segunda-feira, 30 de abril de 2012
MOÇOILAS DO BORBA
Pelas ruas do Borba, transitavam lindas moçoilas, cada uma mais charmosa que a outra!
Desfilavam sua beleza pelas ruas do Distrito,e, atentas às novidades que pudessem aparecer, vindas de Ferros, ou da Capital.
Seus vestidos enchiam de glamour os corpitos das moçoilas e cada uma mostrava seus dons, umas de forma mais sutil, outras de forma mais sapeca...
O comércio do lugar guardava mistérios... Cada coisa... E o desejo da vaidade feminina se aguçava diante das novidades!
Belo dia, surpresa! Chega novidade na loja mais visitada, se não me engano, a única do lugar! Linha de perfumes e cosméticos novos: lançamento vindo da cidade!
Uma moça atenta aos anúncios da rádio e das passeadas brejeiras pelas ruas, soube da novidade!
Arrumou-se toda como uma flor! E toda faceira, perfumosa e "cheia de charme", dirigiu-se a loja, famosa pelas novidades, sempre em primeira mão.
Dirigiu-se ao balconista: ajeitou o cabelo, conferiu com os dedos o contorno do batom e, brejeira perguntou:
- Bom dia! Tem Cachemire Buquete?
Risos de alegria. A novidade havia chegado no lugar! O charme das moçoilas seria mais doce! E Cachemire Buquete espalhou seu perfume, marcando uma época!
Até hóstias exalavam seu perfume... Bons tempos aqueles!
terça-feira, 24 de abril de 2012
A TV ITACOLOMI CHEGA NO BORBA...
Foi só Roberto Glória publicar a imagem do "indiozinho" da Tv Itacolomi, para as memórias borbulharem... Isto nos idos dos anos 70 do século XX.
A TV chegou no Borba... Os Ferreiros, como em todo lugar se deliciavam com as imagens, mistério para a época: como será que as pessoas entraram ali???
Marília Procópio se lembra como a TV pegava bem: na antena interna, uma bucha de bombril fazia milagres.
E um mais corajoso, assim como Gabriela subia no telhado para pegar a pipa, a razão era outra: melhorar a imagem!
A antena era girada pra lá e pra cá e o artista gritava:- melhorou? piorou? melhorou de novo... Os telespectadores, angustiados, aguardavam a melhor posição para assistirem a novela...
E a TV colorida? Para tanto tinha uma solução: Foi comprada uma tela colorida para colocar em frente o aparelho,para que a imagem não ficasse preta e branca,diz Alzira...
Até às 18 horas, rua... Até que as mães gritavam: - tá na hora...
E os cordeirinhos, de banho, tomado, joelho ralado, dedo trupicado, sentavam ajeitadinhos para assistirem a novela! E enquanto esperavam a TV entrar no ar, cantavam: Zuleni puxa o coro: "TV Itacolomi, sempre na liderança! canal 4, Belo horizonte! Minas Gerais!!!
PRIMOSAS DO BORBA
O que não faltam no Borba, são as primosas, moças formosas, delicadas e sapecas.
As meninas são amigas pra valer e, claro, cúmplices dos meninos em todas as peraltices.
Nas fotografias, estão todas lá: uma a uma se perguntam:- será eu mesma? Olha, já fui loura um dia...
Não! Não é você... nem era nascida ainda! Quem será então? Que meninada bonita, meu Deus!
E o diálogo com as fotografias, amarelecidas pelo tempo, algumas já em cor, continua!
Perguntas e respostas brotam do coração, da alma... Mãe ajuda... E lágrimas brincam de "faz de conta" pelos rostos das sagradas!
Meninas! lembram da fonte das almas? Bastava Zé Vieira aparecer, que sumia uma moedinha! Ainda temos muitas histórias dele!
Silvério, com seu sorriso largo, ainda acompanha calado os casos que brotam da memória. Josepha anda sumida... Cuida dos seus gatos!
Meu São Sebastião! faça com que ela fale... Talvez escreva seu livro de memórias pra nos fazer uma surpresa...
Primosa Suely Sette tem um vozeirão! Acompanhava os "Invencíveis do Borba! Danada! Voz bonita e delicadeza nas mãos... Borda como ninguém. E de
laçada em laçada dribla a dor que machuca seu coração. Mas a alegria das primosas dá a ela a felicidade de percorrer as páginas do Faceborba...
Trem bão danado, sô! Tão bom como o sabor do frango com quiabo e o mingau de milho verde...
Meninas se encontraram. Fiquei de fora... Mas sei que viajo no coração de cada uma.
E de viagem em viagem, primosas hão de encontrar um lugarzinho para mim. Piragira que o diga...
segunda-feira, 23 de abril de 2012
CARRINHO DE MÃO
A turma dos Ferreiros, aliás, a "Turma do Borba", gosta muito de uma "branquinha".
Em casa, ou no buteco... de quem mesmo, gente? vocês não me disseram...
a "branquinha" rola solta, junto com conversas deliciosas a respeito dos seu moradores.
