domingo, 28 de setembro de 2014

FESTIM DOS PÁSSAROS.


     Andei descuidada pelo quintal,
     a mirar flores e observar pássaros e borboletas.

    O caminho era um só: fugir da solidão a apertar o peito, a gritar surdamente pela saudade a sufocar.
   
    Assim, caminhei em direção ao pé de jabuticabas, ontem coberto de frutos...
    Pensei com minha alma sedenta de memórias de infância:
   amanhã estarão boas!

    Estavam tão boas e doces que os pássaros rejeitaram as bananas e o mamão:
    Em revoada, pousaram na jabuticabeira e,
    entre cantos e gorjeios, fizeram a festa.

    Não havia um fruto pra contar a história de meses de espera, de um tempo longo
    para o fim da solidão.
 
   Volto para casa feliz, mas o peito explode em dor de uma saudade de alguém
   Que não me reconhece mais,
   que não desabrocha em mim as flores da primavera,
   do toque macio da mansidão da noite.

  Continuo na solidão da lua minguante,
  na vastidão de areias a cobrirem minh'alma de paz!

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