que invadem o espaço sideral da minha imaginação.
Das notas sol, re, lá, mi... melodias simples, mas cheias de ternura encaminham como um sinal de fumaça ao coração do amante eterno.
Não sei se ele ouve... situações inusitadas dificultam sua presença e a sensatez de seus ouvidos atordoados pelo barulho confuso da tomada de decisão.
Senhora desatadora dos nós, interaja nesse momento e sopre nas ventas do meu amado que espero por um beijo quente e pelo desenrolar do fio de Ariadne que reconstruirá nossa história.
Mãos abertas, dedos em posição de segurar as linhas da memória, que com certeza, aflorarão detalhes por detalhes.
Já nos purificamos de lembranças dolorosas e hoje, nossa esperança é verde, girassóis enfeitam nosso chão, escrevo versos cujas vogais caem pelo tapete, formando frases de amor.
E a cigana, toma sua cerveja num caneco vermelho, segura a saia rodada, que hoje é azul da cor do céu.
A cigana já definiu meu destino... Olé!!!!







sexta-feira, 11 de outubro de 2013

AMORES

Fiz das tripas o coração pra negar, renegar, absorver, sapatear por cima de sentimentos que imaginava esquecidos, sepultados, avariados pela vida, maldita bandida...
Não houve jeito: sapateei corações, tive minh'alma pisoteada, amargurada, apesar de momentos felizes.
Redondilhas falseadas, brincadeiras insubordinadas , tentativas vãs de apagar uma história de amor real.
Nesse descalabro, me fiz cigana, olhos fixos e pele agarrada ao prazer do sangue, da carne, da ilusão.
Não faz mal...
A vida é feita de histórias, como uma colcha de retalhos que forma um mosaico de vida...
Retalhos por retalhos, o imaginário vigilante, atento, solta risadas a cada tombo que estatela você ao chão.
E machucada, esfolada, arrepiada pela dor que dilacera, me levanto.
Não importa a dor, o sangue a gotejar pelos poros, o sujo do asfalto a lambuzar meu rosto, olhares intrusos a avaliarem o ser ignoto.
Sou cigana de alma e tenho as mãos calejadas pela dor e delícia de ser o que sou.
Uma guria perdida pela idade que não tenho, uma realidade perdida pela insensatez, uma alma levada fora dos padrões estabelecidos por regras totalmente fora da minha realidade.
Não nasci para a mesmice de padrões estabelecidos pela normalidade.
A loucura é meu lema, minha sensatez...
E minh'alma cigana desafia rótulos, preconceitos, palavras malsãs,no volteio das minhas saias e no barulho de meus balangandãs.
Arre, cigana... estende a mão e leia a sorte que me espera...





terça-feira, 1 de outubro de 2013

Prima Lalá

Tive nessa vida uma dinda doce, encantadoramente carinhosa e no seu pote de carinhos, havia lugares pra vários amores.
Uma em especial: Lalá Barros- sua filha querida, que conheceu a dor da perda- uma dor abrasadora da viagem prematura de um filho.
Os ensinamentos cristãos ministrados pelos seus pais, principalmente sua mãe Guigui, deram a ela forças pra superar a dor e achar entre as estrelas , a luz emanada pelo seu filho.
E não se abateu: recebeu do seu filho transformado em estrela, luzes multicores que, devagarinho penetraram em seu coração.
E esse multicolorido se espalhou pelo Ethos, fazendo com que estrelas se multiplicassem em chuva colorida,
preenchendo seu coração e transformando sua dor em amor multifacetado de luzes celestiais.
Assim é Lalá: moça linda que se fez mulher e essa mulher se faz presente na nossa vida.
A cada postagem de fé, ministra lições de amor a todos que a rodeiam...
E a cada surrupiar da vida, faz de todos nós, pílulas adocicadas como aquelas preparadas pelo nosso Vô Zé Gomes.
Continue nesse caminho, princesa Lalá! Risos e sorrisos do céu lhe dão forças para continuar a bailar uma valsa suave, em direção ao seu par que te espera em algum lugar do infinito...

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

SEMENTES DE GIRASSÓIS

Em pensamentos, passei por um campo de girassóis que, de tão lindos, abençoavam a alma.
O vento soprava brando e mesmo assim as sementes deixavam as flores e, sozinhas, semeavam-se pelos campos do coração.
Amor, paz, sobriedade, perdão, harmonia e outras virtudes se ajeitavam em meu peito.
Ervas daninhas já haviam sido arrancadas do terreno fértil do cordis que, enquanto coberto de plantas venenosas, sofria de amargura.
Mas, ventos de boa nova limparam as veias e artérias do coração, acomodando as sementes puras dos girassóis e cobrindo de bençãos nova vida que se iniciou para mim.
Espíritos de luz, anjos da boa nova, meus queridos do plano astral vieram todos para assistir ao renascimento de uma alma que se afligia com falsas alegrias.
Hoje, me sinto outra pessoa e o colorido das pétalas dos girassóis cobrem o chão onde piso.
Não vem ao caso citar nomes... Essas pessoas, que pelo vento ajudaram a soprar e semear as sementes do bem, sabem quem são.
Os instrumentos da paz de São Francisco de Assis e Santa Clara agiram com presteza e caridade...
E trouxeram a paz para nossas vidas...
E a vida cigana rodopiou a saia novamente e agora espera mansamente seu momento de trabalhar para ajudar meus irmãos de alma. Olé!

sábado, 21 de setembro de 2013

GIRASSOL

Um girassol floriu com a delicadeza do amarelo a minha vida. Não estava sozinho.
Com a flor, tendo como suporte um caule verde e vigoroso, traçou pela casa linhas de paz e de perdão.
Janna e Jade, as princesas da casa, depois de rodopiarem pela sala em torno do girassol, dormiram em paz.
Uma energia branda rodopiou por entre os mistérios e emblemas possíveis do fim da solidão.
Não estou acobertada pela dor e pelo medo.
Os dedos catam letras a formar palavras que demonstram o ressurgir de uma alma que se fez prisioneira na saia da cigana.
Dancei as pernas e caí na obscuridade do breu.
Caí.
De quatro, me vi entregue às maledicências do mal.
Me ergui. Pétalas do girassol me deixaram de pé e com o caule, traçamos um propósito: ser feliz...
O perdão sopiou pelos cantos e, leve como uma pluma, voei como um pássaro.
Livre, leve e solta, li o meu destino entre linhas de minhas mãos e vaguei solta entre o colorido do solstício da primavera.

sábado, 14 de setembro de 2013

DELÍRIOS DE UMA SONHADORA

Uma vida presume-se em verdades, delírios e mentiras.
Assim é a alma do poeta: entre palavras, se expõe entre verdades, delírios e mentiras!
Somos fingidores: brincamos de faz de conta ao som da música e de máscaras bonitas, coloridas e falsas.
Falsas pelo sentimento fingidor da poeta que ousa sonhar, apesar de conhecer os caminhos da mentira!
Mentira pura, assim dizia a alma da criança boba, que descia morro no lombo do carneiro.
Mentira pura contada à mulher, que se desfaz em fantasias para viver um sonho sonhado e mentiroso.
Fantasias que tem validade vencida ao sabor da aguardente que se exala ao som da música audaciosa e mentirosa!
A luz do sol apaga tudo; derruba toda a história que voa, voa ao som dos acordes que levam ao mar.
Marinheiro, segura essa... o corpo dela não ofusca a luz do sol.
Parceiro de mentira... foge ao delírio que ofusca olhares e apaga filmagens mentirosas de uma vida que não significa nada.
Nada além de uma bobagem chamada delírio e sonho derretido ao calor do sol.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

VIAGEM

Todo poeta é um fingidor, já dizia Fernando Pessoa...
A partir de mim, que se diz poeta, sou uma fingidora de marca maior... Disse há pouco sobre prazer e desejo e me perco agora entre sentimentos obtusos. 
Tudo isso por ser uma mulher que sente desejos e, como mãe/mulher, me derreto de tesão.
D'us não condena a mulher que se sente viva... Seu filho se fez homem e amou uma mulher!
Sou poeta e fingidora, sou bandida, solta na vida e sob medida para seu prazer.
As palavras ditas, já se foram com o vento. estou aqui, com saudades de tu, meu desejo; sua pele rósea, amorenada pelo sol da brasilidade.
Não se afugente antes que possamos sentir o calor da brasa que nos faz vivos, que nos faz mortais.
Venha, vinho tinto e derrame sobre mim o caldo da uva pisoteada em sua solidão. Estou aqui, meu ouro preto,; vem que te quero vivo... Que te quero torto, que te quero meu!



