sábado, 26 de janeiro de 2013

E AS CRIANÇAS DO ESCALADO E DO ALEGRE VÃO À ESCOLA


Fim de férias! Acabaram-se as brincadeiras nas tulhas de milho e feijão, corridas pelo campo, jogos de bola de gude, o pular de cordas, seis crianças no lombo do cavalo... Upa, cavalinho! Brincadeiras nos córregos, casos de assombração à beira do fogão, enquanto a banana assava, mijo na cama com medo da mula sem cabeça, enfim... As aulas vão começar. A gurizada do distrito volta aos seu lares. E a criançada da roça ajeita sua capanga com novos cadernos. Quanta expectativa: - Quem será a professora? Algumas crianças vão a cavalo. Levantam às 5 horas, pois as aulas começam as 7. Outras, sem esse conforto, vão a pé. É comum os pés ferirem, até se acostumarem com os pedregulhos do caminho. Outras vezes, a meninada faz barganha:o cavalo por bolinhas de gude. Mas a barganha era segredo... As bolinhas eram escondidas no mato! Marília me disse que seus irmãos eram muito levados. E bilhetes teriam que fazer a trajetória: Escola- pais. Quem disse que os meninos deixavam? Bilhetes nunca chegavam ao seu destino. Belo dia, o garoto foi apertar o arreio do animal. E Eloiza ficou muito perto! Levou uma mordida do cavalo e até pouco tempo as marcas dos dentes do cavalo ficaram em seu braço. Zepha aguardava a turma com alegria. Professora estava ali. Brava, ensinava as lições a todos. Coitado daquele que não aprendia de primeira... Cara na parede... Mas como era bom o caminho do Alegre e do Escalado! Nada contrariava às crianças que voltavam pra casa, felizes por ter em mãos as bolinhas de gude da barganha. E o Zé trocava anelzinho de bala com Suely Sette. Pureza de duas crianças que se encontraram na maturidade e reforçaram sua promessa de amizade eterna. E eu, de gaiata, pego carona nas histórias de amigos, que antes desconhecidos, hoje moram em meu coração. Amo vocês, primosas!

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