A surpresa faz de mim uma mulher assustada diante da vida.
Não sei se posso sentir mazelas passadas ou me acordar para a vida a ser vivida.
As mazelas eu já as conheço, mas oferecem-me um copo vazio para ser completado pela família.
A vida vivida no hoje me dá de bandeja uma aventura deslizada por montanha russa, daquelas bem
perigosas, emocionantes,
Dúvidas corroem a alma a buscar no novo o direito à vida, a emoções a gelarem o peito de ternura e
medo.
O passado se desfaz em partículas, no sentido de se formar um novo viver.
Viajo pelas fitas de cinema onde a cena se repete: escolhas perigosas e avalanches de negação do novo.
Um exemplo delineia-se à minha frente: Chiquinha Gonzaga e seu amor menino...
Será se terei um? será se brincar de viver vai trazer ao meu peito o direito de me arrepiar mais uma vez?
Ou as partículas do passado formarão outros sentimentos em torno de uma mesa, onde a família se reunirá?
Não sei.
Mas a escolha grita pelos sete pontos do meu corpo e a calmaria sentida na madrugada faz com que eu me desequilibre na montanha russa e desça efusivamente com cabelos ao vento.
E ao meu lado, o amor menino sedento, a se deliciar com a segurança da maturidade.
Entre dois amores, digladia o meu coração: um amor desafiador a me carregar por montanhas de ternura extravagantes;
Outro amor quase morno a pedir de mim a maciez dos cabelos brancos escondidos pelas cores disfarçadas do bicolor.
Isto ou aquilo: Eis a questão a machucar o coração bobo de esperança.
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