quarta-feira, 19 de novembro de 2014

ESPERANÇA


Hoje saí com meu homem menino...
Andamos pelas ruas da cidade e ele registrou tudo em fotos.

Alegria ao atravessar a ponte e ver meu rio se tornar perene!

Fomos a um bar.

Conversamos muito. E extravasamos nossas dificuldades:
Maria!
Maria Cecília que será nossa, filha do nosso encontro, da nossa paz.

Doce criança que virá habitar nosso lar, nossa casa, nosso ninho.

E de doçuras em doçuras , perduram as lutas contra preconceitos e pontuações maldosas.

E a sua música toca... nossa musica e eu só queria enxergar,
Me enxergar como mulher,
capaz de amar,
amar sempre.
O amor é perene. Sua idade é perene
E acredito no hoje, no agora...
E danço com você, meu amor!

Rodopiamos em valsa sentimento que serão eternos enquanto durem.
Enquanto isso, somos felizes.
E como...



terça-feira, 18 de novembro de 2014

AGONIA

O coração está insatisfeito.
A ternura que distribuo não chega aos pés da que recebo.
Tenho medo: medo grande, medo enorme, medo cruel.


Não sei o que é pior: ficar sozinha ou ter alguém que se importa somente com sua vida.

Mas ele tem razão: a transição da fase adolescência   para a fase adulta traz sequelas doloridas
E eu não sei o que estou fazendo aqui.

Tenho amor a derramar de eternidade e recebo migalhas miúdas , que se traduzem numa jarra de flores na mesa preparada para o Natal.


Que Menino Jesus, doce menino a acudir a vida que vivo me ajude a escolher o melhor:
Solidão ou sofrimento: Sofrimento ou grito de liberdade....
Liberdade ainda que de tardinha!

terça-feira, 21 de outubro de 2014

DILEMA

 
 A surpresa faz de mim uma mulher assustada diante da vida.
 Não sei se posso sentir mazelas passadas ou me acordar para a vida a ser vivida.

As mazelas eu já as conheço, mas oferecem-me um copo vazio para ser completado pela família.
A vida vivida no hoje me dá de bandeja uma aventura deslizada por montanha russa, daquelas bem
perigosas, emocionantes,

Dúvidas corroem a alma a buscar no novo o direito à vida, a emoções a gelarem o peito de ternura e
medo.

O passado se desfaz em partículas, no sentido de se formar um novo viver.
Viajo pelas fitas de cinema onde a cena se repete: escolhas perigosas e avalanches de negação do novo.

Um exemplo delineia-se à minha frente: Chiquinha Gonzaga e seu amor menino...
Será se terei um? será se brincar de viver vai trazer ao meu peito o direito de me arrepiar mais uma vez?

Ou as partículas do passado formarão outros sentimentos em torno de uma mesa, onde a família se reunirá?

Não sei.

Mas a escolha grita pelos sete pontos do meu corpo e a calmaria sentida na madrugada faz com que eu me desequilibre na montanha russa e desça efusivamente com cabelos ao vento.
E ao meu lado, o amor menino sedento, a se deliciar com a segurança da maturidade.

Entre dois amores, digladia o meu coração: um amor desafiador a me carregar por montanhas de ternura extravagantes;

Outro amor quase morno a pedir de mim a maciez dos cabelos brancos escondidos pelas cores disfarçadas do bicolor.

Isto ou aquilo: Eis a questão a machucar o coração bobo de esperança.









sexta-feira, 17 de outubro de 2014

QUESTIONAMENTOS

O coração sente-se despido diante tantas perguntas:
Você sabe o que faz?
É certo acolher, de corpo e alma alguém que sangra e derrama seu sangue numa vertente de dor?

É imprudente acolher um ser, que de menino tem a alma e a doçura do "fubá suado"?
É desmazelo com você acreditar nos olhos de um menino que se faz gigante?

Não sei dizer onde errei, nem o risco a correr numa madrugada quente, gelada por
palavras doídas e do vento do ventilador presente.

sei que minh'alma acolhe sem medo o garoto sofrido e vivido pela dor que o alucina.


Alucinação embriagada pela cerveja que desce descuidada pela rua,
pelo azul do céu, colorido da primavera a salpicar de cores o coração ferido.



