quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Madrugada

Madrugada.
Dormir pra que?
O silêncio recebe o aconchego da música que ilumina a alma.
Sem vagalumes, sem estrelas, sem luar.
A madrugada acende a lucidez dos pensamentos que atormentam a vida mal vivida.
E a luz se explode como fogos de artifícios, iluminando a manhã.
Manhece... manheço também.
A tonalidade rósea da manhã traz a explosão da vida que de pirracenta se faz mulher...
Mulher de alma teimosa que se derrete ao som de Mozart.
Mozartear... bailar fragmentos da alma que se arrepia de prazer.
Levita o coração entre sons inimagináveis aos ouvidos, ao coração,
a um sentimento que se chamam amor.
Mais que isso. Amor não acorrenta.
voa livre pelo espaço sideral.
Liberta do sono, danço na maciez de nuvens que aconchegam a fragilidade da muylher.
Enquanto isso,saboreio gotas de vinho.
E a luz se faz presente.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Morbidez

Meu corpo se desfaz em nuvens. Não é o que desejo da volúpia do prazer.

O que desejo é chamado de morbidez, palavra desconhecida do sentir que me faz gente.
Morbidez? que sentimento é esse que me leva a morte, ao descontentamento vulgar?
O que se diz mórbido não passou de ternura articulada no afeto desfeito no acoplar de corpos que disseram sim à ternura de Constance Demby.
Tudo o que vier depois é som...
Som da música qualquer que ainda não conheço e se desmancha num capuchino e o sabor diz sim...
Sim que desnuda a alma que se perpetua no talvez...
¨Talvez eu me entregue à ternura da manhã.
Talvez eu me abrace à morbidez ditada pela vida.
Talvez...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Tribunal de Inquisição

Que adianta bons propósitos se a burocracia eclesiástica é um furacão destruindo tudo,massacrando sonhos,obstruindo desejos, sufocando a harmonia almejada por um casal?
Não aceito o tribunal de inquisição.
Estou viva e quero amar, como amei outras vezes. Baruch!
Bendito seja seus braços, seus abraços, nosso desejo, risos molhados, beijos quentes,
paixão desenfreada pelos lençóis macios,mel adocicado a deslizar pelo corpos ardentes de desejo.
Momentos jamais esquecidos por mim, e abençoados pela natureza, mãe de todos nós.
Bendito, saudades de momentos inesquecíveis que permanecerão pra sempre em meus poros.
Pra sempre, Baruch!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Conversão

Meu modo de viver se transforma a partir do "dia dos namorados".Num momento de surpresa,a luz encandesce a casa,iridesce o coração que palpita em contas de luz.
Tudo se altera em função de palavras doces e olhares penetrantes que apregoam pensamentos de paz e de um novo propósito.
Deliberação divina para uma comunhão de almas e de corpos que se unem devagar com a permissão de Deus.
Mudança radical numa vida perdida,solta na escuridão que não levou a nada.
Hoje,caminho a dois por alamedas iluminadas e olhares translúcidos por lugares abençoados.
Dois companheiros que se entregam ao nascimento do amor que é gerado pela luminosidade da manhã,pela benção sem tamanho da ternura de Cristo.

sábado, 11 de junho de 2011

Menina cigana

Alma cigana. Menina levada a levar pra lá e pra e cá o gozo da alegria e da eternidade do prazer.
Mas tudo acaba. O gozo do ninho vazio se faz brincadeira no faz de conta que alguma coisa aconteceu.
Nada no vazio da solidão.
Tudo mentira no gozo absoluto do prazer que se faz daquilo que a brincadeira de faz de conta, do vazio que corresponde ao aniversáro absoluto do nada.
Tudo ou nada.
Tudo aquilo que se faz vivo no desejo de tudo.
Tudo é mentira. É falso no viravoltear do carinho que amortece a pele e a desnuda em sentimentos mil.
Vomito palavras.E as palavras se ressuscitam em qualquer coisa que se chama amor.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Kokoro

Caminho pela casa. O silêncio brinca entre a música e o gotejar da cerveja.
A lingua brinca de faz de conta com o saber e a ignorância dos descabidos.
É madrugada. O sono brinca de se esconder pela casa ao som de músicas doces que acariciam o espaço onde é o meu viver.
Nada sei. Tudo sinto ante o vazio da solidão.
Não me queixo. Clariceando, me enovelo no meu eu que se faz presente.
Pausa. Entre uma música e outra, silencio. Nada sei. Mas a sintonia penetra meu ser
e deixa branco o universo.
Tudo é luz. Luminosidade acompanhada de notas musicais que aconchegam o lugar.
E a luz se transforma em som.
Sons que fazem o saber do que houve, do que foi, do que será.
Som que extravia o sentimento em torno do prazer.
Musicalidade que chama o sono e aponta a claridade da manhã
.Manhãcedo. Luz que atrofia a solidão.Luz que atrofia o nada.

