segunda-feira, 8 de setembro de 2014

DESALINHO

O amor que me coube
é um amor desalinhado,
foge a todas as formas ditas corretas de se amar.
Somos pelo avesso do avesso...
sequer nos encontramos, mas nos vemos todos os dias.
almas dão-se às mãos na loucura vivida por nós.
E nossos corpos se unem no vazio da espera.
Promessas vãs, encontros sutis, gozos alternados pela dor.
Mas tudo bem: afinal, porque não rimar amor e dor?
Do meu lado , desilusão. Do outro, desejo ardente, clamor passageiro da
quentura dos corpos.
A solidão se faz menina com sua ausência;
e a claridade da lua forma no céu, cheio de estrelas, a solitude de um coração vazio de esperanças.
Como Clarice, desfaço-me na incerteza do viver e,
só não me queimo pelo cigarro, pois o fogo é  perene, que se esvai no vazio.
Vazio que se faz criança,
criança adocicada pela leveza do amor...

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