                        Para Rodrigo, pai da Maria.


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

FANTASIA



Não tenho amor platônico.
Engano meu  e de desejos furados por um planejamento errôneo.

Tenho um amor bonito, cujo nome é Baruch!
Baruchear sonhos, desejos, carne viva entre toques. amaciar de peles,
entre tapas doces e fluir de beijos molhados e mornos.

Nada foi em vão.
Momentos são iguais aqueles em que vivemos sós, no quadrado da noite, entre vinhos e cervejas:
A aguardente descia devagarinho entre abraços dados no calor da noite e no brilhar das estrelas.


Não sou dedo duro, Baruch! Sou alguém que não suporta mais a solidão a dois, a penúria da
despedida no vazio...

]Não se zangue, Baruchinho! O coração hoje trincou de solidão.
E seu abraço registrado numa tela no quarto, adormece a solidão que machuca a alma.

Perdão se fui audaz.
Mas a coragem vem daqueles que amam
e registram sua dor entre parágrafos, sílabas e monossílabos,
tão terríveis como a dor que sinto agora.

Que se diga a verdade no escurão da noite!


domingo, 12 de outubro de 2014

MADRUGADA


 Madrugada.

Sons de música erudita invadem baixinho os quatro cantos da casa.
Solidão.

Abro a janela e ouço também o canto do galo a embalar sonhos.
Só.

Sozinha, degusto um café morno de saudades,
saudades de um tempo que vivi e voltarei a viver,
não importa o linguajar venenoso de pessoas vãs.

Aguardo o amanhecer.
As estrelas que ainda restam darão lugar ao canto dos pássaros e ao perfume de flores.

E desassossegada com a espera, darei lugar à rotina da vida,
que passa distraída.
Não tenho pressa pra nada. É possível outra soneca,
antes que o dia se faça tarde...

Hoje é domingo e a pressa caminha longe de mim.

E o relógio anda lento, a acompanhar sonhos de uma mulher madura
que se faz criança...

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

TERNURA

 

  Ando nua pela casa,
  entranhas em brasa,
 e menino passarinho acolhe o coração de músicas que o coração põe sentido...
 Não estou só debaixo do arco iris...

sou menina livre pelas pedreiras de Ferros,
lugar que hoje liberta minh'alma de preconceitos,
dores sentidas pelas suas ruas e ruelas.


Sou feliz.
A nudez permite que o clarão da lua ilumine a escuridão da noite
e clareia o pedrão como mito esboçado no permanecer da noite...


Noite mágica a transmudar de ternura a maciez de peles que se juntam num abraço de desejo...


Desejo a ternurar de alegria as paredes da casa,
ternurar de alegria a alma vadia
que se faz livre...,

domingo, 28 de setembro de 2014

NOVELOS DE SONHOS


Diante de mim um sonho brinca a rolar na areia,
a despentear cabelos,
a sorrir levado ao fotografar pássaros,
sonho sonhado na imensidão da claridade do sol,
na luminosidade da lua.

Nuvens enovelam se no céu,
formando carneirinhos,.
a brincarem com cães pequenos,
a fazer sombras no pedrão.

Música preenche a casa de sons
e o trinado do violino desperta meus ouvidos.

A rede vagueia de um lado a outro,
no amarelo da luz.

E o menino dorme sonhando com a menina...
menina a balançar os sonhos e a ternura de um coração descuidado.

Descuidado, mas feliz.
Feliz, pois a vida tem jeito,
jeito brando de machucar devagarinho,
o sonho sonhado a rolar na areia branca,
depois do banho no rio.

Não desperte do sonho.
Prolongue-o enquanto pode ;
Acorde quando o sino badalar seis horas,
Com o canto da maritacas
a acordá-la para a realidade que se impõe.

FESTIM DOS PÁSSAROS.


     Andei descuidada pelo quintal,
     a mirar flores e observar pássaros e borboletas.

    O caminho era um só: fugir da solidão a apertar o peito, a gritar surdamente pela saudade a sufocar.
   
    Assim, caminhei em direção ao pé de jabuticabas, ontem coberto de frutos...
    Pensei com minha alma sedenta de memórias de infância:
   amanhã estarão boas!