Baruch

Tenho a alma dividida entre o poder da palavra e o pisar carinhoso sobre as nuvens.
As nuvens são macias e falsas.
O que resta é um buraco vazio onde tudo é falso, onde se enterra o amor.
Amor? invenção do mundo capitalista pra se criar eventos mentirosos.
A linguagem que une a doçura está em falta com o pensamento.
Pensamento que destrói a morte e faz da vida um sonho de prazer.
Prazer que leva o ser humano a uma viagem ao cosmos, à vivência absoluta do nada.
Nem tudo é falso.
O sentimento que mataria o amor se repudia ante o querer.
O querer vale mais que o desejo.
O desejo se desvanece num gesto miraculoso do toque.
O querer se transforma em toques que transformam a morte em vida.
A vida nada mais é que um pisar delicado nas nuvens,
o sabor de um algodão doce que se desmancha no nada!

Baruch

A alma desnuda chora pelo prazer perdido na madrugada.
Sentimentos de alegria se perdem através do adeus proclamado pelo cansaço.
O adeus não foi prudente. Aconteceu na rapidez de um raio que corta o céu num lampejo de tristeza. O belga sente falta das risadas e seu canto ajuda a esmorecer o dia. Mas vida continua colorida depois de gestos e carícias que iluminaram a ternura do bem querer.Ninguém rouba o que foi vivido.Palavras, gargalhadas, descobertas secretas, músicas e toques iluminados pelo desejo.Tapas e beijos deliciosos,risadas, a doçura do mel ainda perfuma os lençóis delicados. Tudo foi lindo e ainda será para quem trabalha com a memória. E a música diversa movimenta o corpo num vai e vem de prazer.Plagiando Clarice, vivi a felicidade clandestina.
Clandestinidade encontrada no Baruchinho, no "te dolo" adocicado pela surpresa badooquiriana. Nada acabou. Tudo está aqui na sublimidade do momento. Kokoro...

sábado, 21 de maio de 2011

Carícia do mel

Tenho o corpo alimentado de mel.
Mel que percorre a cada canto,a cada célula que pulula de prazer.
Mãos deslizam pela pele macia, perfumada e coberta de razão.
Num desejo violento, cabeças se elevam como avestruzes e seu riso se espalha como o
prazer a mordiscar mamilos rosáceos.
Mamilos desnudos e acariciados por mãos macias e dentes a
beliscar o sabor do leite açucarado.
Os corpos perfumam-se de sexo e a leveza do "te dolo" perpetua sentimentos do toque do prazer.
não há como esconder o desejo e a maciez da boca macia que desliza sobre membro que se escorre de desejo.
Não há como esconder dedos fugidios a percorrer caminhos desconhecidos e encontrados pela sensibilidade do toque curioso.
Há um sentimento fogoso que alimenta o prazer hedonista.
Mas há um afeto tão misterioso que termina num beijo e num sachoalhar de mãos.

Baruch

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Êstase

Caminho pela casa.
Tudo cheira a perfume francês.



A roupa enlouquece o corpo da mulher em busca do prazer.
A fêmea se transmuda em oncinha,a espera de seu cúmplice que chega de mansinho.
Caça e caçador, macho e fêmea, brincam de encontro e desencontros pelo espaço que tem cheiro de desejo.
Bocas murmuram palavras desconexas e um movimento onírico faz despir a nudez de corpos que se desejam e se molham na penumbra do querer.
O suor escorre pelo corpo que exala a fome do toque e corpos se tocam numa fome que transforma almas em paz.
Roupas se espalham pela casa, molhadas pela cerveja que se une ao suor do desejo de corpos plenos num arrepio de prazer.
A música preenche o ambiente e o espaço se transforma numa nudez celestial.
Corpos arrepiam-se de prazer e a penumbra da lua se intromete nos desejos e volúpias de movimentos entrelaçados num abraço abraçado e perdido na solidão a dois.
Tudo é pleno. Menos o amor que não existe.