CORAÇÕES CIGANOS

De sol a mi, de lá a ré, melodias se constroem num diálogo mavioso.
Almas ou corpos etéreos se encontram entre o dedilhar no teclado do computador.
Mistério? que segredo é esse que aproxima pessoas que nunca se viram, se tocaram, mas se conjugam no verbo "ciganear"?
A nota lá tocada pelo arco do violino traz a nota mi para perto do coração que também se diz cigano.
A nota sol retoca os sons, iluminando de prazer a eteriedade das almas que se conjugam no ensaio do prazer.
Um Ballet! Isso... um Ballet de palavras, pensamentos e jogos prematuros antes que amadureçam.
A cada fonema, um passo se desenha na dança da conquista...
O bailado sensual se insinua a partir de cada som de um violino cigano.
Quem toca? a cigana, com sua saia rodada manuseando o arco num eterno movimento de alegria.
Corações ciganos? Quem sabe jantarão o manjar dos deuses num par de deux  de um bolero?
Que Ravel nos inspire da vesperata ao amanhecer... Tim Tim...



terça-feira, 27 de agosto de 2013

AMOR LIVRE

Amor ou desejo?
Desejo, eis a resposta...
Amor que se tem notícia, maltrata, anula, exala a dor pelos poros!
O desejo? Ah! o desejo...
Esse sim... faz correr sangue pelas veias, arrepiar a pele de prazer, adocicar a vida como um licor saboroso e exótico...
Amor faz sofrer, sublima sentimentos de ciumes, de posse, de desafeto.
O desejo? traz aos poros gotas de suor enfeitiçados pela mistura de cheiros sagrados.
O desejo, ama e deixa viver o seu amor numa ciranda de liberdade. O desejo liberta a alma da cruz do pecado, coisa inexistente perante D'us.
Ah! o desejo... esse sim! Pulula em meu ser como água a desenrolar cachoeira, como onda a quebrar as areias do mar, como a brisa leve a revoar meus cabelos...
O desejo? esse transforma a vida em um bando de borboletas em revoada!

domingo, 25 de agosto de 2013

ALMA CIGANA

Dialogo sempre com o coração: de onde herdei essa alma cigana?
Essa menina sem juízo, que viravolteia pra lá e pra cá, entre a dor e a alegria e quase sempre entre o prazer e os prazeres?
Ah! como é bom ter a alma livre, vida livre e fazer tudo aquilo que sugere o coração...
De dia, me deixa louca... à noite me beija a boca...
Eta alma levada, que se inebria com a música, que delira com os livros, vibra com os amigos verdadeiros e dedilha o violino, com os dedos amantes ...
A alma cigana tem suas origens... Sou Silveira e a Silveirice pulsa em minhas veias, herança de meu pai, meu guru e meu vô Zé Gomes, início de tudo...
Cavalgo num cavalo alado pela vida, embriago de bons vinhos e cerveja gelada...
E a cada voo da alma cigana, viajo por lugares floridos, onde borboletas voam desapercebidas!
E entre borboletas tranquilas em seu voo colorido, encontro desejo ardente que alimenta a minha menina...
E a menina gargalha, sorri de leve, se entrega toda faceira nos braços de sua paixão.
Deuses mitológicos: será que andaram por aqui também? Acho que sim...
Pois do Olimpos fugiu o Apolo a me levitar entre abraços ardentes.
Em taças de cristal, Apolo e eu brindamos a paixão trazida pelas asas do cavalo alado, que com sua leveza trouxe do Monte Olimpos para saciar as sede dos amantes.
É isso... Minha alma é cigana! E que cigana bonita...


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

PENSAMENTOS INTRUSOS

O coração, esse menino bobo, recebe pensamentos intrusos ao desejo de viver intensamente.
Coração bobo, quando vai aprender que ninguém é de ninguém?
Quando vai aprender que a vida é feita de momentos, cada um mais delicioso que o outro?
Momentos indescritíveis, maravilhosos, cheios de prazer e êxtase?
Existência deliciosa, que, a cada segundo vivido enche a alma de ternura e o corpo de prazer?
Não se sinta descompassado, coração...
Minutos que serão seus, ninguém pode tirar...
Vista-se com a máscara e, diante do rosto também com máscaras, viva o hoje como se fora o último dia...
Saboreiem os manjares dos corpos molhados de suor, degustem salmão ao licor de jabuticabas e gargalhem com o ardente sabor da havana...
Esse dia chegará... Cada ato ao seu tempo.
E você, coração bobo, baterá descompassado de alegria.
Estou aqui!



domingo, 28 de julho de 2013

EQUÍVOCO

O alfabeto inteiro pulula diante meus dedos!
que vergonha... uma idosa de bom tamanho, acredita na estupidez de um velho ignoto!
Que fazer com as letras do alfabeto? xingar ou refletir?
Melhor pensar a respeito do mesmo assunto e percorre-lo sozinha...
Presente do mar! Ondas no vai e vem, areia macia sob os pés machucados pela vida...
ando em direção às falésias e a cada passo piso em meus enganos, minhas atitudes ridículas...
E com as letras do alfabeto, reescrevo a história inventada,
reinvento os movimentos diante do mar: posso percorrê-lo sozinha e ainda catar conchas, brincadeira de criança!
O velho ignoto? mastiga amendoim com suas dentaduras e procura outra distraída pra jogar o jogo da estupidez.
A mulher madura? continua caminhando pela praia, pisando em algas coloridas e sentindo no rosto a brisa leve da manhã.

domingo, 14 de julho de 2013

ESPERAR, ESPERANTO...

A esperança é persistente e deixa a alma aos pulos:
_ vem, não vem... vem, não vem...
Espero  com o coração aflito, mas que bobagem... ele virá.
Virá que eu sei, eu sinto, eu espero com o coração batendo acelerado, mas ele vem!
Não espero nenhum homem bonito, charmoso, cinquentão aparecido, com aparência juvenil.
Espero um homem de setenta, que revirou  minha vida e me deixou a sonhar...
Sonhar sonhos que podem ser reais, basta o nosso desejo.
Teremos nosso ninho, que abrigará as esperanças saltitantes de verdades.
Havaianas serão nosso calçado até chegar à praia, pois na areia quem se deliciará são nossos pés cansados
da luta diária. Nossos dedos se remexerão pra lá e pra cá, sem se importarem com a areia, que insistirá em
grudar nas solas dos pés.
Vida que queremos: café na cama, ducha morna com a água a deslizar nos corpos tranquilos de paz...
Talvez bicicleta ... afinal, precisamos de exercícios físicos que darão esperteza a nossos corpos.
Almoço? ah! o almoço... será feito a dois, de acordo com gostos apurados! A música encherá os ouvidos de pura melodia a inebriar o espírito e preenche-lo de paz...
A esperança aguça os sentidos, faz pulsar os desejos de uma amor sem fim...
Gargalhadas não podem faltar: é claro que estarão presentes no farfalhar de corpos ansiosos pelo toque.
O espírito continua a iluminar com muita luz os planos abençoados.
Somos felizes na luz do dia, somos felizes no seu final, somos felizes na noite que nos acoberta com um manto de estrelas...
Venha, minha ternura! não permita pedras no caminho, não permita decepções pelo novo caminho!
Nuvens azuis... abram seu manto de doçura em nossas almas cansadas para que o caminho que nos espera seja doce!
Venha, meu amor! não permita que minh'alma salte sem direção.
O mar nos espera com o vai e vem das ondas macias a acalentarem nosso sonho.
Fica, esperança... que seu verde vá de encontro ao verde do mar, apagando a solidão de duas vidas que se encontraram na brisa da madrugada. Vem, meu amor... Estou aqui!






sexta-feira, 12 de julho de 2013

POMBA VIDA

Alguém hoje, sem mais nem menos, me lembrou que sou do século passado.
Em princípio, me assustei e me senti velha, sentimento contrário a  minha crença na eternidade.
Tempo... quem determinou a contagem dos meses, dias, anos, minutos, segundos?
O homem...
Ser humano vazio de eternidade, oco de vida, alma pesada de minudências...
Não sou do século passado! Drumonndianamente sou eterna!
O tempo, para mim, é uma questão  de sentimento.
Me olho no espelho e me vejo mulher bonita, verdade comprovada pela fotografia e pelo azul claro da alma, pelo verde morno das águas do mar.
Sou menina-mulher levada, que se atrai pelo homem bonito de alma, mesmo que a idade seja determinada pelo cronômetro.
Sou eterna! definitivamente, sou fagulha da eternidade que escapole do olhar faceiro da mulher.
Pomba gira? pomba vida com a pele enfeitada por flores tatuadas pra sempre na pele macia do corpo
que um dia voará após o rompimento do casulo obscuro da ignorância.
Tempo, tempo, tempo... gira mundo ao seu redor, gira minutos em sua eternidade, gira vida na clarividência do mundo.


