quinta-feira, 29 de agosto de 2013

VIAGEM

Todo poeta é um fingidor, já dizia Fernando Pessoa...
A partir de mim, que se diz poeta, sou uma fingidora de marca maior... Disse há pouco sobre prazer e desejo e me perco agora entre sentimentos obtusos. 
Tudo isso por ser uma mulher que sente desejos e, como mãe/mulher, me derreto de tesão.
D'us não condena a mulher que se sente viva... Seu filho se fez homem e amou uma mulher!
Sou poeta e fingidora, sou bandida, solta na vida e sob medida para seu prazer.
As palavras ditas, já se foram com o vento. estou aqui, com saudades de tu, meu desejo; sua pele rósea, amorenada pelo sol da brasilidade.
Não se afugente antes que possamos sentir o calor da brasa que nos faz vivos, que nos faz mortais.
Venha, vinho tinto e derrame sobre mim o caldo da uva pisoteada em sua solidão. Estou aqui, meu ouro preto,; vem que te quero vivo... Que te quero torto, que te quero meu!



CORAÇÕES CIGANOS

De sol a mi, de lá a ré, melodias se constroem num diálogo mavioso.
Almas ou corpos etéreos se encontram entre o dedilhar no teclado do computador.
Mistério? que segredo é esse que aproxima pessoas que nunca se viram, se tocaram, mas se conjugam no verbo "ciganear"?
A nota lá tocada pelo arco do violino traz a nota mi para perto do coração que também se diz cigano.
A nota sol retoca os sons, iluminando de prazer a eteriedade das almas que se conjugam no ensaio do prazer.
Um Ballet! Isso... um Ballet de palavras, pensamentos e jogos prematuros antes que amadureçam.
A cada fonema, um passo se desenha na dança da conquista...
O bailado sensual se insinua a partir de cada som de um violino cigano.
Quem toca? a cigana, com sua saia rodada manuseando o arco num eterno movimento de alegria.
Corações ciganos? Quem sabe jantarão o manjar dos deuses num par de deux  de um bolero?
Que Ravel nos inspire da vesperata ao amanhecer... Tim Tim...



terça-feira, 27 de agosto de 2013

AMOR LIVRE

Amor ou desejo?
Desejo, eis a resposta...
Amor que se tem notícia, maltrata, anula, exala a dor pelos poros!
O desejo? Ah! o desejo...
Esse sim... faz correr sangue pelas veias, arrepiar a pele de prazer, adocicar a vida como um licor saboroso e exótico...
Amor faz sofrer, sublima sentimentos de ciumes, de posse, de desafeto.
O desejo? traz aos poros gotas de suor enfeitiçados pela mistura de cheiros sagrados.
O desejo, ama e deixa viver o seu amor numa ciranda de liberdade. O desejo liberta a alma da cruz do pecado, coisa inexistente perante D'us.
Ah! o desejo... esse sim! Pulula em meu ser como água a desenrolar cachoeira, como onda a quebrar as areias do mar, como a brisa leve a revoar meus cabelos...
O desejo? esse transforma a vida em um bando de borboletas em revoada!

domingo, 25 de agosto de 2013

ALMA CIGANA

Dialogo sempre com o coração: de onde herdei essa alma cigana?
Essa menina sem juízo, que viravolteia pra lá e pra cá, entre a dor e a alegria e quase sempre entre o prazer e os prazeres?
Ah! como é bom ter a alma livre, vida livre e fazer tudo aquilo que sugere o coração...
De dia, me deixa louca... à noite me beija a boca...
Eta alma levada, que se inebria com a música, que delira com os livros, vibra com os amigos verdadeiros e dedilha o violino, com os dedos amantes ...
A alma cigana tem suas origens... Sou Silveira e a Silveirice pulsa em minhas veias, herança de meu pai, meu guru e meu vô Zé Gomes, início de tudo...
Cavalgo num cavalo alado pela vida, embriago de bons vinhos e cerveja gelada...
E a cada voo da alma cigana, viajo por lugares floridos, onde borboletas voam desapercebidas!
E entre borboletas tranquilas em seu voo colorido, encontro desejo ardente que alimenta a minha menina...
E a menina gargalha, sorri de leve, se entrega toda faceira nos braços de sua paixão.
Deuses mitológicos: será que andaram por aqui também? Acho que sim...
Pois do Olimpos fugiu o Apolo a me levitar entre abraços ardentes.
Em taças de cristal, Apolo e eu brindamos a paixão trazida pelas asas do cavalo alado, que com sua leveza trouxe do Monte Olimpos para saciar as sede dos amantes.
É isso... Minha alma é cigana! E que cigana bonita...


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

PENSAMENTOS INTRUSOS

O coração, esse menino bobo, recebe pensamentos intrusos ao desejo de viver intensamente.
Coração bobo, quando vai aprender que ninguém é de ninguém?
Quando vai aprender que a vida é feita de momentos, cada um mais delicioso que o outro?
Momentos indescritíveis, maravilhosos, cheios de prazer e êxtase?
Existência deliciosa, que, a cada segundo vivido enche a alma de ternura e o corpo de prazer?
Não se sinta descompassado, coração...
Minutos que serão seus, ninguém pode tirar...
Vista-se com a máscara e, diante do rosto também com máscaras, viva o hoje como se fora o último dia...
Saboreiem os manjares dos corpos molhados de suor, degustem salmão ao licor de jabuticabas e gargalhem com o ardente sabor da havana...
Esse dia chegará... Cada ato ao seu tempo.
E você, coração bobo, baterá descompassado de alegria.
Estou aqui!