sexta-feira, 28 de junho de 2013

VENTANIA

Não sei o que me acontece...
O coração balança numa gangorra e as perguntas, uma a uma caem sem uma resposta.
Insisto na vertigem do balanço, tento agarrar com unhas e dentes as interrogações que me afligem.
Nada feito.
O silencio mistura-se com divagações alteradas pelo gosto da cerveja e da música que invade meus ouvidos.
Persigo e persisto no desejo de ter um amor, como se a campainha fosse tocar , a porta se abrir para o amor entrar.
Doce ilusão, amargo vazio...
Para que o amor se aproxime, preciso me amar primeiro, me lambuzar das delícias do meu bem querer.
Como amar a mim mesma se as perguntas que me faço fogem levadas pela ventania, vento que balança as palhas do coqueiro da solidão?
Vou pagar pra ver: catarei uma a uma das questões e, na cauda de um relâmpago responderei uma a uma...
O coração estará aberto e a mente buscando atalhos, tropeçará em meias verdades, faíscas da tempestade que aciona meu desejo.
Prossigo.
Vislumbro uma praia de areias mansas e o vai e vem das ondas que me banham a lamber a solidão.
Encontro uma resposta: benza Deus! pode ser verdadeira...
Ao meu lado, de mãos dadas, a solidão se retrai e me encontro com a resposta que preenche a vida da mulher.
Posso amar!


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