    Estavam tão boas e doces que os pássaros rejeitaram as bananas e o mamão:
    Em revoada, pousaram na jabuticabeira e,
    entre cantos e gorjeios, fizeram a festa.

    Não havia um fruto pra contar a história de meses de espera, de um tempo longo
    para o fim da solidão.
 
   Volto para casa feliz, mas o peito explode em dor de uma saudade de alguém
   Que não me reconhece mais,
   que não desabrocha em mim as flores da primavera,
   do toque macio da mansidão da noite.

  Continuo na solidão da lua minguante,
  na vastidão de areias a cobrirem minh'alma de paz!

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

NOTURNO


  Obscureceu a vida sonhada e vivida de um mano especial,
  na calada da noite...
  Solidão, apesar de amigos a ouvirem seu lamento
  e a tentativa de fazê-lo entender que a vida não é bandida.

Deixa o aconchego do colo que se faz berço,
e o acolhe na doçura do abraço, na quentura do útero a aquecer a vida de bem querer.
Está só, apesar das tentativas ternas de o fazer enxergar a doçura de seu coração.

Sua vida se faz noturno e,
Assim como Van Gogh chora em cachoeiras,
lágrimas a lavarem a escuridão da alma a se sentir perdida...

Amigo, somos um tripé, almas de três pernas a equilibrar na corda bamba da vida,
a dançarmos o ponto de alegria,
a fugirmos da inveja,
essa terrível mal querência,
a invadir o dia que se faz pleno.

Por fim, a noite passou e
as flores junto aos patos a refastelarem na água fria e macia,
fazem de você o florescer da primavera.

Estás livre!

                           Julia Carolina da Cunha, para um amigo especial.


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

BRISA



Observo distraída o vento despentear as folhas do coqueiro:
Nada mais supremo que o movimento do vento a trazer surpresas,
possibilidades de novos encontros,
de encantamento a abalar de ternura o doído coração.

Surpresa numa noite de primavera...
calmaria e furor abalam a estrutura estonteada pela calidez do toque
suave e vigoroso do homem menino.

Menino,
fique enquanto for bom o adormecer e amanhecer recheados de sonhos,
mar, vento, teco teco de esperanças a iluminar de luz o canto do guacho,
a alma do sabiá,

Seja bem vindo, menino de alma doce,
a adocicar de mel o vazio solitário da solidão.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

AMAROAMOR

   Sinto o corpo leve e a doçura do abraço,
   abraço a acalentar a vida vivida hoje:
   calor e ternura dos braços acalentados um dia pela minha doçura.

   Cada um que chega representa a energia fulgurante e bela
   Energia a pulular ternura pelos corredores da casa,
   pelos caminhos traçados entre flores,
   flores a abrigar em seus galhos,
   beija flores a buscar mel de pólen em  pólen.


 E o amor é amado a cada gesto,
 a cada sorriso,
 a cada movimento onírico do viver.

 Cada despedida representa o ensaio,
 ensaio tranquilo pela volta,
quando for possível.



 A espera de amaroamor
renova movimentos diários da vida,
movimentos flutuantes, pisadas leves na areia macia,
quando se sente a falta das águas do rio...

O ir e vir da saudade preenche de luz
a rotina doce da vida que se faz presente na ausência de amores.

Enquanto isso, vivo feliz sob o vento leve da primavera.



sexta-feira, 19 de setembro de 2014

NOITE




Leveza de alma...
Esse é o sentimento que transborda pelos poros da pele,
poros a transcender de alívio,
ao se ver desentupidos de maldades malsãs.

Alma a levitar ao som abençoado de Enya,
Enya , vida a pururucar esperanças...

Esperanças de dias azuis, vítreos pela vastidão da luz.

Dias azuis com o som da chuva a dedilhar no telhado e na alma,
as notas musicais.

Suspiro harmônico como a cor de azaleias, róseas de vergonha de seu amor.
Suspiro profundo e lúcido diante a delicadeza de vitrais coloridos,
reflexos no chão pisado pelo peso das dores carregadas por almas cegas de preconceitos.

