sábado, 14 de março de 2015

MISTÉRIO

Não compreendo o mistério da poesia na alma,
Muito menos a maneira que ela nasce de suas entranhas.

Sem dor, sem lágrimas, mas com uma entrega inexorável, perfeita.


É um parto macio, doce, escorregadio como o entregar ao amor, como o saborear da manga que escorre seu caldo cotovelo abaixo...

Ah! o sabor desse mistério extravasa qualquer sentimento de vazio ou preenchimento da alma.

Alma, essa menina insubordinada que se lambe com o caldo da manga e se faz menina no marulhar do rio que a abriga!

Não só o rio...

Pássaros alimentados pelas frutas corriqueiras ao seu voo iluminado em direção ao azul.

Azul anil, canto embriagado pela lucidez da beleza da liberdade.

Azul magnânimo que se reflete nas águas perdidas do rio,sucumbidas  pela imensidão do céu, que se faz pequeno no vale verdejante que desabrocha em orquídeas...

Mistério que se faz nuvem e se desfaz como algodão doce.

E a poesia jorra letras a formar palavras vadias na imensidão do ser! 

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