Senti saudades de uma casa onde morei ,cujas janelas ficavam todas abertas.
A solidão era dosada por pessoas que faziam parte da minha vida,
E as janelas escancaravam o mundo além dos meus olhos.
Olhos que buscavam o mundo: pela frente, a rua: pelos fundos o quintal que amei.
Pelos fundos via a lua e milhares de flores que povoavam a vida que vivi.
Nada é eterno, muito menos as relações humanas.
Hoje estou aqui. Quis conversar. Mas todas as pessoas estão ocupadas digladiando com as teclas do computador.
Perguntas e respostas não tem o espelho translúcido do olhar para refletir a transparência da íris.
Mistério da sexta à noite.
Que pessoas povoam o planeta? Cada uma em volta do seu próprio umbigo, sem ter o prazer de uma tertúlia?
Tertúlia... palavra desconhecida por milhares de pessoas que não sabem o significado de uma ciranda, de uma roda de amigos ,do bel prazer de uma boa prosa em volta de uma mesa.
Cada um se procura em si mesmo e como Narciso responde suas próprias perguntas, faz doer até sangrar o próprio coração e,
pra dormir se chacoalha com um rivotril que se desenrosca pela garganta até alcançar o caminho da solidão.
Solidão que usa e abusa da maciez do ser humano.
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