Faço e refaço os conceitos que me atormentam a alma.
E no refazer diário, do ir e vir das incertezas,
Estou certa: Deus é leve como pluma, suave como a música a preencher de luz
a escuridão a perseguir a alma criança,
 a navegar pela vastidão da noite.







SOLIDÃO A DOIS



Escreve-se com S a palavra que representa a doçura da vida...
Solidão para quem abriu mão do vazio de encontros desencontrados,
De buscas tolas na vastidão da noite.


Escreve-se com S o nome de Strauss
Sujeito mágico que lhe enche de doçura o furor da solidão
Que se você permitir,
Cega seu viver, apaga a luz bendita a iluminar seu caminho.

Escreve-se com S a palavra saudade,
saudade do que não sei,
daquilo que sinto a corroer de feridas o coração.


Escreve-se com S a palavra solitude,
Solitude que a vagar pela noite solitária,
lhe sufoca com a plenitude do som, música a
preencher de luz o coração,
palavra Sanguínea  que se escreve com C.
C de coração, céu azúleo e carente de chuva,
Chuva a lavar a alma e trazer a calma

Calma a apagar o choro de lamento do rio,
rio a sorrir em suas águas barrentas,
pedindo socorro no vazio da humanidade.

Humanidade desumana ,
a cavalgar,
na plenitude da noite!

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

ACASO


Encontrei, assim por acaso
Uma pessoa em minha vida...

Gosta de cores, de arte, pinturas, e do arco íris.

Fez-me bem.
Deixou impregnado no peito o desejo de vê-lo novamente,
várias vezes,
para que a leitura seja feita!

Vontade de entender sua linguagem, seus silêncios, pausas...
Continuo aqui,
analisando a solidão e o amor incondicional à cidade onde moro hoje.

Quero a rosa mais linda do quintal que enfeita a vida que desfruto,
pra enfeitar de luzes as paredes do ser que se faz em si.


Que cada dia seja o momento da espera, o dia de chuva a banhar o verde das montanhas,

Chuva a cair nas cabeceiras; nascentes carentes do seu afagar
que se transforma em vida.

O rio e eu agradecemos a água jorrada no silencio da dor que acompanha o preço que se paga
por uma solidão,

Solidão preenchida pelo anonimato das águas da chuva,
Solidão que se faz criança no olhar preenchido diante da cruz.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

POETA, OU MERDA?



Trago no peito o que não se explica,
não se justifica a não ser pelo teor alcoólico...
Sou centrada, inacabada,
mais ou menos resolvida.

E mais ou menos querida
pelo afeto que analisa passo a passo,
os revertérios da poeta.

Poeta?

Quem é você, menina graúda, pra se julgar poeta...
Poeta rima amor e dor
você rima amor com fantasia,
sonho sonhado em busca de flores?

Flores? quieta, menina graúda, seu quintal está cheio...
E as galinhas cocoricam ao se pertencerem ao galo.


e a menina graúda desafia Gregório de Matos a um debate...

Menina graúda, é louca?

Sim! louca como Arminda que previu a bomba atômica.

Louca como uma uma alma perdida nas capistranas da vida.

domingo, 14 de setembro de 2014

FANTASMAS



Perseguem a mim fantasmas horripilantes,
ou quem sabe, amantes da solidão.

Acho que amantes da solidão
e do borbulhar de notas musicais formando um chorinho.

Chorinho que ainda ilumina a alma de poucos,
ou muitos, se considerarmos a ousadia do bom gosto...

Em cada nota musical, a alma transcende em belezas sadias e de volúpias
volupudiadas em dedilhar dos dedos que perseguem o som.

Minto. Não perseguem o som: deixam a alma transbordar em alívio
para a solidão.
A alma se completa a si mesma no rodilhar do som a verdejar esperanças.

Esperanças de que a sensibilidade volteia o mundo,

Esperanças de que o mundo tem jeito,
Até eu tenho conserto...

LIBERDADE AINDA QUE DE TARDINHA




Entre vales verdejantes,  a alma passeia.

Alguns ipês ainda iluminam o céu, disputando o brilho com o clarão da lua.
Prossigo.

Passeio descuidada pelo meu quintal...
flores, flores e mais flores se ajeitam na perspectiva da máquina fotográfica.

O voo da liberdade se expande na rasante do rio.