Baruch

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sinfonia

Espero os minutos para encontrar a cumplicidade que chegou de mansinho.
Tão de mansinho que as palavras brotam de sentimentos hedonistas.
Aprendo novas teorias que enterram valores ultrapassados,
preconceitos arraigados ao longo do viver.
O prazer brota devagarinho das entranhas, como a luz perpetuada pelo parto da manhã.
Luminosidade etérea, trazendo estrelas invisíveis a fazerem brilhar olhares e sussurros macios no calor de hálitos aconchegantes.
A sedução se concretiza em gestos harmonizados com desejos ofegantes e mordidelas
deliciosas em linguas quentes e molhadas de prazer.
O corpo treme com a volúpia lilás a dominar células imaculadas pelo desejo.
Tudo é paz.
E arrepios silenciosos aquecem a alma impregnada por notas musicais que se desenham em melodia.
Melodia que se transforma em sinfonia no abraço suave da eternidade do momento.

Volúpia

A música penetra minhas entranhas e deixa em mim a volúpia do prazer.
Junto a ela, palavras profundas de um desejo mais que inexplicável,
mas sentido a quatro mãos.
A cumplicidade de sentimentos faz transbordar lágrimas hedônicas, busca do belo a
sussurrar desejos confessáveis.
Almas se encantam diante de carícias silenciosas, gestos que se desmancham em
movimentos sublimes do bem querer.
Cumplicidade: eis o doce sabor degustado entre uvas macias e derramadas em caldo a escorrer pela boca.
A felicidade se faz em solfejos e encantos nos segredos da sexta feira.
Doce sexta, prenúncio do sábado e domingo a preencherem de flores, esperanças adocicadas pela maciez de almofadas coloridas.
Cores a iluminarem musas e fadas irmanadas no toque em busca do desejo.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Bem querer

Sentimentos brincam de esconde esconde: a cada hora um se manifesta enganando o coração de quem deseja o bem querer.
Quimeras... sonhos enganosos a preencherem o vazio de almas sedentas de afeto!
Como nos enganamos...
De repente a brincadeira se acaba e acordes doces despertam o viver...
Olhos nos olhos, bocas a sussurrarem segredos de vidas vividas em solidão.
O tempo passa entre murmúrios, mãos a se entrelaçarem no afeto de quem tece guirlandas encantadas.
Quem é meu amor? Não interessa a pessoas perspicazes a buscar segredos que não lhes pertecem.
Sei que o bem querer chegou de mansinho, tocando harpas e violinos sonoros no clarão da madrugada...
Chegou tão de leve como o sopro de Deus a premiar a solitude de seres semelhantes em sua presença.
Ofereço-lhe minha ternura, lágrimas e sorrisos da maturidade.
Recebo seu sorriso macio entre acordes e segredos de um miguchinho querido,
a esparramar ternura em meu viver.

domingo, 27 de março de 2011

Monogamia

A vida se entrelaça em nós, brincando com os sentimentos da mulher que se faz monogâmica.
A mulher se completa com um homem só, sem fantasias a envolver terceira pessoa.
Com um homem só completo os desejos do encontro que me faz mulher e procuro fazer deste homem a representação do prazer de dois amantes que se tornam um.
Brinco na cama a formatar desejos em realidade,a buscar ternuras que se transformam em desejos a cantarolar cantigas que se desmancham em fusões de amores a penetrarem o sol da manhã.
O amor se faz pleno.E fantasias de terceira dimensão se desmancham pelo ar diante da voracidade do fogo.
Luz ardente a se queimar,
a permitir o encontro de amantes que se fazem únicos sem a inépcia da volúpia sagaz.

sábado, 26 de março de 2011

Acontecimentos

Trago a alma em frangalhos, faísca da dor que acompanha o dia a dia.
O amor que sonhava ter se perdeu diante das palavras da cigana,
que viu um lado da moeda.
Não foi capaz de ler o coração cheio de esperanças de alguém que esperou o amor.
Não me permito a desistência.
Ainda terei a alma pura de alegria ao dividir amores, ao saborear o café quente em noite de lua.
Seremos felizes.
O serpentear da maldade fará volteios longe do abraço morno da manhã.
E sobre duas rodas caminharemos pelo entardecer da cidade
rumo ao aconchego doce do ninho que nos espera.
Ternura abraçada ao abraço arrepiante ante o alvorecer.
E durante o dia risos molhados ante o beijo quente no tocar de linguas sedentas de prazer.
E nada fará com que o esperado se descubra de verdades diante do calor de corpos
que se desnudam ante acontecimentos esperados após a solidão de quem ama.

