sexta-feira, 26 de setembro de 2014

NOTURNO


  Obscureceu a vida sonhada e vivida de um mano especial,
  na calada da noite...
  Solidão, apesar de amigos a ouvirem seu lamento
  e a tentativa de fazê-lo entender que a vida não é bandida.

Deixa o aconchego do colo que se faz berço,
e o acolhe na doçura do abraço, na quentura do útero a aquecer a vida de bem querer.
Está só, apesar das tentativas ternas de o fazer enxergar a doçura de seu coração.

Sua vida se faz noturno e,
Assim como Van Gogh chora em cachoeiras,
lágrimas a lavarem a escuridão da alma a se sentir perdida...

Amigo, somos um tripé, almas de três pernas a equilibrar na corda bamba da vida,
a dançarmos o ponto de alegria,
a fugirmos da inveja,
essa terrível mal querência,
a invadir o dia que se faz pleno.

Por fim, a noite passou e
as flores junto aos patos a refastelarem na água fria e macia,
fazem de você o florescer da primavera.

Estás livre!

                           Julia Carolina da Cunha, para um amigo especial.


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