Sou tão livre, tão livre, até porque  o teto da cozinha são colunas formando um arco íris.
Cores a iluminar a vida: flores, borboletas, beija-flores a adocicarem o bico no mel natural da natureza mãe.

A cidade acolhe  fantasias e ausências.
Ausências segredadas no abrir e fechar dos olhos, na energia mutante que embriaga a vida.

Vida, doce vida , na cumplicidade do viver.

Viver de asas abertas, sonho sonhado na liberdade,
liberdade que abriga a menina levada,
levada ao perscrutar o voo do pássaro,
pássaro altivo na languidez morna do domingo.

VIDA ÀS AVESSAS

O coração está vazio.
Solidão.

A cerveja desliza sem fazer barulho,
pra não incomodar o silencio da alma,

alma que se faz mulher: dia sim, dia não, responde como pode.

Mulher faceira, fagueira, se embriaga ao preencher o coração de ternura.
Ternura que se faz menina, ao perfume francês, misturado ao odor do frango que assa descuidado.

Descuidada é a vida,
descuidado é o amor,
Amor menino nos braços da mulher madura...

E assim vamos vivendo,
debaixo do azul do céu,
debaixo da escuridão da noite,
debaixo do segredo da solidão.

sábado, 13 de setembro de 2014

FANTASIA


Espero por você.
Assim tranquila, assim aflita, assim como louca.
Sei que virá,
pois as almas gritam pelo sim.
Sinergia doce, se é doce ou com sabor apimentado.
Assim que chegar, nossos beijos se encontrarão.
Nossos corpos dirão sim,
Já que as almas enfeitadas,
Se abraçam na luminosidade tardia da lua.


Imaginação ?
Não sei.
Pago pra ver,
pra sentir,
para ouvir sua risada louca
a ecoar em meus ouvidos.

Aliás, sei!
É a loucura que se faz presente
Diante das salivas que se misturam,
do desejo que se enrosca entre beijos.

E a cada visita aguardo pelo impossível,
pelo sonho que se esvai...


quarta-feira, 10 de setembro de 2014

DEUS?

Quem sente Deus poderoso e malvado, não tem fé;.
Deus é um cara que se diz seu pai, que acolhe você em seus braços e diz que lhe ama...
Deus é um sopro de perdão e aconchego em suas horas vazias,
Deus é aquele cara que lhe diz sim, nas horas de maior aperto, de maior sofreguidão.
Deus é aquele cara que ilumina a escuridão do vácuo causado pela lua.
Deus- montanhas que acolhem Ferros e lhe dão a ternura do bem querer...
Deus, vida, amor, doçura que lhe deixa em pé.
Quando tudo se derruba em nada!


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

DESALINHO

O amor que me coube
é um amor desalinhado,
foge a todas as formas ditas corretas de se amar.
Somos pelo avesso do avesso...
sequer nos encontramos, mas nos vemos todos os dias.
almas dão-se às mãos na loucura vivida por nós.
E nossos corpos se unem no vazio da espera.
Promessas vãs, encontros sutis, gozos alternados pela dor.
Mas tudo bem: afinal, porque não rimar amor e dor?
Do meu lado , desilusão. Do outro, desejo ardente, clamor passageiro da
quentura dos corpos.
A solidão se faz menina com sua ausência;
e a claridade da lua forma no céu, cheio de estrelas, a solitude de um coração vazio de esperanças.
Como Clarice, desfaço-me na incerteza do viver e,
só não me queimo pelo cigarro, pois o fogo é  perene, que se esvai no vazio.
Vazio que se faz criança,
criança adocicada pela leveza do amor...

INTERROGAÇÕES


Texto ou poesia?
Eis a questão.
Textos ou poesia, não me importo com a análise.
Já disse que não sou poeta, mas escrevo pra não morrer sufocada, pra não sucumbir
diante dos dias mal sãos.
Sou uma mulher que se apega ao riso pra fugir da solidão.
 De risos ou lágrimas são feitos os meus momentos nessa cidadezinha pequena,
cujo rio, num lamento, pede a chuva, como solução divina.
Mulher: nasceu com uma cruz, que pela primeira impressão , é leve...
Acham leve, mas como dói...
faíscas, larvas de dor ferem minh'alma e a deixam vazia
Sonhos sonhados pela menina, um dia, se transformam em nada
Poesia?
Ferida!