Para N.H

quarta-feira, 23 de março de 2011

Espera

Espero pelo meu amor contando nos dedos os momentos que faltam para nosso encontro.
Não mais um encontro abortado pela escuridão do medo, mas um momento de paz,
só nosso, seja na escuridão da noite, seja na luz da manhã.
Meus abraços serão seus abraços e tantos beijos a clarearem noites de espera,
espera aflita de um encontro vazio que se perdeu na chuva.
Nada mais além:corpos a se tocarem, a se conhecerem na doce madrugada.
Nunca mais o desaconchego provocado pelo medo.
Agora, risadas plenas a preparar o slow food.
Cabelos ao vento em plena tarde,brilho galego à luz do sol.
E sorrisos, sorrisos plenos a adocicarem o sabor do encontro,
que se prolongará pela eterna madrugada.
Para N.H

terça-feira, 22 de março de 2011

Doce manhã

Branca é a tez da manhã: assim dizia o poeta banhado de luz.
Tez da manhã em duas rodas a buscar o infinito...
Infinito de luz a apedrejar a escuridão da noite,
Noite vazia de sentimentos,
sentimentos escapulidos pela dor do medo,
que de tonto, afastou o prazer de almas mordidas pela serpente.
Serpente fantasmagórica a desenhar o pavor entre auroras,
auroras que banham de luz cobertas de ouro e veiculadas pelo amor.
Tez da manhã, enbranquecida pela lucidez da aragem que transforma em luz a manhã translúcida de cores.
Não se faz mais medo... a tez da manhã ilumina a escuridão da noite
e as estrelas iluminam a vida.
Vida doce que se transborda no sabor da aurora de luz.
Para N.H

Serpente

Sou como o passarinheiro a me vestir de espinhos contra a nebulosidade da manhã.
Sou cobra cascavel a mudar de peles conforme a estação.
Sou veneno da serpente a destilar mentiras sofridas em noites de solidão.
Sou veneno a amargurar perdas e danos no solfejar amargo da perda que me enfurece.
Sou asa quebrada na solidão de quem ama o vazio,
Vazio profundo que me leva à busca do alvorecer...
Alvorecer que dita notas musicais e sorrisos bemóis ao invés
de amarguras que ferem o coração de quem amou.
Para Paulo Couto

sábado, 19 de março de 2011

Alegria de amar

Vivo secretamente a alegria de amar.
Antes, trazia em mim a alegria desconfortável de uma vida frívola e sem sentido.
Agora faço descobertas diárias de um amor que brota de teimoso entre pedras, pedregulhos, enfeitadas de cactus floridos.
Flores, que além de ornamentarem a alma, matam a sede de um coração que se via aprisionado pelo medo.
Sedento da segurança trazida pela sabedoria do viver sabido do meu amor.
Sábio traçado na solidão da dor que o fez homem.
A alegria não é mais secreta. É construida dia a dia,
entre substantivos, adjetivos e metáforas sinuosas.
A liberdade se constrói ao som de fados,
música que espalha a paz pelo coração antes oprimido pela dor.
Visto a alma de verde, esperança de gargalhadas que se afloram no rosto da mulher,
que transcende a alegria de amar.

Noite

É comum ouvir que o poeta é um sofredor.
Carrega em seu peito as dores e sentimentos de perdas, desencontros e solidão.
Verdade.
Até a alegria tem seu alto preço na perspicácia da solitude.
A imaginação do poeta o leva ao faz de conta da companhia que não existe.
Desorienta a loucura e traz movimentos oníricos de prazer...
Me confesso ante a voz que não diz sim.
E me perco entre palavras e gestos do vazio.
Incerteza.
Nada que faça o encontro de estrelas, de almas que se parecem afins.
Sedução da plenitude que não vem
E faz chorar pingos de luz na imensidão da noite.

Poema do Perdão

Vi em seu olhar a ternura macia e uma voz grave a adoçar a vida de paz.
Antes não queria. Tive medo.
Medo de me deixar envolver pelas auréolas de luz inebriadas pela claridade da lua.
Mas nem tudo está perdido. Medo?
Quem ama se entrega ao abraço que pode ser aconchegante na madrugada cálida de luz.
Luminosidade etérea na versão de um amor adulto, sem as arestas infantis de um relacionamento.
Quero. E daí?
A maturidade não alcançada no tempo certo invalidou o querer de uma mulher.
Mulher que hoje se lambuza da esperança de um novo amanhecer.
Amanhecer a encher de luz e promessas um amor amadurecido
Pela dureza do não, consequência de frases malditas,
já perdoadas pelo coração singelo da mulher.