 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

RE AMAR

Acredito no amor. Ah! se acredito...
Sentimento profundo independente do seu tipo:homem mulher, ou outras variáveis.
Amor de mãe é um sentimento incondicional e, se nos distrairmos abrimos mão da enxurrada de vida que ainda podemos viver, em nome desse amor concreto que sentimos pelos filhos.
Um, dois, três... ou uma penca deles.. demos a eles a chance de virem ao mundo e construir sua própria história.
Quando estão adultos, tem o universo a seus pés, além da beleza mitológica que enfeita suas almas.
Mas... e a mãe? transformou-se numa matrona aguardando a morte ou o asilo?
Não.... a mulher que já pariu e criou filhos, agora tem seu momento de viver, re amar, sorrir, dançar, passear pela praia, tomar um vinho sagrado com o novo ser que lhe abre os braços...
vivo este momento... minhas entranhas gritam pela paz, pela paixão, pelo amor que lhe fará companhia enquanto durar!
Hoje, sinto-me bela com as marcas que o tempo desenhou em meu corpo, em minha face, em minhas mãos.
Coração foi remendado depois de muitas dores: hoje bate feliz a espera do abraço, do beijo, e de todas as venturas possíveis a quem volta a amar, após alguns enganos cometidos em prol da solidão.
O tempo ensina que pra você ser amada, é necessário que se ame ao máximo...
que tal um belo batom vermelho a iluminar seu rosto? que tal uma saída de praia  esvoaçante, mas colada ao corpo que se refresca nas águas mornas do mar?
Que tal pétalas de rosas acolchoando as águas mornas para um banho a dois?
Porque não uma cama perfumada, almofadas macias a contornar as linhas dos corpos que se amam?
Vida, vida, vida linda... Estou aqui! só uma questão de tempo. E esse tempo é marcado pelo pêndulo do relógio da sala!
Tum, tum, tum... é hoje! não temos tempo a perder...
O presente do mar aguarda-me... e meu amor  também ansioso, cata conchas pela maré vazante.
re amar? sim... reticências que definem a eternidade do amor...



segunda-feira, 8 de julho de 2013

CIRANDA

Andar, andar ,andei pelas trevas da solidão e de ilusões facilitadoras de sonhos e ranhuras no coração.
Saltando pedregulhos, feri meus joelhos, esfolei minhas mãos e o coração foi remendado com  muito zelo.
Até que o céu se abriu saltitante, espalhando estrelas cadentes e  uma delas cai em minhas mãos.
Milagre? Não... São as ternuras perdidas pelo cosmos que resolvem brincar de cabra cega...
Nesse momento me transformo numa menina e, de olhos vendados, procuro o meu par...
Alto, magro, dedos longos, mãos macias,peito carregado da mineiridade que gosto tanto.
Não é nenhum garoto e, assim como eu, temos as almas infantilizadas pelo bem querer e pelo sorriso largo da inocência!
Demoramos a nos encontrar: cada um de nós percorria caminhos diferentes, em busca do mesmo objetivo: amar...
Belo dia, eis que se não quando, nos deparamos durante a brincadeira. Uma diferença: Nós dois brincávamos de cabra cega, mas os corações encontravam-se abertos exalando o perfume do bem querer...
Entre rodadas e volteios, volteando sentimentos, nos encontramos.
Assunta daqui, assunta dali e as ternuras vão se desvendando sob a lua minguante...
Engraçado... a lua minguante mingou desesperanças e deu lugar ao sonho sonhado devagarinho de tanto medo de rolar para o desencanto...
Cabra Cega desvenda os olhos e se defronta com um sorriso altivo, rodeado por duas covinhas onde se escondem as pérolas da inocência.
Nem todo adulto perde a inocência: alguns são tidos como idiotas, bobos da corte de um rei castrado de ilusões.
Que lindo...  cabra e menino do sorriso largo encontram-se no centro da roda e num abraço apertado dançam a ciranda cirandinha...
Amigos verdadeiros cirandam diante do encontro de dois adultos crianças, que já caminham em direção do começo da história.
No centro da roda, a menina canta: - ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar...
E no tropeçar do volteio, crianças de almas puras rolam pelo chão da vida, dão a meia volta, volta e meia são dadas na escuridão da noite, na claridade do alvorecer da madrugada...






quinta-feira, 4 de julho de 2013

ORAÇÃO DE MÃE

Dia frio.
Dia frio e sofrido apesar da energia do inverno e da companhia de minhas cadelinhas.
Almas incomunicáveis se confrontam- frente a frente- cada uma delas mais doída que a outra.
Vejo o semblante, o olhar da pessoa ao meu lado,
que pra aliviar sua dor, sacrifica o coração da mulher.
Deus! mostra-me o caminho errado que percorri, talvez tenha entrado num atalho pedregoso.
Com humildade, farei tudo novamente, desvencilhando de erros e desamores pautados por mim.
Senhor... Entendo a falta de comunicação das almas, pois sei que o corpo provém de outro corpo, mas as almas não...
Afinidades independem do sangue, por mais que você ame, por mais que você sofra pela dor do filho da jornada.
Por isso peço: energize os chacras dos caminhantes que se encontram feridos, pés e coração machucados
pelas lambadas provocadas por desencontros significantes...
Que uma rajada de luz percorra cada canto dessa casa, num sopro iluminado de amor e perdão.
Não peço a comunicabilidade das almas, muito menos um sentimento de amor forçado.
Peço paz, Senhor! Peço sabedoria pra lamber minhas feridas, profundas e inquestionáveis.
Que no silencio da noite, na escuridão da lua minguante- minguada pela rotatividade do universo,
Eu encontre a paz.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

MARÉ DE SONHOS

Estava distraída, como sempre...
Olhar vagando pelo infinito, com um desejo enorme de ver a lua, namorar seu brilho entrando janela adentro.
Não foi possível... Não vejo mais a lua da janela do meu quarto.
E a lua cheia, agora míngua devagarinho.
Não quero que este sentimento invada minha alma!
Minguar de sonhos é morrer aos poucos dia a dia...
quero continuar alimentando meu desejo de caminhar pela praia, meus pés brincando de passear pelas espumas brancas das ondas vindas do mar azul...
Não estarei sozinha: ao meu lado caminhará o meu amor, passos lentos, pois não temos pressa...
A manhã é toda nossa e, depois de banhos mornos e cerveja gelada, descansaremos na doçura de nossa casa.
O mensageiro do vento acompanhará nosso sorriso, riso molhado de beijos carinhosos.
Há muito o que viver... há muito alimento para o sonho que me permite ficar de pé.
Vou continuar distraída...
E mais que de repente, o sonho, numa explosão de cores e doces abraços, acordar-me-á para a vida que me espera.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

VENTANIA

Não sei o que me acontece...
O coração balança numa gangorra e as perguntas, uma a uma caem sem uma resposta.
Insisto na vertigem do balanço, tento agarrar com unhas e dentes as interrogações que me afligem.
Nada feito.
O silencio mistura-se com divagações alteradas pelo gosto da cerveja e da música que invade meus ouvidos.
Persigo e persisto no desejo de ter um amor, como se a campainha fosse tocar , a porta se abrir para o amor entrar.
Doce ilusão, amargo vazio...
Para que o amor se aproxime, preciso me amar primeiro, me lambuzar das delícias do meu bem querer.
Como amar a mim mesma se as perguntas que me faço fogem levadas pela ventania, vento que balança as palhas do coqueiro da solidão?
Vou pagar pra ver: catarei uma a uma das questões e, na cauda de um relâmpago responderei uma a uma...
O coração estará aberto e a mente buscando atalhos, tropeçará em meias verdades, faíscas da tempestade que aciona meu desejo.
Prossigo.
Vislumbro uma praia de areias mansas e o vai e vem das ondas que me banham a lamber a solidão.
Encontro uma resposta: benza Deus! pode ser verdadeira...
Ao meu lado, de mãos dadas, a solidão se retrai e me encontro com a resposta que preenche a vida da mulher.
Posso amar!


quinta-feira, 6 de junho de 2013

Sonhos

Que bom perceber um sorriso no rosto de uma amigo...
Em princípio, você se acha a única pessoa incapaz de externar um sorriso, deixar as pupilas brilharem como duas pérolas...
Esse momento aconteceu comigo!
Tenho um amigo, um mistério, uma pessoa que se mostra presa em seu mundo, ao contrário de mim, que ora triste, ora feliz!
Seu estado de espírito dormiu comigo. Pensei: o que o levou `a alegria?
Não obtive resposta, até porque ele, como eu, somos uma concha, bem fechada na solidão.
Vi que me enganei... Acho que foi a primeira vez que o vi sorrindo, entregue ao mundo das fadas, gnomos e espíritos iluminados!
Acordei curiosa: que será que ele foi fazer no meu sonho???
Foi me dar um toque que alegria existe?
Não sei.
Ele invadiu meu sonho, e pra ser sincera, não convivemos.
Temos um montilhão de lembranças de vidas vividas  em conjunto...
Estou feliz! Meu amigo sorriu no meu sonho.
E que esse sonho se propague entre as estrelas,
nas pisadas pelo branco da areia do mar,
pelo verde das montanhas de Minas.
Meu amigo, sonhei com você...
E o meu sentimento, não posso lhe contar.
Talvez um dia...

