terça-feira, 21 de outubro de 2014

DILEMA

 
 A surpresa faz de mim uma mulher assustada diante da vida.
 Não sei se posso sentir mazelas passadas ou me acordar para a vida a ser vivida.

As mazelas eu já as conheço, mas oferecem-me um copo vazio para ser completado pela família.
A vida vivida no hoje me dá de bandeja uma aventura deslizada por montanha russa, daquelas bem
perigosas, emocionantes,

Dúvidas corroem a alma a buscar no novo o direito à vida, a emoções a gelarem o peito de ternura e
medo.

O passado se desfaz em partículas, no sentido de se formar um novo viver.
Viajo pelas fitas de cinema onde a cena se repete: escolhas perigosas e avalanches de negação do novo.

Um exemplo delineia-se à minha frente: Chiquinha Gonzaga e seu amor menino...
Será se terei um? será se brincar de viver vai trazer ao meu peito o direito de me arrepiar mais uma vez?

Ou as partículas do passado formarão outros sentimentos em torno de uma mesa, onde a família se reunirá?

Não sei.

Mas a escolha grita pelos sete pontos do meu corpo e a calmaria sentida na madrugada faz com que eu me desequilibre na montanha russa e desça efusivamente com cabelos ao vento.
E ao meu lado, o amor menino sedento, a se deliciar com a segurança da maturidade.

Entre dois amores, digladia o meu coração: um amor desafiador a me carregar por montanhas de ternura extravagantes;

Outro amor quase morno a pedir de mim a maciez dos cabelos brancos escondidos pelas cores disfarçadas do bicolor.

Isto ou aquilo: Eis a questão a machucar o coração bobo de esperança.









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