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

ADORMECER

Os cães brincam aos meus pés.
Cada uma delas traz seu travesseirinho pra me chamar a atenção.
Janna e Mustafá brincam com a almofada, felizes...
Mal mal sabem eles que serão o futuro casal de cães da casa!
Não se preocupem:
Falo sozinha com a languidez da vida...

Poetizar...

O poeta é um fingidor,
 Sente as dores que deveras sente...
Já dizia Fernando Pessoa.
Não sou poeta. Brinco com as palavras pra não morrer de dor!
Sou feliz como o sabiá que saboreia o mamão a cada dia da minha vida!
Como o sabiá, aguardo o momento do sim, da doçura, do afago!
Como o sabiá tenho os dias todos meus, dias que são de todo o mundo.
A cerveja gelada, o bailado das cadelas, a beleza das plantas, trazem pra mim, a realidade:
Acorda, menina... Você é feliz!
Deveras, sou feliz. Sou livre e permanentemente forte!
Sangro, mas não me permito sucumbir.

ESPERANÇA

Pensamentos alternados,
desejos palpitantes,
calor na alma,
coração latejante,
tudo isso judia o corpo e a alma.
Estou cansada.
Venha, primavera! Renove minhas flores,
Que as brincadeiras das cadelas tragam de volta a alegria em minha vida.
Santo anjo do Senhor! traz minha paz renovada...
Ilumina de estrelas o céu que acoberta a vida que vivo hoje!
Lua, luar, Sua luz e o brilho das estrelas encherão de raios de luz, a mim e o rio da minha aldeia!
Verei tudo de novo com olhos de sabedoria e a calma resplandecerá em meu viver...
Pensamentos ruins serão expurgados do coração e os latejos alucinantes deixarão de existir
A paz reinará de novo a partir de amanhã.
Hoje não!

DESATINO



Acostumei-me a morar sozinha,
com meus pensamentos, resoluções, definições e decisões.
para mim, é comum o cheiro da casa que me abriga, o som das músicas preferidas,
o perfume que ambienta o quarto onde durmo, paz da minha vida.
Não sei viver acompanhada por ninguém.
São momentos que desatinam meu coração, perturbam minh'alma,
Desarticulam a energia do meu viver.
Estar com amigos é doce, suave, terno...
Não me perturbe, sombra que desatina a vida doce do momento!
Cada pássaro em seu ninho, cada borboleta em sua flor, cada olhar no olhar de amor,
cada perfume exalado em vidas diferentes, cada um em seu tranquilo viver.
Vá embora, assombração. Que a paz volte ao viver de quem se enjoa com perfume doce!
Que eu volte a respirar suave, livre, leve, solta!

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

DEPRESSÃO


Hoje tenho o maxilar travado,
a língua crescida,
a solidão apreensiva,
a angústia dolorida,
Um sentimento clariceano, a clarinear os sentidos
quando ela se sentia mal...
O badalar dos sinos marcam 18 horas
não quero ver a lua que se aproxima.
Quero o sono acalentador,
Afago da maciez do travesseiro,
multidão de anjos a me acalentarem
Sopro de vida no coração.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

RIO SANTO ANTÔNIO


A lua faceira, já ilumina os céus do nosso planeta... Deixa o Japão cansada pela noite trabalhosa e se aquieta em minha cidade...
Que egoismo! Claro que ela brilha pelos céus chapiscados de estrelas aqui agora!
Sua luz reflete na águas do rio Santo Antônio que agoniza.
Diz preciosa às águas que correm lentas, desanimadas... Suspira fundo e respira lento.
Suas águas voltarão a ser vistas com satisfação e saudades por aqueles que amam seu marulhar.
Andirás, piaus, mandis e traíras nadarão lentas pelas suas águas, num bailado frenético de alegria.
Somos assim, Rio Santo Antônio! às vezes agonizamos diante da insensatez humana. Mas, num ímpeto ardiloso e feroz, nos levantamos, e, no seu caso, correrá suas águas contornando as pedras moldadas pelo seu movimento veloz.
Ouça a lua, nosso rio! Respira lento para aguardar seu ressurgimento belo e artisticamente desenhado em seu formato contornando a cidade!
Seja bem vindo, meu rio...
Obrigada Lua, por sussurrar palavras de consolo a um rio que agoniza e a seus filhos que lamentam sua dor!

