sábado, 11 de maio de 2013

VAGA-LUME

Quem sou eu, pequena vaga-lume, que atravessa a escuridão, levando luzes que não iluminam nada?
Que menina insubordinada é essa  que enxerga na escuridão o vazio da luz?
Digo e repito: não sou ninguém frente aos desafios diários, frente à ignorância que arrota sua vantagem...
Continuo a ser uma menina, de vestidos semi-curtos e olhares trôpegos pela madrugada.
Menina que vê em suas cadelas. a alegria do anoitecer, prazer delicioso da liberdade...
Agora sou livre à noite! Até por pouco tempo.
Não entendo a maldade humana, mas reconheço em mim a malvadeza de quem não tem luz de um vaga-lume.
Desesperadamente, sou eu! Aflita, agoniada e só.
Aonde estava eu pra criar meus filhos?
Aonde estavam meus filhos para se enxergarem no caminho que mostrei?
A luz do vaga-lume foi insuficiente, não superou o clarão da lua...
E o clarão da lua aborta sonhos de uma mulher que viu numa labareda a solução
elegante de uma vida que, de bem vivida, se transforma num breu; breu sequer amacia as cordas de um violino, que hoje é visto como tralha a incomodar  nova ordem mundial...

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