sexta-feira, 25 de outubro de 2013

VOLTA PRA FERROS

Estou com o coração saltitante, alegre, feliz, quase explodindo no peito.
A razão? mudo para Ferros, minhas origens, terra onde pulei amarelinha na minha infância, fiz minha primeira comunhão, coroei Nossa Senhora, fiz o Grupo Escolar e brinquei com minhas primas e primos por todos os lados.
Foi lá que aprendi a andar a cavalo, nadar nos ribeirões que cortavam a Brasília e decifrar os livros indicados pelas minhas professoras: D. Delza e D. Finoca.
No livro "As mais Belas Histórias" descobri a liberdade de buscar outros e mais outros e mais outros: até descobrir minha cigana que sou hoje.
E minha cigana quer rodar sua saia nas capistranas das ruas de Ferros, acompanhada de uma rasteirinha confortável e colaborar com meus conterrâneos o trabalho que sei fazer: cuidar do Patrimônio Cultural da cidade, seguindo as exigências do IEPHA/MG, para que Ferros possa usufruir do repasse do ICMS Cultural.
Fora isso, quero cuidar do meu quintal que é todo florido e acompanhar Janna- minha cadelinha em sua descoberta da liberdade! Quero redescobrir amigos e construir novas amizades...
Ferros, eu me entrego por inteiro a você, terra querida... Me aguarde também com o coração aberto...
Estou pronta!

domingo, 13 de outubro de 2013

CONSTATAÇÕES

Às vezes, minha cigana me faz cometer loucuras... O passado me condena.
E como é cruel: deve ser a sombra de uma assombração que atazana minhas horas, meu viver, minha liberdade.
Um encosto...
Encosto de etéreas vivências, vaporização do nada, vida já vivida, fezes pelas costas, inferno em vida.
Por essas e outras razões, tenho costas largas e ciganas do além que afastam do meu ser tanto mal estar...
Não quero me chafurdar na lama novamente. Sou limpa e o limo desse mal eu já salvei.
São filhos lindos, filho que já fez fruto; fruto ventre que nasceu Jesus!
Não sou fera ferida! Sou fera achada nas profundezas da dor.
Sou menina levada que se encontrou no baruchear de um judeu, perseguido como eu, pelas asas da inquisição.
O Baruchear, me fez mulher, reconhecer minhas gargalhadas no espaço, encontrar as fantasias, uma a uma, ao som de melodias doces, sensuais e sexuais.
O pingar das velas, o gotejar da pinga, o amargor da cerveja fizeram de nós dois amantes amados, benquistos por Eros, nosso mestre maior.
Quero meu hoje... quero meu vento cigano a balançar as saias que cobrem minhas verdades.
Quero o riso de hoje, a saudade de hoje, a impossibilidade do hoje, o amanhecer ensolarado do agora!


DOMINGO AZUL

O coração palpita músicas selecionadas e os ouvidos se deliciam com cada uma delas.
Espero.
Espero o sonho acordar entre acordes melodiosos, românticos e eróticos.
A cerveja desliza devagarinho pela garganta sedenta, pelos lábios secos de vontade de um beijo morno e molhado.
Espero um acontecimento nesse apartamento vazio do meu amor e, sei que ele aguarda o momento de se aproximar.
Ou a loucura me tomou por inteiro? Tomara!
A sanidade afasta de mim possibilidades de permitir à minha cigana de bater suas pulseiras, soltar uma gargalhada voraz e transformar solo do violino em sons que invadem o espaço sideral da minha imaginação.
Das notas sol, re, lá, mi... melodias simples, mas cheias de ternura encaminham como um sinal de fumaça ao coração do amante eterno.
Não sei se ele ouve... situações inusitadas dificultam sua presença e a sensatez de seus ouvidos atordoados pelo barulho confuso da tomada de decisão.
Senhora desatadora dos nós, interaja nesse momento e sopre nas ventas do meu amado que espero por um beijo quente e pelo desenrolar do fio de Ariadne que reconstruirá nossa história.
Mãos abertas, dedos em posição de segurar as linhas da memória, que com certeza, aflorarão detalhes por detalhes.
Já nos purificamos de lembranças dolorosas e hoje, nossa esperança é verde, girassóis enfeitam nosso chão, escrevo versos cujas vogais caem pelo tapete, formando frases de amor.
E a cigana, toma sua cerveja num caneco vermelho, segura a saia rodada, que hoje é azul da cor do céu.
A cigana já definiu meu destino... Olé!!!!







sexta-feira, 11 de outubro de 2013

AMORES

Fiz das tripas o coração pra negar, renegar, absorver, sapatear por cima de sentimentos que imaginava esquecidos, sepultados, avariados pela vida, maldita bandida...
Não houve jeito: sapateei corações, tive minh'alma pisoteada, amargurada, apesar de momentos felizes.
Redondilhas falseadas, brincadeiras insubordinadas , tentativas vãs de apagar uma história de amor real.
Nesse descalabro, me fiz cigana, olhos fixos e pele agarrada ao prazer do sangue, da carne, da ilusão.
Não faz mal...
A vida é feita de histórias, como uma colcha de retalhos que forma um mosaico de vida...
Retalhos por retalhos, o imaginário vigilante, atento, solta risadas a cada tombo que estatela você ao chão.
E machucada, esfolada, arrepiada pela dor que dilacera, me levanto.
Não importa a dor, o sangue a gotejar pelos poros, o sujo do asfalto a lambuzar meu rosto, olhares intrusos a avaliarem o ser ignoto.
Sou cigana de alma e tenho as mãos calejadas pela dor e delícia de ser o que sou.
Uma guria perdida pela idade que não tenho, uma realidade perdida pela insensatez, uma alma levada fora dos padrões estabelecidos por regras totalmente fora da minha realidade.
Não nasci para a mesmice de padrões estabelecidos pela normalidade.
A loucura é meu lema, minha sensatez...
E minh'alma cigana desafia rótulos, preconceitos, palavras malsãs,no volteio das minhas saias e no barulho de meus balangandãs.
Arre, cigana... estende a mão e leia a sorte que me espera...





terça-feira, 1 de outubro de 2013

Prima Lalá

Tive nessa vida uma dinda doce, encantadoramente carinhosa e no seu pote de carinhos, havia lugares pra vários amores.
Uma em especial: Lalá Barros- sua filha querida, que conheceu a dor da perda- uma dor abrasadora da viagem prematura de um filho.
Os ensinamentos cristãos ministrados pelos seus pais, principalmente sua mãe Guigui, deram a ela forças pra superar a dor e achar entre as estrelas , a luz emanada pelo seu filho.
E não se abateu: recebeu do seu filho transformado em estrela, luzes multicores que, devagarinho penetraram em seu coração.
E esse multicolorido se espalhou pelo Ethos, fazendo com que estrelas se multiplicassem em chuva colorida,
preenchendo seu coração e transformando sua dor em amor multifacetado de luzes celestiais.
Assim é Lalá: moça linda que se fez mulher e essa mulher se faz presente na nossa vida.
A cada postagem de fé, ministra lições de amor a todos que a rodeiam...
E a cada surrupiar da vida, faz de todos nós, pílulas adocicadas como aquelas preparadas pelo nosso Vô Zé Gomes.
Continue nesse caminho, princesa Lalá! Risos e sorrisos do céu lhe dão forças para continuar a bailar uma valsa suave, em direção ao seu par que te espera em algum lugar do infinito...