"NÃO SOU ALEGRE NEM SOU TRISTE"...



Sigo a direção do coração e espanto a solidão que insiste em me acobertar.
Escrevo.
As palavras saltitam regateiras como minha alegria...
Um dia, estupidamente feliz, noutro a dançar um tango com a solidão.
Sou assim: "Não sou alegre nem sou triste"... Sou poeta!

PRENÚNCIO DA PRIMAVERA


A alegria que sinto é o prenúncio da primavera ...
Jabuticabeira em flor exala o perfume de filhos e amigos que estiveram comigo
debaixo de meu arco íris.
Sons de riso , acalanto de ternura, carícia velada de filhos que representam uma luta vencida...
Pássaros livres aparecem todos os dias a saborear bananas e mamões colocados com carinho pelas mãos calejadas de amor.
Abro a janela. De um lado, flores do quintal iluminando a vida: minha e de beija flores que se banham no aspergir da mangueira. Ah! também as galinhas cacarejam depois de aliviadas por me fornecerem ovos que encantam pães de queijo.
Da outra janela, aguardo meu futuro amor. O azul de seus olhos brilham mais que água marinha.
O computador registra textos de trabalho e de uma vida vivida com sabedoria e a doçura: memórias de um menino que se fez homem...
Ah, minha terra! O badalar dos sinos de sua Matriz refletem em minha vida a luminosidade divina.
Minha primavera... que trará a chuva para alimentar as árvores e arbustos, buganvileas e ternuras da natureza.
Nossa primavera ouvida aos sons de Vivaldi.
Nossa primavera a encher e realizar sonhos de uma alma esperançosa, adocicada de amores! 

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

VIAGEM PELO TEMPO

Vivi de madura, na cidade grande.
De pequena, corria pelos campos, fazia vassouras de ramos pra varrer o forno de barro da minha mãe.
Não quero dizer da madureza, pois agora, ando de ré...
De volta à infância, crio galinhas: a madureza permitiu que cultivasse horta e criasse galinhas.
Tem uma vantagem:  de menina, recebia santinho de padre safado...
De madura, bato boca com diácono de merda, que defende o bispo como uma carola.
Coitado! Não sabe o que fala... O cérebro é miudinho diante dos músculos de um macho men...
As imagens dos santos restaurados o perseguem... o Bispo é quem manda...
Ele não sabe que a ditadura já passou e que a Igreja é secular...
Não bate no peito mea culpa. Não sabe o que é isso.
A madureza me permite criar galinhas e, quem sabe comprar patos nas mãos do Cica?
E a cidade , mais que pequena, me acolhe de braços abertos!
Afinal, minha mãe usava creme de alface na pele...
E que delícia é uma alface saboreada pela pele e pelo paladar...

sexta-feira, 27 de junho de 2014

ESPERANÇA


Hoje não quis ninguém ao meu lado, só mesmo o zumbido do silêncio e o ganido manso dos filhotes da Jade.
Sei não!
Estes cãezinhos tem sido minha alegria, até quando confundem meus chinelos com uma teta...
Olho pela janela, converso com as pessoas, ouço calada descalabros absurdos que,
até me esqueço que já me aposentei.
Bituca roe meu dedão e permite que eu pense no amanhã...
Hoje estou bem! amanhã estarei muito mais.
Quem sabe estarei menos amarga, mais esperançosa e aprenderei a ganir?
Quem sabe me farei entender pelos amores que me prendem à vida?
E o uso da boina representa essa verdade, a convicção ou mentira de que está tudo bem;
A constatação que a vida é brisa que sopra de leve pelas areias finas da beira do mar.
A certeza de que nada é mais lindo do que as flores que perfumam meu dia, que o ganido dos cãezinhos que me cercam,
Que a neblina que envolve meu corpo num arrepio de amor.

domingo, 30 de março de 2014

Molejo

Desenrosco o meu cabelo na sombra do acaso
Sinto-me uma enlouquecida à sombra do vazio da imensidão.
Não tem nada não.
O cabelo é liso e a imensidão é poderosa,
Dona do cabelo que se faz teimoso,
Dona da vida que se faz triste. 

sexta-feira, 28 de março de 2014

Miragem.