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Coração desfolhado

Estou me sentindo vazia, com a cabeça oca, com a ternura a divagar pela sombra da noite.
Nada tem sentido: nem o breu, nem a luz do sol...
Queria me sentir livre, com o coração a pular de amor, de ternura.
Mas nada é assim! Minha vida está em ruinas, e a cada dia cai um pedaço de meu corpo.
Não sei porque. Talvez seja culpa da solidão, que insiste em fazer de mim uma coisa despedaçada.
Quero viver.
Quero responder com alegria a esse sentimento que me mata aos poucos.
Quero responder com sorrisos a essa tristeza que perfura meu coração.
Quero, quero, quero ser livre pra gargalhar e dar lugar à alma pura.
Que o sol vermelho me traga cores  e um amor deslumbrante...
É querer demais?
Não!
A lua cheia me aguarda e vejo seu reflexo nas águas do rio.
Rio Santo Antonio que me deslumbra de alegria.
Paradoxo: tristeza e alegria brincam de vai e vem em meu coração.
Mas tem jeito: Meu coração fará as malas e pisará nas águas geladas do Santo Antonio.
Para sempre, as montanhas acompanharão meu viver...

 

sexta-feira, 24 de maio de 2013

SER MÃE

Minha cabeça torce e retorce a respeito da escolha que fiz em ser mãe.
Cada uma de minhas três gestações são revividas , vividas no coração, Quanto encanto eu vivi enquanto gerava meus filhos, um a um, cada um deles com suas características especiais.
Como foi sublime cada espera, noites de diálogos com cada um deles, numa entrega total e absoluta. 
Meu ventre era acariciado por nove meses, enquanto esperei o momento de receber cada um deles em meu colo.
Nasceram, claro, cada um em seu momento. Minha retina registrou a ferro e fogo cada gesto, cada movimento, cada palavra dita, cada resposta de cada um ao meu colo de paixão. Maravida!
O tempo passou. Num piscar de olhos, minhas crianças, hoje são três homens adultos, sadios, inteligentes,
maravilhosos.
Um deles já deu fruto: Mateus- dom de Deus- alegria da minha vida, adrenalina necessária para que eu consiga superar as pauladas da vida.
Que pena! Os filhos, ao crescer, esquecem de um passado maravilhoso, dos passeios pelos parques, a disputa do lugar no carro, da doação incondicional do amor de mãe.
Adultos, são cruéis. 
Veem em mim uma mulher ultrapassada, mulher metida a cocota...
Coitados! Ainda não aprenderam que somos eternos e que nossa alma grita por energia, grita pela vida!
E, em seu desconhecimento, agridem com palavras ferinas, sangrando o coração.
Estou num desses momentos: o coração sangra e, por mais que interrogue, não consigo entender o quanto errei.
Caminho pela minha estrada. As perguntas não tem resposta. Não sei definir meus erros, pois sou humana,
carne, fibras de um coração mal compreendido.
Apesar das dores, valeram cada segundo em que estive com eles.
Hoje, a história tende a se reverter... Sou criança vista pelos meus filhos.
Criança levada, traquina, que não corresponde às lições proferidas pelos filhos.
Trôpega, caminho.
Não soube ser filha, não aprendi a ser mãe. Meu amor que fatiou em três o meu coração desassossega na solidão.
Só! Muito só! 

sábado, 11 de maio de 2013

VAGA-LUME

Quem sou eu, pequena vaga-lume, que atravessa a escuridão, levando luzes que não iluminam nada?
Que menina insubordinada é essa  que enxerga na escuridão o vazio da luz?
Digo e repito: não sou ninguém frente aos desafios diários, frente à ignorância que arrota sua vantagem...
Continuo a ser uma menina, de vestidos semi-curtos e olhares trôpegos pela madrugada.
Menina que vê em suas cadelas. a alegria do anoitecer, prazer delicioso da liberdade...
Agora sou livre à noite! Até por pouco tempo.
Não entendo a maldade humana, mas reconheço em mim a malvadeza de quem não tem luz de um vaga-lume.
Desesperadamente, sou eu! Aflita, agoniada e só.
Aonde estava eu pra criar meus filhos?
Aonde estavam meus filhos para se enxergarem no caminho que mostrei?
A luz do vaga-lume foi insuficiente, não superou o clarão da lua...
E o clarão da lua aborta sonhos de uma mulher que viu numa labareda a solução
elegante de uma vida que, de bem vivida, se transforma num breu; breu sequer amacia as cordas de um violino, que hoje é visto como tralha a incomodar  nova ordem mundial...

domingo, 21 de abril de 2013

REFLEXÃO

Não há surpresas quando se é uma mulher madura.
Ledo engano... Fui laçada por dois momentos tidos como inusitados, em se tratando de mulheres inteligentes, que são personagens do século XXI.
Tentaram o laço com uma atitude vulgar, chamada preconceito. Caí fora, mas as palavras ferinas, caretas absurdas mexeram com o super ego. O ego estava atento e não caiu na besteira de entrar na roda...
Ora bolas!  Á mulher madura não é permitido o gozo, a ternura do abraço, a languidez do beijo?
Meninas ignotas, que da vida não sabem nada...
A não ser agirem como dondocas ou donas de casa frustradas por não exercerem a profissão escolhida.
Pressinto que preciso prestar mais atenção à escola do mundo: uma das pollyanas foi minha aluna.
Bah! Onde estava eu que não consegui socializar nada? Em que mundo eu vivia quando me era comum fazer parte de passeatas pela praça Sete, achando uma lutadora com seus pupilos nos movimentos a favor do impeachment e dos movimentos também a favor das Diretas Já?
Ora bolas! Que a vida seja uma bela lição... Quem não aprende pelo amor, fica sábia através da dor!
E há situações que nem a dor ensina...
Enquanto isso, na maturidade, namoro, beijo beijos molhados, me fantasio de sonhos, desde que eles se tornem realidade.
Viu, meninas... Carpe Diem! E que o mundo seja mais doce que um punhado de jabuticabas...

sexta-feira, 19 de abril de 2013

ALMA LEVADA

Tenho uma alma serelepe, tão serelepe, que foge aos padrões impostos pelas leis mundanas.
Assim, como uma menina travessa para qual o tempo passou pela metade.
Claro ! o tempo passou... e com uma velocidade absurda e cruel.
Como alma criança, não senti as alfinetadas da vida, a ponto de sangrar.
As cutucadas das agulhas, feriram, mas não tiraram de mim a reação em favor da vida.
A menina que mora em mim insiste e persiste em viver... Delicia!
Acompanho a menina naquilo que meu corpo não faz mais. Aliás, bem que o corpo é muito altivo ao seguir a minha menina!
Talvez não envelheça.
É possível que a alma arteira continue a surrupiar as leis da natureza e continuar sendo uma alma mundana...
Mundana, sim, porque não? Tenho mãos feitas para tocar o possível e boca para beijar o impossível.
Crudelíssima... adoravelmente viva: corpo e alma se digladiam.
O coração, depositário da alma se cala e bate palmas para a insensatez do corpo.
O corpo, esse menino glamouroso,é guardião da alma levada, que brinca com Menino Jesus de "faz de conta".
Nesse faz de conta, alma serelepe que habita um corpo levado, dá lições da realidade.
Acorda, menina... Dê espaço à alma serelepe, pois ela manda no pedaço!
Corpo? ora corpo... seu olhar é aquele que pontua a safadeza da alma levada.
Alma levada que persegue a luz do amanhecer...

quarta-feira, 10 de abril de 2013

SOLIDÃO

Nao quero amar o que precede a minha frente.
Quero namorar meu passado e matá-lo em beijos quentes, ardorosos e fagueiros e
que ele morra diante de mim, numa morte adocicada pela dor.
Quero uma morte enfeitada de rosas, margaridas e sempre vivas,
E que o sangue role pelas veias e se espalhe pela mansidão da noite.
Você, meu capataz, é moço bonito, face fagueira, sorriso maroto e é com você que o passado será morto.
Você, meu menino, de calças curtas, estará comigo frente ao desejo amargurado da solidão.
Menino bonito, seja cavalheiro: tire o chapéu pra dama que te aguarda desde criança.
E num beijo molhado, apagarei da memória o menino de calças curtas que invadiu a meninice de uma menina boba.
Boba menina que ainda acredita em gerânios na janela.
Menina boba que acredita no sonho perdido, sonho sonhado que se desfaz na morte passadiça, morte
menina que de madura, mata o sonho sonhado no passado que se desfaz nas folhas de outono.
E a morte se faz quente e colorida na corrida desembestada de um cavalo alado.
Voa, meu cavalo... Apague da vida a morte inexorável da solidão.

