domingo, 22 de janeiro de 2017

FAMÍLIA

Ando em passos curtos e bem devagar.
Sou feliz no meu quadrado, e mais feliz ainda com a presença da minha família constituída.

Com a chegada deles. acordo cedo, depois de ter preparado o cardápio e deixado a casa em flores.
São três filhos, três noras e dois netos.

Uma criança de oito meses e um rapaz de dezenove anos.

Vou cedo para a cozinha. Sempre preparo uma comida de acordo com o gosto deles:

- Mae, isso não gosto.! Mais que depressa preparo o que posso agradar a cada um.


Sou feliz assim, apesar de morar sozinha. Janna é minha companheira de todas as horas. Sempre deitada sob meus pés, cochilando enquanto escrevo. Espera calmamente que eu termine.

Enquanto isso, espero a próxima visita.

Acontece.

Só andar devagar e aguardar com ternura o toque do interfone.
Filhos são empréstimos de Deus. Permite que os acolhamos por um período.
Ele dá as cordas. Já permitiu nosso trabalho de parto e o fato de ajudá-los no ato de crescer e amadurecer.
Agora são pipas.

Precisam do voo e da liberdade que os faz viajar pelo mundo.

Enquanto isso, ando a passos curtos pelo meu quadrado.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

RECORDAÇÕES


Vivi uma temporada na terra em que eu cresci.
A chegada foi uma doce surpresa e o coração saltitava de felicidade.

Fui de caminhão., Além das minhas coisas, duas cadelinhas me acompanharam,
Os olhos passearam pelas ruas e edificações que me traziam recordações de infancia.

Minha casa era linda e confortável e o que mais me encantava era o quintal. Um jardim multicor, esbanjando flores, folhagens de toda espécie. Orquídeas aconchegavam-se nos troncos das árvores, remanescentes da Mata Atlântica.
Da minha janela, via a lua prateada que nascia no  majestoso pedrão.

No fundo, corria o Rio Santo Antonio, rio da minha aldeia que enchia de vida o meu viver. O sussurro das águas amortecia toda a dor viajada comigo em busca do seu final.

Andava pelas ruas de pedra e identificava cada edificação que pertenceu à minha família e as lembranças transformaram minha vida numa caixa de surpresas.

Os olhos observavam as pessoas e me via ainda criança. Mas foram poucas as pessoas reconhecidas.

O tempo é cruel e passa inexoravelmente.

Claro que encontrei


 pessoas que fizeram parte da minha vida. E fiz novas amizades.
Os passeios realizados nas Palmeiras eram dia de festa. Até pic nic fizemos...
Molhar o corpo na água corrente e pura enxaguava a alma que saltitava de alegria.

Posso morrer feliz. A estadia em Ferros foi o suficiente para revigorar a vida de surpresas e descobertas maravilhosas.

Até caminhei pelos ladrilhos hidráulicos da escola onde estudei..

Tudo encantador. Principalmente o tocar do sino e o canto das maritacas . disputando a melodia com o canto dos galos.

Fui feliz. Uma felicidade que jamais esquecerei.
Felicidade que gangorra em minha alma e pede licença pra voltar.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

REENCONTRO



Andei perdida, sem serventia, ao me desvincular das palavras que me levam ao céu.
Muitas tentativas para encontrar minha alma, que vagava pelas ruas do meu lugar...
Enfim, me encontrei através de um amigo. As sílabas ainda gaguejam ao formar palavras.


Volto á rede e pergunto ao coração: _ que houve comigo?
Como retomar às letrinhas a consolar a vida sem sentido sem elas?
Andando pelas capristanas dos sonhos, o a,b,c,d vai chegando devagar e,
devagarinho  formando palalras que desenham o viver, ressuscitando a vida semi-morta
de solidão.

Renasço do vazio a segurar meus dedos, a derramar lágrimas sobre o papel em branco...

Renasço do branco e caio devagarinho sobre o colorido das letras a formar palavras a secar lágrimas de
dor.

Volto a ser feliz. Diante de mim, o teclado me chama e,
soletrando sílaba por sílaba, as palavras vão brotando passo a passo e caindo em lágrimas sobre o vestido vermelho.

