quinta-feira, 7 de junho de 2012
A VIDA QUE NÃO VIVI
Hoje me sinto com o coração apertado...
Passei pelos textos que escrevi com a ajuda dos "Ferreiros" e meu coração doeu.
Tantas situações vividas e eu não estava lá!
Na realidade, nasci em Paulistas. Vivi lá??? Não!
Fui pra Ferros com dois anos e meio.
Em Ferros, pude arrebanhar minhas reminiscências, sinto saudades da casa da tia Elza, da fazenda da Chininha, Fernando Carvalho,
principalmente do sítio do meu pai Hercílio, no "Capitão do Mato".
Contava paralelepípedos da Escola ao Dentista, fugindo de seus ferrinhos e motorzinhos que zoavam em meus ouvidos.
A casa do Zé Brasil e D. Maria era minha outra casa. Outro dia, liguei pra Rosângela Cruz. Ela não tem o sentimento poético e saudoso que guardei de lá.
Mal mal se lembrou de mim...
Fui pra Itabira.
Segundo minha mãe, a Escola Normal não atendia a seus desejos para mim... Perdi uma vida no ginásio e na Escola ao lado da minha casa.
Como gostaria de ter vestido aqueles uniformes azuis, e entre aula e outra, fugir pra casa da tia Elza.
Quem sabe teria me casado por lá?
Mudei-me pra Contagem. Vida longa, mas não é o que me interessa falar hoje. Talvez outro dia!
Hoje, quero falar do Borba, onde não vivi.
Não usei Cashemere Bouquet, muito menos louvei São Sebastian...
As cavalgadas passaram longe de mim e a descida do Escalado, não fizeram parte da minha memória!
Lembro-me do Senhor Luiz Vieira na farmácia do meu pai. Ele era gentil...
E meu avô Zé Gomes? Suas histórias foram confirmadas: zanzava pelo Borba, depois que ficou viúvo. E a criação de suas peças de teatro estão na memória de Zepha e outras tias Borbagatenses.
Hoje quero agradecer...
Agradecer por uma vida inteira que vivi através de vocês: até anjos vi nos altares da Igreja...
Agradeço a vocês por me terem recebido como filha, como primas, como irmã...
E digo de coração que parte da minha vida encontra-se com vocês...
E descordo de Manoel Bandeira: As almas são comunicáveis! Nossas almas passeiam numa ciranda, pelas ruas do Borba. E para desanuviar minha tristeza de hoje,
tomo uma birita no bar do Nonô. Quem sabe volteio de bicicleta com meus amigos do coração?
Namastê, minha turma querida! Obrigada por fazerem parte da minha vida...
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