 

sábado, 16 de março de 2013

SANSÃO E DALILA

Não é de repente que a depressão vai soltar suas garras de minh'alma.
Ela é traiçoeira, covarde e suas fisgadas doem muito. Sangra.
Faz uma reviravolta na cabeça que, às vezes oca, às vezes transbordante, desenha "O Inferno de Dante" em minha vida.
Digladio com as chamas do inferno e um banho morno é capaz de afastar das costas o peso homérico da dor.
Somos Sansão e Dalila! A luta é insinuante, maliciosa, com atitudes prostituídas , capciosas  e sexualmente fecundas. Maldita é você que rouba do meu coração e do meu cérebro a capacidade de ser normal.
No fundo, depressão, te agradeço: você me leva a entender que os normais são idiotamente bobos.
Não me refiro ao "Bobo" da Clarice Lispector que soube lutar e nos presentear com pérolas doces e amargas da sabedoria. Ela também brigou ferozmente, depressão, e fez de você o caminho para a beleza da vida.
Beleza literária que a fez se queimar com o cigarro com o qual ela tentou afastar você.
Não se avexe minha querida inspiradora. Nosso jogo ficará empatado em princípio, mas eu vou ganhar de você.
Pra começar, olharei o céu, dia e noite: vou saber entender a linguagem das nuvens, o brilho das estrelas, raítos de sol, mansidão da chuva e toda a beleza das flores. Não me esqueci dos pássaros. Pela minha janela ainda vejo e ouço bem-te -vis que debocham de você: Cantam soberanos, mesmo nos postes de luz, já que as árvores são cortadas para dar espaço a você, maldita depressão.
Serei, e me preparo para isso, uma mulher feliz. Com a sutileza de Dalila , descubro seu ponto fraco. Vou podá-los. Não acabarei com você por inteiro. Usarei seu lado positivo. Sabe qual é?
Aquele que me dá coragem para amar, escrever, pulular de letras e versos a minha vida.
Aquele que desafia meu sorriso a desabrochar entre o marulhar das águas da cachoeira, do abraço dos amigos, e, querida depressão, me despertar para o gozo.
Gozo da sexualidade que dorme, da sensualidade que se escondeu, da garra de viver a cada segundo, e, querida depressão, gozo da liberdade trançada com "os seus cabelos".
E como é linda a natureza, como é libertária a vida, como é fresca a brisa do mar, como é doce deitar e rolar...

sexta-feira, 15 de março de 2013

DEPRESSÃO

Tenho lido muitas mensagens sobre auto estima, pensamento positivo, fé.
Procuro entranhar as palavras em meu ser, engolir letra por letra para preencher o coração.
Tudo em vão. A angústia sufoca o peito como se fosse agarrado por um polvo.
Ando pela casa em desatino, silenciosa. Antes alegre, florida e rodeada de amigos.
Os filhos quase não aparecem e suas visitas são cheias de cerimônia: sentam-se no sofá, perguntam se tudo está bem; o que precisa, usa o computador ou toma um banho.
Também li numa mensagem que o computador não é lugar para desafogar tristezas e sim, para postar firulas.
Nunca deixo a tela em branco e não respeito o imbecil que gostaria de podar minhas dores, do espaço público.
Ora, converso como quero e do jeito que posso.
Ninguém me dirá o que devo fazer: o que devo sentir eu sei: amor, alegria, sorrisos e risadas escandalosas ou furtivas, prazer em trabalhar e no retorno deslizar uma cerveja bem gelada.
Meu cérebro encontra-se empacado, atolado em lamas, preso à tristezas que meu médico sabe muito bem explicar.
Não quero falar a esse respeito. Tenho a Janna que, com sua doçura , maciez do pelo e olhar carinhoso, "segura minha onda".
Sei que filhos são empréstimos temporários de Deus à nossa guarda. Preciso me resignar.
Em contrapartida, tenho vários amores: dos filhos, à sua maneira, de amigos, de irmãos, também à sua maneira, meu neto mais bonito do mundo, noras, filha que encontrei pelo caminho - como a amo- trabalho que enobrece minha alma e um amor especial que anda preenchendo o vazio da alma, também preenchendo o buraco formado pela minha cabeça que encontra-se oca.
Mas quero ter fé. E dançar, e dançar e dançar pelas praças, rodopiar pela sala brincando com Janna.
Jamais desistir da alegria, significado do meu nome.
Não me entrego! Há doenças que não são palpáveis: são invisíveis aos olhos e incompreensíveis a terceiros que , talvez a chamem de 'piti'.
Mas a fé, outra força em formato de nuvens e arco íris, há de bater à porta de meu coração.
E eu, esperançosa que sou, direi: Estou aqui!
Assim, sim: vou dançar um bolero, de rosto colado ao de meu amor e juro: nada interferirá em nossa felicidade.
Músicos: "a postos"! Afinem os intrumentos! E muito cuidado com os violinos, doçura de minh'alma!




 

quinta-feira, 14 de março de 2013

TRAQUINAGENS

Era menina numa cidadezinha do interior e brincava de amarelinha pelas capristanas das ruas.
Cabelos amarelos contrastando com os olhos verdes e chamada pelo Gil da loja, de Martinha. Não sei porque ele via em mim traços da miss eterna, Marta Rocha.
Fui feliz. O grupo Escolar "Silveira Drummond" era minha alegria: contava os minutos para as aulas começarem.
Além de bom estudo, brincadeiras sem malícias e os cantos dirigidos por D. Finoca: "Desperta no bosque, gentil primavera"...
E a primavera chegava com o canto do gentil sabiá...
Fui uma menina tímida, mas não perdia a chance de fazer uma traquinagem... em casa o coro comia.
Tive uma mãe muito rigorosa!
Muito amiga de Rosangela Cruz, quantas vezes fui pra sua casa, na garupa do cavalo, para dormir e voltar no dia seguinte cavalgando meus sonhos pelo São José... As aulas eram mais doces e a felicidade brilhava em meus olhos de menina!
Lulude era minha colega de carteira: meninas de um lado e meninos do outro.
Raramente conversava com um menino... minha mãe prevenia tanto e eu tinha medo. Mesmo assim, Arthur Elisio foi padrinho de uma boneca que me pertenceu. Segundo ele, vestiu terno pela primeira vez.
Mas quem me encantava era outro garoto: menina levada, mantinha o caderno de "perguntas indiscretas", que corria de mão em mão...
O objetivo do caderno era conhecer os possíveis segredos de cada colega e, quem sabe, alguma dica que sugerisse um namorico.Que delícia... O caderno rodava  pelas mãos de todas as meninas, o que matava de curiosidade a vida dos meninos.Todas as meninas tinham o seu...
Escrevínhamos com caneta tinteiro e as carteiras possuiam um círculo para acondicionar o tinteiro.
Um dia, na hora do recreio, o menino que preenchia meu coração de doçuras inimagináveis,disse:
- Júlia, você consegue colocar a caneta, assim, em pé? E segurou a caneta de ponta pra baixo.
Disse: _ Claro que consigo... E na minha ingenuidade, segurei a caneta com a pena pra baixo, mas a segurando pela tampa. Claro que a caneta caiu e sua pena entortou-se toda...
Ele riu um riso safado, com certeza da minha infantilidade.
Passei aperto: como mostrar em casa? Seriam outras varadas?
Minha reação foi fazer-lhe careta e "ficar de mal". Como doeu meu coração...
Contei ao meu pai. Ele, com sua doçura, consolou-me e pediu que não me preocupasse.
Neste dia, fiz meus deveres a lapis.
Não sei dizer quem consertou minha caneta. Só sei que a tenho até hoje.
Sou uma mulher madura. Os olhos continuam verdes.
O menino? Nunca mais vi.
Mas transformou-se num homem bonito, que dia desses, o verei de perto.
Será se me lembrarei das "perguntas indiscretas"?
Na realidade, aguardo pelo sorriso lindo e, buscarei no seu rosto os traços da criança matreira , que já demonstrava desejos para os primeiros namoricos.
Quero ser a mulher de hoje e, quem sabe, realizar um sonho  do Caderno que reservava as fantasias
de uma menina moça?
Credo! Não se fala mais assim... Onde você se escondeu, alma sapeca?
Seja mulher do século XXI, acalentada pelos sonhos de uma menina...