Alma se transformando em gotículas de felicidade a colorir de vida o corpo que andou perdido e bêbado de agonia.

Agora retomo meu caminho: borboletas ao vento dançam a valsa da chegada.
A chuva, doce gotejar de água cristalina, mata a sede dos casulos que libertam borboletas fúlgidas de alegria.

Sou Feliz novamente!

sábado, 18 de julho de 2015

TOBOGÃ


Dez dias nas praias de Fortaleza, buscando nos grãos de areia, na luminosidade do sol, no azul do céu, nas expressões tranquilas das pessoas a se bronzearem sob o  sol, a paz que preenchesse de vida a vida vazia que se projetava nas ondas do mar.

Tudo em vão. Não se abandona o casulo na busca inconsequente da realidade.

A felicidade está nas pequenas coisas da vida, no amor infinito aos filhos,
nas atitudes do neto ao conquistar a vitória no vestibular, apesar de seus dezessete anos,
nos brotos da samambaia que explodem a vida rompendo a força da terra,
no abraço carinhoso do marido ao compreender as atitudes de uma menina, que na melhor idade
escorrega no tobogã do sonho.

Mais uma vez a vida brinca de faz de conta comigo e,
nas marés do mar de Fortaleza, escapulo do caldo e aterrizo nas montanhas de Minas.


Saculejo a areia que faz de mim um ser encapado de sonhos.

Caio numa cachoeira de água doce a lavar minh'alma de conchas coloridas a se grudarem em mim


A água doce me deixa leve.

E no carinho aconchegante do lar, me encontro feliz.

Felicidade real, a acobertar de uma realidade sadia.

Acaricio os cabelos macios. Sou feliz ao escorregar pelo tobogã da alegria.


quarta-feira, 22 de abril de 2015

SOLITUDE DA MANHÃ



De mansinho saio da realidade que desenhei com ternura e me transformo numa pavoa bonita que se explode em cores e explode num tom colorido, multifacetado em alaridos  multicores.

Continuo livre. O soprar do vento e a doçura da cerveja saculejam a saia e me fazem cantarolar de alegria.


O tempo sopra a meu favor...
As surpresas da vida fofolecem a vida, que ,traiçoeira mostra um caminho equivocado contra a solidão.

Mas a ternura da manhã desperta o engano sombrio e ilumina a cor da alegria...

Tenho a felicidade saltitante, nem que seja por segundos alternados pela sombra da solidão!

Saltito em direção ao brilho do sol, à luz das estrelas, à insensatez do desejo que não morreu.

Estou aqui, vento bonito... Leva-me sem direção ao caminho sem marcas, sem passado, sem agonia!

E num abraço frenético, me deslancho no afeto que me aguarda  à insensatez do desejo que palpita em sete cores, o colorido do arco iris.

Estou aqui meu ébano bonito e carregado de cores.

Cores que colorem de vida o caminho da solidão.




segunda-feira, 13 de abril de 2015

VAZIO A DOIS

Do, Ré, Mi, Fá, SOl, Ré  Lá , Mi...

Me faça entender porque tanto vazio na escala musical...

Vazio cheirando a sabonete, a solidão a dois.

Dois seres no mesmo espaço,um amor perdido na imensidão do ser...

Estamos aqui! Sós.

Solitude  que se multiplica na escuridão da noite, na leveza estúpida da solidão!

terça-feira, 7 de abril de 2015

DIAS AZUIS



O coração vadio derrete-se de ternura.
O passado brinca de esconde esconde com as surpresas que acalentam o coração.
Surpresas antes desejadas concretizam-se na imensidão do ser.

Nada de fantasias sonhadas no vazio das noites maldormidas.
A realidade se configura com toda a beleza do jardim em flor que acalentou a solidão de quem acreditou na verdade que um dia chegaria no universo vivo de quem espera dias azuis.

Dias azuis, longe de fantasias algozes a saculejarem de medo o coração bobo, mas esperto ao separar o joio do trigo.

Joio a ser queimado na fogueira malsã de um breu esfumaçado de maledicências.

Trigo a desabrochar no campo dourado, irradiado pela luminosidade iridescente da luz solar.

Sonho meu,
Estou aqui.