Fim de férias! Acabaram-se as brincadeiras nas tulhas de milho e feijão, corridas
pelo campo, jogos de bola de gude, o pular de cordas, seis crianças no lombo do
cavalo... Upa, cavalinho!
Brincadeiras nos córregos, casos de assombração à beira do fogão, enquanto a
banana assava, mijo na cama com medo da mula sem cabeça, enfim...
As aulas vão começar.
A gurizada do distrito volta aos seu lares. E a criançada da roça ajeita sua
capanga com novos cadernos. Quanta expectativa: - Quem será a professora?
Algumas crianças vão a cavalo. Levantam às 5 horas, pois as aulas começam as 7.
Outras, sem esse conforto, vão a pé. É comum os pés ferirem, até se acostumarem com os pedregulhos do caminho.
Outras vezes, a meninada faz barganha:o cavalo por bolinhas de gude. Mas a barganha
era segredo... As bolinhas eram escondidas no mato!
Marília me disse que seus irmãos eram muito levados. E bilhetes teriam que fazer a
trajetória: Escola- pais. Quem disse que os meninos deixavam?
Bilhetes nunca chegavam ao seu destino.
Belo dia, o garoto foi apertar o arreio do animal. E Eloiza ficou muito perto!
Levou uma mordida do cavalo e até pouco tempo as marcas dos dentes do cavalo ficaram
em seu braço.
Zepha aguardava a turma com alegria. Professora estava ali. Brava, ensinava as
lições a todos. Coitado daquele que não aprendia de primeira... Cara na parede...
Mas como era bom o caminho do Alegre e do Escalado! Nada contrariava às crianças
que voltavam pra casa, felizes por ter em mãos as bolinhas de gude da barganha.
E o Zé trocava anelzinho de bala com Suely Sette. Pureza de duas crianças que
se encontraram na maturidade e reforçaram sua promessa de amizade eterna.
E eu, de gaiata, pego carona nas histórias de amigos, que antes desconhecidos,
hoje moram em meu coração. Amo vocês, primosas!
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