Hoje a companhia se fez vazia
Nenhum vocabulário preencheu o vazio da alma
Sou um ser andante, vazio, que não se preenche com nada vulgar.
Uma criatura de carne, feita de gente, e que as praias e os goals se fazem vazio.
Não fico sentida, nem agrado aos corações...
Sou filha de Maria, pedaço daquilo que se perdeu
no vagar da lua...

segunda-feira, 17 de março de 2014

JANELA

Que vejo da minha janela?
Vejo flores, canteiros, borboletas risonhas , pássaros ousados a comer bananas,
E à noite vejo a lua rodando a saia em torno do pedrão...
Ela se faz de garota diante a magnitude do pedrão, que guarda histórias e mistérios de uma cidade.
Da minha janela, vejo a vida que vivo!

domingo, 9 de março de 2014

A moça da janela

A moça da janela, hoje enfrentou as maritacas.
Convidou-as para um café ou um bucado de ração.
A vida sempre surpreende quem chega em sua terra:
Ou você capinou o quintal, ou esperou que alguém capinasse por você.
Mas ofereço minha casa, minha alma a quem me julga forasteira!
Aliás, com raras exceções cheguei antes de vocês...
Quero-as a meu lado, questionando os problemas da cidade, parceiras nas resoluções dos problemas...
O resto é o resto...

domingo, 2 de março de 2014

Carnaval

Estou em Ferros.
A vida corre entre capistranas e meios fios
Entre fios e meios fios , sorrisos educados , pelejados pelo AKA!
Sou feliz entre os mistérios da alma e do silêncio de quem amo.
Os mistérios debulham-se entre batucadas que se fazem silencio, no silencio dos mistérios.
Continuo intocada pela batucada, pelo calar dos tambores , calar que se faz na trajetória da batucada.
Sou amante do do re mi fa sol que se traduz em bálsamo para os ouvidos.
sou amante do buarquejar, caetanear,, silveirar e tudo aquilo que se traduz em sintonia...
O apagão me tirou do sério. Apagou da memória  Chiquinha Gonzaga, a quem amo de paixão, abrindo alas em seu pelejar.Mas vá adiante, mulher
Atropelos existem pra testar sua força, seu desejo, a alma da mulher.
Mulher que se faz perene no AKÁ , até logo,
Vá rezar!


sábado, 22 de fevereiro de 2014

IMPREVISTOS

Hoje em Ferros, acontece o encontro de cavaleiros.
Pelas ruas, ouço o toque das ferraduras. Chego à
`janela e percebo as idas e vindas dos cavaleiros pela sua jornada. Homens e mulheres a caráter
e  nas mãos , latas de cerveja e o embornal de pinga...
Corro a fotografar: imprevisto: a bateria da máquina acabou!
Há situações que só ficam na retina...
Foi tudo muito lindo, principalmente a chegada dos cavaleiros no fim da tarde, rumo à praça.
Lá, o tropeiro espera por eles. Matará a fome, como tira gosto da pinga que jorra!
Não vou à praça. O forró é bom... Mas não sei dançar...
Prefiro ficar em minha casa ouvindo composições do Paulinho da Viola!
E o calçamento fica lotado do estrume de éguas e cavalos que passearam pelo pedaço...
Dá-lhe forró! Da próxima vez serei mais cuidadosa com a máquina fotográfica.
Desta vez, só minha retina pra contar a história!

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Analogia de um sonho

Ando por uma cidade cheia de memórias e as memórias brincam comigo.
Passeio pelas capistranas do sonho e prossigo.
Escavaco meu dedão em histórias que se foram ,fazem de mim uma mulher que roda seu vestido de cigana
no caminhar andarilho do ser humano.
E registro no meu caminhar, minha história e histórias daqueles que caminharam junto a mim

Não sou sozinha. Os antepassados traçaram em mim o que é patrimônio...
Pater... família que doou a mim, o sonho de liberdade..