segunda-feira, 23 de março de 2015

VIAGEM


Fiz um pouco de tudo hoje: andei pela casa, observei a chuva caindo forte e de mansinho,
Conversei com pretensos amigos e amigos de verdade,
Pensei muito nas atitudes que pretendo tomar
e caí de quatro em minha cama que aguardava meu tropeço.

Ouvi músicas. E partituras de Dó preencheram o vazio da casa,
Nada foi em vão.
A televisão estava em silencio.

Abri uma cerveja que pediu outra e mais outra para que eu não sucumbisse.

Estou de pé.O som continua a jorrar melodias pela casa, impregnando as paredes de notas musicais
que preenchem de harmonia, a vida temporariamente vazia.

Busco em mim o efeito do som, remédio homeopático para as dores invisíveis que apertam o coração.
E nessa busca, compreendo a pequenez da minha alma.

Alminha pequenininha, essa coitadinha que se enche de ilusões que nem um deus maior pode tolerar.

Ah! cresce, minh'alma e acredita em seu passado remoto, esse bicho feroz que atormenta seu viver.

Abra a janela gotejada dos pingos da chuva e voa...
Voa livre pela negritude do céu, chacoalhado de estrelas...
Estrelas cujas luzes alumiam as alminhas que fogem da escuridão proposta pela humanidade.



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