 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

DECEPÇÃO

Domingo de sol.
Para mim, a sensação é de dia chuvoso, nublado, amargura no peito.
Sofro.
Os sonhos de retorno ao trabalho não correspondem à expectativa.
Sinto saudades da casa que abriga os sonhos sonhados durante dia e noite, e a perspectiva de dias melhores. Minha casa não me acolhe...
Problemas a ser resolvidos são os mesmos de décadas .Pessoas recém-chegadas trazem consigo as soluções apontadas um dia.
Os joelhos doem. Com certeza não me curvo à mesmice.
As lágrimas choradas com a demolição da fazenda Vista Alegre voltam aos olhos. Hoje, um quadro em minha parede...
Estou só neste momento!
Que bom seria meu amor aqui agora, para que conversássemos delícias que trazem o dia ensolarado.
Não peço a Deus que me dê forças. ELE tem mais o que fazer.
Peço o sossego da vadiagem, de momentos alheios aos compromissos inusitados.
Vem meu amor... Você é capaz de apagar do peito a decepção diante do nada.
Você é capaz de transformar a decepção num arco-iris de todas as cores...
Cores que iluminam o coração e aliviam este nó na garganta!
Estou aqui, meu querido...
Traz para mim os raios solares a iluminarem a alma.
Não me importa uma lamparina!
A penumbra transforma a angústia em liberdade...
Vem ,meu amor!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

AUSÊNCIA

Andei pela casa de maneira desarvorada,
o telefone sem som, como se, no fundo, estivesse viajando.
Tomei a cerveja em minha companhia: deu pra suportar a solidão.
Já dizia o poeta: fique bem com você, já que é uma pessoa inteira.
Na realidade, não sou metade de ninguém, mas me bateu uma saudade de conversas diárias, carinhos furtivos, beijos roubados, toques insinuados, gestos atrevidos realizados, enfim, doces encontros pela semana...
Sambou, sambaram os dias de fevereiro que abortaram a rotina escolhida por mim.
A ausência do seu olhar, cabisbaixo de ternura, o sorriso delicioso, fruto de brincadeiras maliciosas,
o trago no cigarro e a fumaça subindo em desenhos sinuosos pelo teto, o gole de vodca entre um beijo e outro, deixaram o coração vazio.
A quarta feira me trouxe esperanças: mas é o dia de se benzer e receber na testa as cinzas que notabilizam o pecado, na concepção religiosa.
Para mim, cinzas são fruto da sua ausência, do cinzeiro vazio, da solidão da alma, frio do corpo em pleno verão.
Ausência de vida no coração, na casa, na rua, mesa vazia de cumplicidade, solidão.


domingo, 10 de fevereiro de 2013

DIVAGAÇÕES

Não vejo o mar.
Não caminho com o corpo semi nu pelas areias douradas que contornam o infinito.
Meus pés não se banham na águas da cachoeira.
Suas solas não se curvam diante das pedras que te permeiam, nem mostro no olhar o prazer de ser o que sou.
Meu corpo sequer se refresca na água clorada da piscina.
Água azul que engana como espelho, a bruxa má se deliciando em seu reflexo.
Sequer danço o samba que colore as ruas com os dizeres: "Quanto riso, oh quanta alegria"...
Mas minha alma se delicia com o gelado da cerveja e com o mau humor de quem não me entende. Graças aos deuses que me guardam, o amor enche meu peito e esvazia o espaço da solidão.
Não sou só. Há pessoas que enchem o ser que espera você se aproximar.
Reconstruo momentos da sua chegada. Será doce.
Assim como são doces as doçuras das flores, durante o trabalho das abelhas.
Abelhas laboriosas tecendo o mel com ferrões abençoados.
Ferrões abençoados a se fazer de mel na doçura do dia que arde...
A noite, durmo.
A noite se desfaz em pétalas de flores sugadas desde o amanhecer.
Sou criança. E meu cobertor é tecido por pétalas coloridas das flores que se fizeram mel.



quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

PAGINA EM BRANCO

Escrevo uma história numa página em branco.
Linhas paralelas aguardam o preenchimento de alegrias, sorrisos e boca molhada por beijos adocicados.
Não tenho o que escrever...
O riso do meu amor e as palavras de tchau dizem tudo.
Preciso me benzer. A fonte do prazer derrama  harmonia pelos poros que se abrem e fecham de alegria.
Nosso amor é sempre... nossa despedida breve!
Não acreditamos na eternidade do afeto, mas que ele dure enquanto se faz presente.
Presenteamos a vida com momentos vividos a dois, numa entrega absoluta diante do nada.
Nada que se faz tudo diante de encantos que se fazem presentes.
Não somos nada: mas somos tudo diante do brilho que se abre pra nós.
Somos tudo diante da infinitude do amanhecer...

AMOR

Meu amor atual tem uma cuca iluminada, mas sua cabeça não é fotografada.
Preconceitos mil, palhaçadas inusitadas são discutidas entre panelinhas, cozinhas e salas de estar, bem confortáveis.
Não nos importamos com preconceitos, muito menos com análises vulgares feitas pelos membros do facebook.
Mas fazemos questão de nos mostrarmos, mesmo que seu sorriso seja decapitado...
Somos felizes assim. Não importa as porcarias jogadas no ventilador...
Querem ver o meu amor?
Sejam bem vindos à minha casa, amigos do coração.
Quem não faz parte desta exigência, que brinque com sua curiosidade...
E saibam: meu amor tem olhos lindos, rosto feliz, braço abraçado na escuridão do ser,
E colo que se faz gente no vigor da serenidade da chuva...
Apareçam, amigos do coração!
O amor que me tocou atingirá vocês
E nosso abraço apagará a escuridão que move cabeças descobertas.
Somos livres e recheados de luz!
Carpe diem, queridos!

domingo, 3 de fevereiro de 2013

VAMPIRISMO

Acordei feliz quando percebi o azul do céu e a luz da manhã.
Me cuidei: banho, perfume, vestido confortável como gosto, cafezinho cheiroso, janelas abertas para que o ar se renovasse e tirasse da casa o bolor dos dias chuvosos. Tudo perfeito...
A alegria da noite anterior, quando me reuni com amigas, exalava o perfume da felicidade que me acobertava.
De repente, não mais que de repente, se fez breu.
O corpo não respondia à luz da alma, pois esta se apagara. Dia atípico na minha vida.
A luz se fez mormaço: escureceu em minh'alma. Nada feito: o planejado espalhou-se pela rua, como folhas secas de outono.
O  frescor do banho da natureza e do meu banho se se desfez em angústia e monotonia.
Ainda bem, só pra mim: a vida reluziu para todas as pessoas que amo.
Me deitei: a música continuou numa tentativa de reação. Nada feito.
Assim como olhares matam plantas, derrubam uma pessoa. Fiquei tão frágil, que me lembrei da Salve Rainha e do Credo.
O sal grosso ficou quietinho em seu aconchego. Não me lembrei deste santo remédio. Seria o caso de outro banho, agora com a salobra da vida.
Há vampiros ao nosso redor. Chegam de mansinho e, seu olhar fulmina a vida de quem está feliz. Imaginariamente, sem que você perceba, sugam seu sangue bom e contaminam sua vida, apagando a luz!
Sou frágil, mas Deus é maior. Perdi o dia azul, mas ganhei uma noite de estrelas.
Perdi raios de sol e até os sonhos não vieram para o aconchego do dia.
Mas a noite chegou. E o sono  aproximou de mim, anjos que acariciaram meus cabelos, lavando o sangue que escorreu de meu coração.
Estou limpa da maldade alheia. Seja quem for este vampiro, não se aproxima mais. Amigos que prezo tem o olhar macio de pureza, como algodão no campo.
E a brancura do algodão trará ao meu lado, a flor amarela que abrigou sementes de luz.
Estou pronta pra ser feliz novamente. Estou pronta para meu amor e o azul que me acobertará amanhã.
Hoje, as estrelas e a lua tomam conta de mim. Sou mais eu...

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

DEVANEIOS

A alma, esta menina levada, hoje se recusa a dormir.
Ouço músicas. De quebra, músicas de menina: I love you...
Que levada esta criança.... Viaja pelos anos sessenta, mas atenta ao século XXI
Dormir: ora perder tempo, ora se encaramujar na solidão...
Hoje, precisamente hoje, me sinto bem assim, sozinha!
Casa cheirosa, Janna aos meus pés, cerveja gelada, rio risos de alegria...
Divago pela noite, ora se viu, eu do dia...
O dia me fartou. Escureço na imensidão do ser. Ilumino com a luz das estrelas, me afago com os pingos da chuva...
A noite silencia almas afoitas e aflitas sob o guarda-chuvas.
Tudo se acalma: menos o pensamento que se devaneia em palavras: ora vãs, ora capciosas ao vento.
Vento não há: a natureza, de banho tomado, aguarda o amanhecer. Estou aqui: Ardo...
O poetinha dá risadas com a insensatez de uma aprendiz. 
Posso?
Devo... A alma é livre e cata vogais e consoantes pelo breu da noite.
Divago,valso a alma ao som da música doce.
Não sei o que diz... sinto a melodia e os acordes.
Ao fundo, sons de violino. As mãos bailam pelo teclado e, de vez em quando, maestrinam!.
Levito: devaneios cismaram em me tirar da rotina.
Estou viva!