terça-feira, 15 de março de 2011

Insônia

Viajo pela noite em pensamentos mortíferos a me fazerem companhia na cama macia.
Não consigo dormir. Medicamentos representam balas de camomila e a cabeça gira, gira, sem parar.
Sou um besouro em torno da luz...
Se a luz é apagada, vagueio pela escuridão da noite, rolando na cama que não acalma o ser que deseja dormir.
Levanto.
Saboreio um café que afaga a insônia maldita.
Não há deleite do dormir dos anjos.
O que há é um espaço enorme para um corpo sozinho
e o rosnar de sonhos a morderem minha paz.
Quero dormir.
Sonhar que ando pelos campos floridos de margaridas.
Acordar em paz na luminosidade da manhã.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Desengano

Não sei o que há, o que houve, o que não haverá.
Cigana matreira, sabotou o coração de uma mulher
que esperou pelo amor doce do amado desconhecido...
Um nome, um desejo, um desencontro infeliz, impedimento passível de perdão que não veio.
Não houve a entrega, o tocar de corpos, olhos nos olhos cheios de desejo.
Pobre cigana... sua infabilidade foi desprezada pela ignorância infantil que assolou a alma.
A solidão é mascarada pela amizade que há no encontro de dois seres desamados, duas almas perdidas no barulho da chuva, no vento que assobia pela escuridão da noite.
Não haverá passeio pela madrugada, sorvete em dia de sol, nem café em noites frias.
Sei o que há: mágoa que entontece o coração do viajante perdido em noites insones,
no viajar noturno, dor da ferida provocada pela escuridão da estupidez de alguém que teve medo de amar.
Para N.H.

PAZ

Tenho o coração confuso:sentimentos matreiros a aprisionarem minha alma no vazio.
Pensamentos se perdem na escuridão e me enovelo em teias bem traçadas pelas aranhas do mal.
Sinto-me só. E me engano nas buscas obscuras que atropelam o viver tranquilo da vida de ontem.
Mas a luz noturna é neon: e de manhã, abraço o sol mesmo que soberbo entre nuvens chuvosas.
Apesar da chuva medicamentosa, caio na real e me despeço aliviada da tontura causada pelo veneno destilado devagar pela alma que se faz doce.
A liberdade me abraça e sou acariciada pela paz.
A leveza da alma torna-se presente. Volto a ser feliz.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Paz

A calma escalpela aflições antes vividas,
medidas em alqueires pela dor e a amargura de uma vida vã.
Sua voz soa mais doce, suave em seu tom grave,
voz que enche a casa de ternura e o sorriso matreiro
de uma criança crescida machucada pela dor.
Não sinto mais medo: a calmaria é saboreada com morangos vermelhos,
carnudos, fazendo do meu amor a doçura inebriante do mel.
Nada mais terroriza a esperança de uma vida calma,
iluminada pelo sol que abraça o desejo de ternura que salta aos olhos
de um homem despido de sua mágoa.
Meu amor está livre e sua alma viaja pelo céu como um balão colorido
levando em seu interior o branco da paz.
A liberdade não viaja por trilhos invisíveis.
Vem de tardinha para acalmar o sono
a permitir o repouso justo de quem amou com loucura.
Loucura que levou ao inferno o coração amante.
Hoje, paz!

Para Paulo Couto.

Inércia

Que fazer diante do medo que assola a vida,
vida antes tão calma apesar da solidão da alma?
Vida, vida, a brincar com a mulher que se deixa envolver pelo olhar penetrante
De alguém que mete medo com argumentos diretos e penetrantes.
Me vejo sem saída.
Sequer busco na fé soluções por me sentir acoada.
Estou vazia de luz e a escuridão preenche o que seria apenas vazio.
Vazio macio a esperar todo dia pela dor dilacerante do medo.
Medo que derruba ações e me deixa inerte.
Escura.
Escura pela negritude de ações que levam à vingança.
Vingança que foge aos desejos de uma alma pequena,
Mas iluminada pelo brilho da estrelas,
pela claridade do sol,
pelo temperamento melancólico de uma mulher que se sente viva
Ao passear pelas águas frias de Três Marias.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Obssessão

Minha alma tem sido obcecada por pressões inexplicáveis.
Sinto o sangue correr ligeiro em minhas veias e o medo apossar-se de mim
Não sei me defender da maldade que acena em minha vida e toda minha calma se esvai.
Tenho medo.
Medo. Medo.
E meu corpo se estremece ante a escuridão do nada.