segunda-feira, 8 de julho de 2013

CIRANDA

Andar, andar ,andei pelas trevas da solidão e de ilusões facilitadoras de sonhos e ranhuras no coração.
Saltando pedregulhos, feri meus joelhos, esfolei minhas mãos e o coração foi remendado com  muito zelo.
Até que o céu se abriu saltitante, espalhando estrelas cadentes e  uma delas cai em minhas mãos.
Milagre? Não... São as ternuras perdidas pelo cosmos que resolvem brincar de cabra cega...
Nesse momento me transformo numa menina e, de olhos vendados, procuro o meu par...
Alto, magro, dedos longos, mãos macias,peito carregado da mineiridade que gosto tanto.
Não é nenhum garoto e, assim como eu, temos as almas infantilizadas pelo bem querer e pelo sorriso largo da inocência!
Demoramos a nos encontrar: cada um de nós percorria caminhos diferentes, em busca do mesmo objetivo: amar...
Belo dia, eis que se não quando, nos deparamos durante a brincadeira. Uma diferença: Nós dois brincávamos de cabra cega, mas os corações encontravam-se abertos exalando o perfume do bem querer...
Entre rodadas e volteios, volteando sentimentos, nos encontramos.
Assunta daqui, assunta dali e as ternuras vão se desvendando sob a lua minguante...
Engraçado... a lua minguante mingou desesperanças e deu lugar ao sonho sonhado devagarinho de tanto medo de rolar para o desencanto...
Cabra Cega desvenda os olhos e se defronta com um sorriso altivo, rodeado por duas covinhas onde se escondem as pérolas da inocência.
Nem todo adulto perde a inocência: alguns são tidos como idiotas, bobos da corte de um rei castrado de ilusões.
Que lindo...  cabra e menino do sorriso largo encontram-se no centro da roda e num abraço apertado dançam a ciranda cirandinha...
Amigos verdadeiros cirandam diante do encontro de dois adultos crianças, que já caminham em direção do começo da história.
No centro da roda, a menina canta: - ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar...
E no tropeçar do volteio, crianças de almas puras rolam pelo chão da vida, dão a meia volta, volta e meia são dadas na escuridão da noite, na claridade do alvorecer da madrugada...






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