DESANIVERSÁRIO

Desaniversariar é acender a vela da alegria em agradecimento a um tempo que passou.
Desaniversariar é abrir os olhos e perceber que tudo é novo, o nascimento de momentos iridescentes no lumiar da vida...
Desaniversariar é apagar todas as mazelas e preencher o coração de luz...
Desaniversariar é passar debaixo do arco iris e brincar com o colorido das cores...
Desaniversariar é abrir os braços para a vida e não ter a vergonha de ser feliz...
Desaniversariar é recomeçar um começo começado à luz da manhã...
Desaniversariar é acordar de manhã e encontrar-se com o eu mais lindo do mundo...
Desaniversariar é redescobrir o brilho da paz no olhar de pequenos cheios de luz e força...
Desaniversariar é desapertar o nó da gravata que sufoca sonhos e pende ombros com tamanha responsabilidade...
Desaniversariar é despetalar um mal me quer e descobrir um bem querer...
Desaniversariar é olhar em frente e se sentir um vencedor, um cavalo alado a romper tempestades...
Desaniversariar é se sentir um rei diante da vida, doce sapeca...
Desaniversariar é abrir o leque da felicidade...
Desaniversariar é postar-se diante de Deus e marejar plenos desejos...
Desaniversariar é ser feliz ao som de um blues...
Desaniversariar é abraçar o infinito!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

DESAFIOS

Nada tem sentido quando a vida persegue sonhos e tentativas de realizações.
Depois de longo hiato, me sinto pronta a retomar projetos abortados por problemas alheios à vontade.
Acontece que adoro desafios e não são boatos impróprios de pessoas mal informadas, que ouvem o galo cantar, mas não sabem de onde, que vou me abater.
Julia... amada pelos amigos, odiada pelos invejosos. Assim, nomes delicados se referem a mim.
Mas a inveja não me alcança. Tenho santo forte e várias portas se abrem ao meu coração sincero. Tenho alma pura, acobertada por olhos verdes, esperança de quem ama a vida, família, amante, amigos e trabalho.
Como uma formiga, fui traçando meu caminho pela vida vivida a cada minuto, ora dor, ora alegria... Ora frustrações, ora conquistas.
Uma gangorra de surpresas: Ah! coração... Aguenta o tranco que desafios brincam com os brios de uma mulher guerreira que não se abate com ameaças vãs.
Nestes momentos, ora estou numa cachoeira, ora pulando ondas no mar ou pisando em algas coloridas.
Não sou perfeita, mas sou tinhosa... Não piso, mas me transmudo em camaleões que se defendem do perigo, para mim, imaginário.
Moinho de vento. Isto! Como Quixote, afasto invejosos imaginários, perdidos em sua pequenez...
Almas pequenas, espíritos vãos que se preocupam com a continuidade da mesmice.
Não é a toa que amo Adélia Prado, quando diz: "Mulher é desdobrável".
E eu sou.
Pensam que estou inerte... Ah! imbecis... Estou a mil por hora, a mente fumegando e o coração aos pulos.
Tenho cabelos nas ventas, não é Julia Carolina da Cunha?
Desafios fazem cócegas em quem já se desdobrou em mil...

SURPRESAS DA VIDA


 A vida tem surpresas que acalantam o coração.
E o coração, esse bobo, tem razões que a própria razão desconhece!
Sem espera, sem expectativas, um sopro de vida faz cócegas em minha orelha e sussurra um segredo...
Eu
te
amo...
O som das palavras faz eco no coração bobo, agora, de alegria!
Nada como um dia após o outro!
Agora, dia após dia, vivo surpresas vivas e presentes em meu ser.
Os dias são alegres, as tardes brilhantes, noites iluminadas, mesmo que chova manso em meu coração.
Olhares,mesmo que invisíveis, preenchem de sonhos reais ao coração hoje, tranquilo.
Três palavrinhas que trouxeram o perdão a esta alma , antes aflita e vazia.
Aprendi a conviver com a solidão, pois hoje ela é acompanhada.
Afastei de mim o anel de brilhantes que macerava meu espírito, adoecia o corpo ferido pelas dores cruéis.
Sou dona da minha vida. Libertei-me de traumas e delírios tremens que sufocavam meu ser e apagavam meu sorriso.
O amor aconteceu novamente. Trago em mim os olhares doces, mansos, mimos a uma vida que se faz presente.
Sorrimos, rimos, gargalhamos, conversamos, sussurramos doçuras em nossos ouvidos.
E a espera preenche o vazio de quem chorou, de quem sorriu, de quem viveu as sombras da solidão.
Nossas mãos são livres e nosso ir e vir também. Nosso ninho faz parte da vida que pulsa em nossas veias.
Eu
Te
Amo!
Após doloridas e vazias vidas, me encontro feliz...
Estou bem e faço das chibatadas um canto de alegria.
Obrigada, vida, pelas surpresas trazidas pela tempestade do nada...
Nada que se fez pleno de encontros furtivos, acariciados pela fumaça do cigarro.
Se danem preconceitos. Somos um em dois, e não somos de ninguém.
São nossos, momentos iluminados pelo riso molhado, provocado pelo encontro de corpos suados pela ternura.
Obrigada, meu amor que tem um jeito todo manso de desnudar a minha alma...
Sou sua!




sábado, 26 de janeiro de 2013

E AS CRIANÇAS DO ESCALADO E DO ALEGRE VÃO À ESCOLA


Fim de férias! Acabaram-se as brincadeiras nas tulhas de milho e feijão, corridas pelo campo, jogos de bola de gude, o pular de cordas, seis crianças no lombo do cavalo... Upa, cavalinho! Brincadeiras nos córregos, casos de assombração à beira do fogão, enquanto a banana assava, mijo na cama com medo da mula sem cabeça, enfim... As aulas vão começar. A gurizada do distrito volta aos seu lares. E a criançada da roça ajeita sua capanga com novos cadernos. Quanta expectativa: - Quem será a professora? Algumas crianças vão a cavalo. Levantam às 5 horas, pois as aulas começam as 7. Outras, sem esse conforto, vão a pé. É comum os pés ferirem, até se acostumarem com os pedregulhos do caminho. Outras vezes, a meninada faz barganha:o cavalo por bolinhas de gude. Mas a barganha era segredo... As bolinhas eram escondidas no mato! Marília me disse que seus irmãos eram muito levados. E bilhetes teriam que fazer a trajetória: Escola- pais. Quem disse que os meninos deixavam? Bilhetes nunca chegavam ao seu destino. Belo dia, o garoto foi apertar o arreio do animal. E Eloiza ficou muito perto! Levou uma mordida do cavalo e até pouco tempo as marcas dos dentes do cavalo ficaram em seu braço. Zepha aguardava a turma com alegria. Professora estava ali. Brava, ensinava as lições a todos. Coitado daquele que não aprendia de primeira... Cara na parede... Mas como era bom o caminho do Alegre e do Escalado! Nada contrariava às crianças que voltavam pra casa, felizes por ter em mãos as bolinhas de gude da barganha. E o Zé trocava anelzinho de bala com Suely Sette. Pureza de duas crianças que se encontraram na maturidade e reforçaram sua promessa de amizade eterna. E eu, de gaiata, pego carona nas histórias de amigos, que antes desconhecidos, hoje moram em meu coração. Amo vocês, primosas!

ADRO DA IGREJA DO BORBA APÓS A MISSA

Dia de missa! Festa no Borba. Borbagatenses esperam de quatro a nove meses para ter o direito de assistirem a uma missa. Ainda não há estrada de carro. As pessoas transitam montados em burros e mulas, inclusive o padre. A chegada do padre é uma alegria! Montado em sua mula preta, percorre as ruelas do Borba. As famílias esperaram. Quitandas fumegam no forno redondo, enquanto costureiras terminam de preparar os figurinos das famílias. Afinal, peças inteiras de tecido foram compradas no comércio local. Só variavam as cores dos tecidos e os modelos. As pessoas estão muito elegantes. As ruas se colorem com o ir e vir das crianças, jovens e adultos em direção à Igreja do lugar! Igreja de São Sebastião que, com seus companheiros, todos adornados de flores do lugar, exalam seu perfume... Até parece que tomaram banho! A missa é em latim: - Oremus!!! As orações continuam, pois "as almas" estão leves após a confissão... Leves de que, me pergunto! Que pecados podem ter uma comunidade que vive a trabalhar e ferir os joelhos no 'quarto dos santos', enquanto seu padre não vem? Soa a campainha. A missa é prolongada, mas tem um fim. As senhoras acompanham o vigário de Ferros até a casa de Cele, recém casada e feliz! Moçoilas e rapazes transitam pelo adro da Igreja. É o momento dos namoros, mãos fugidias se encontrando, beijos roubados no calor do dia. Que delícia! O calçamento do Adro registra em suas pedras cada gesto, cada pisar adocicado de namorados apaixonados. Vestidos rodados se encontram com a brisa que esvoaça tecidos leves que cobrem os corpos de moças bonitas. Os rapazes ajeitam seus bigodes e crianças correm pra lá e pra cá, na doçura de capristanas que conduzem às escadarias da Igreja. Hora do almoço.Panelas fumegantes são ajeitadas à mesa. O padre se lambe de prazer! Celebrar missa no Borba é um desbunde... Que digam as pedras do adro e as bochechas rosadas das moças! Afinal, o estoque de casmehere bouquet esgotou-se na loja do lugar! Mas o que conta é a felicidade dos jovens que flertaram seus amores... E aneizinhos de bala com pedrinhas de vidro trocados entre as crianças. Escurece. A mula preta do padre segue seu destino. Bornal cheio, pois a viagem é longa. E as pedras do adro hibernam felizes! Esperam por outro momento de reflexão: Qual será o próximo casamento? Marília Procópio que me diga...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

LEVEZA

LAVEI MINH'ALMA. SAIU O PESO DA CACUNDA.

ALMA CIGANA

Tenho a alma cigana. Por lugares, vielas e países sempre estive. Cidades brotam em meu coração E junto com elas, vivências e sonhos de uma alma cigana. Como Drummond, nunca viajei. Quando muito estive nas fronteiras da Argentina. O Borba? Ha! o Borba! Lá estive de menina com minha mãe. Por lá esteviveram meu avô, e com certeza, meu pai. Por lá rezei rezas que não conhecia o significado. Por lá chorei pelo sapato novo, apertado, com saudades do chinelo que acariciava meus pés. E meu avô me levou a descobrir ruelas que hoje, meu coração percorre! Minha alma cigana não agrada a todos. Desculpem-me Mas continuo a viajar pelas asas do azul.

O BORBA EM SERENATAS

Sabor de lembranças no ar... A claridade da lua cheia provoca o perfume da dama da noite que exala sua essencia pelas ruas do Borba Gato. Deve ser o sopro de São Sebastião através das palavras de Marília Procópio. O céu do Distrito esparrama recordações das serenatas que, à tona, estão pelas ruas e memórias do borbagatense. Noite de lua cheia... Que tal uma serenata hoje? O trago no cigarro dá lugar a um assobio e, de repente, as pessoas vão saindo de suas casas. As mulheres, com flores no cabelo, cheirando a alfazema, vão saindo ao lado de seus companheiros e se acomodando na carroceria da caminhonete do Eduardo, filho do Zé Campos. É ele que conduz a turma de músicos com seus instrumentos e cantores afinados a caminho das fazendas do "ferreiro" que mora no campo. Por onde começar? Os acordes do violão apontam para a fazenda do 'tio' Cristovão. E a turma começa... A música 'chão de estrelas' abre o repertório. Passeia pelo céu uma estrela cadente que faz lembrar Dolores Duran, com a noite do meu bem... Enfeita-se a noite com o som das pastorinhas que acordam 'tio Cristovão' e sua família. Dalva de Oliveira quer participar também. Sopra nos ouvidos de Silvério, Valdomiro e Cele os acordes da música 'Barracão de Zinco'. O coro acompanha como ninguém... E dá-lhe cachaça... A carne de panela com farinha alivia o olor da pinga que desliza pela garganta. Tempo esgotado com tio Cristovão. Ainda vamos na casa do Fernando de Nandinho, Bolão do Amir, Zé Vitor, Zé de Serrinha e, de quebra, uma passada pela Vendinha, a caminho de Carmésia. A caminhonete desliza pela estrada de chão como se conhecesse o caminho de cor... Meu coração... não sei porque... bate feliz quando te vê! valsas, boleros, marchinhas cavalgam nas vozes dos cantores da madrugada. Amanhece. Todos são chamados pela lida diária. A lua dá lugar ao sol que chega de mansinho, com seus raios dourados. Mas o som das vozes dos músicos continua: Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil... E as ruelas do Borba crescem diante tanta sinfonia. Cadê o sono? O fogão a lenha aguarda a chaleira que chia... O cafezinho está saindo! E já se pensa na próxima serenata! Não é, Cele?

sábado, 19 de janeiro de 2013

O QUARTO DO MEIO

No Distrito do Borba e pelo interior das Minas Gerais, em suas construções em estilo colonial, ou em casas simples com "cadeiras na calçada", as edificações abrigavam em seu design, o famoso 'quarto do meio'. Era um espaço cheio de mistérios: religiosidade ou castigo. Religiosidade quando abrigava os santos de devoção dos proprietários de suas moradas! Imagens de vários santos se misturavam a cheiro de velas votivas e flores colhidas com fé e carinho pelo coração materno, que no silencio da noite rezava por alguém que só sua alma inquieta sabia. Hoje, todos os santos do quarto do meio acompanham as festividades de São Sebastião. Pra lá de satisfeito com os seus filhos. São Sebastião comenta com São José, Santa Rita e as 'Virgens' Marias como está feliz com a alegria de seus filhos. O quarto do meio está vazio. Todos os santos encontram-se pelas ruas do Borba, em procissão. Marias, Joões, Joses, como cobra se arrastando pelo chão, seguem a procissão que se encaminha para a Capelinha do Borba. Que alegria, meu Deus! O quarto dos santos não existe mais. A modernidade, com sua arquitetura avançada, tirou de dentro das casas os quartos sem ventilação, ou estas foram demolidas para dar espaço a edificações coloniosas, atitude saudosista de um passado considerado tranquilo por seus moradores. E o 'castigo'? que tem a ver com este caso? Simples, uai... moças virgens, casadoiras, tinham nestes quarto do meio, seu colchãozinho de palha, seu travesseirinho de paina o aconchego para suas lágrimas de saudades do namorado! O quarto do meio não dava para a rua. E nestas alcovas, as filhas eram protegidas de um suposto beijo roubado! Mas hoje, não há castigo... Bastião não deixa! Ele protege seus filhos e agradece as homenagens de seus amados. Beijos não são roubados... são consentidos pelas famílias que se reúnem no bar do Vander! Primo Vander! Ainda não o conheço, mas seu pai era irmão do meu vô Zé Gomes! Hoje não existem 'quartos do meio'. Há a alegria radiante que se ecoa no Bar do Vander, ao som do violão do Tio Valdomiro... Não é primozas! Salve Bastião!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

SÃO SEBASTIÃO, ROGAI POR NÓS!

Hoje minha alma , livre que é, vagueia pelas ruas do Borba Gato! Meus olhos acompanham toda a movimentação que ocorre no Distrito: tudo é lindo! A Igrejinha dos "Ferreiros" encontra-se toda enfeitada de flores colhidas nos jardins das casas que, preparadas pelos seus moradores e pela chuva abençoada por Deus, traduzem a alegria de São Sebastião, em seu aniversário! Rei, Rainha e seu cortejo andam pelas ruelas do lugar, ao som da Banda de Música, dança da marujada e do foguetório que ilumina o Borba... Salve, Bastião! Sei que gosta de ser chamado assim por nós! Suas chagas provocadas pelas flechadas nem doem mais... Seus filhos que explodem o coração de amor por você oram e festejam sua presença iluminada! E minha alma voa: pede licença e entra pela Igrejinha: meu Deus! Que linda! Toda matizada de flores que exalam o perfume "que roubam de ti!... E cheia de fé, beijo a fita que vem de sua imagem. Em nome dos borbagatenses, envio meu coração ao infinito e me resigno dizendo: São Sebastião, rogai por nós! Afaste de nós todas as mazelas do mal! E se não se importar, abençoe nossa alimentação festiva e que nossa cerveja deslize lentamente pelas nossas gargantas, enquanto parabenizamos você e aguardamos felizes pela próxima festa. Nossa alegria é abençoada por Você! Só mais um pedido, meu bom Bastião: Abençoe também os Borbagatenses ausentes! E que as montanhas e ruas do Borba sejam o abrigo de todas as almas que, passeiam pelas ruas enfeitadas: almas viventes na Terra e almas viventes no céu... Num abraço afetuoso estamos todos unidos em torno de você. Salve Bastião!