Quem disse que gozações e casos dos moradores significam fofocas? Isto é coisa de cidade grande...
Mas de pinga em pinga, tacadas de sinuca, a serenata é organizada... Valdomiro, Silvério e sua turma
pensam no repertório e quais casas, "Oikós"- lugares do fogo sagrado serão visitadas.
Outra turma, prepara a comilança! Gente... cadê as galinhas? serenata sem galinhada, não é serenata...
Mulheres do Borba são cúmplices da organização. Afinal, são companheiras de todas as horas!
Mais "recatadas", preparam a comilança, e claro, bebem sua pinguinha e pensam: - Meninas, e as galinhas?
Tadinha de D. Alzira! Subtrair só de seu quintal, é maldade... ela já nem sabe mais contar...
Vamos organizar a equipe, chamar nossos homens que são craques no trabalho de subtração de galinhas!
Furtivas, saem em busca de ajuda. E, uma a uma, as galinhas são retiradas de seus galinheiros e a água ferve no fogão a lenha...
A pinga rola solta... As vozes são afinadas, pois a pinga desliza fácil pelas gargantas... rsrsrs
De casa em casa, a seresta rola solta. a galinhada está pronta! e todos transbordam-se de felicidade e da inocência dos moradores do lugar...
Chega a hora de dormir! Alguns "gangorram" sobre as pernas, mas a solução foi pensada também!
O Carrinho de Mão, estacionado e a postos, aguarda um condutor um pouco mais sóbrio!
Bora gente! E vão catando os passageiros que insistem em cantar mais um pouco, chupar o ossinho da subtraída e deslizar a saideira...
E o Carrinho de Mão vai ajeitando seus passageiros. Um a um, contrariados, sendo conduzidos às suas casas.
As mulheres esperam... Umas felizes, outras contrariadas. Mas a Borbagatense, como mulheres de Atenas, acolhe seu homem no calor do braço
e na maciez do travesseiro...
sábado, 21 de abril de 2012
CAIXA DA MÃE
Várias "caixas da mãe" são abertas, dia a dia, na memória dos Ferreiros.
Mães, cuidadosas que guardam seus segredos e sempre queimam uma vela votiva para seus filhos...
A criação da "Comunidade do Borba" aguçou a curiosidade de filhos, netos, cunhados e amigos do lugar.
Amanhece.
Antes do trabalho diário, uma passadinha pela página: - quantas novidades teremos?
Ficamos todos atentos à noite, quando as caixas são abertas. E as memórias pululam de caixa em caixa...
Descobertas vão desfilando aos olhos e ouvidos atentos de todos.Às vezes, junto às caixas, as mães ao lado: umas contam histórias.
Outras, silenciosamente secam uma lágrima teimosa em escorrer.
Vidas são revividas através de histórias que são contadas e reminiscências saltam uma a uma, das "Caixas da Mãe".
Algumas pessoas ficam quietas: - quero ver onde isto vai dar! - Será se falo???
E a vida é revivida, feito colares de sementes de lágrimas de Nossa Senhora.
Tombos do cavalo, andadas nos pescoços dos mesmos... namoros furtivos no adro da Igreja, tudo são mistérios que se redescobrem,
agora, muitas vezes com risadas, outras aquecidas com um cafezinho.
O teclado, com suas letras salientes, aguarda o momento do registro de histórias: e devagar, como "lágrimas de Nossa Senhora", lembranças se transformam
num rosário de saudades que reforçam a identidade de um lugar e uma ciranda se forma como os passos de um bolero...
Lágrimas podem manchar fotografias, bilhetes e até envólucros de bombons que registram o momento de um beijo roubado..
Mas a vida se transforma numa via de mão dupla, reforçando a identidade de um lugar.
E o Borba cavalga na cacunda do mundo...
domingo, 15 de abril de 2012
A QUEIMA DO JUDAS NO BORBA.
O Borba,terra abençoada dos Ferreiros, tem suas histórias, mais que providenciais e hilárias.
Esta começou assim: Galeno, que hoje mora pelas bandas do estrangeiro, perguntou aos seus amigos do Borba:
_ Alguém aí, da Comunidade, se lembra da malhação do Judas, no Sábado de Aleluia, em Borba Gato, ao lado do Cemitério, entre o Campo de futebol e a Casa do Senhor Abílio?
Rsrsrs... O tricot começou a ser tecido... e com fios de várias cores, tonalidades tão exóticas e faceiras que matam de rir a todos os atores, e mesmo aqueles que estão de sapo...
Uma diz: _ até hoje acontece isto por lá! Quem nunca comeu um amendoim torradinho do Judas? E os versos que acompanhavam o Judas? Rosania completa: para cada morador um verso; cada um mais engraçado que o outro.
As lembranças continuam através de risadas virtuais, mas garanto que muita gente se levantou pra fazer xixi, como foi o meu caso.
Cada festa tem seu momento de preparativos e Claudio Galeno continua lá das Manáguas:- também haviam as subtrações de frutos e galinhas no quintal alheio...
Risadas e curtições adoidado, até que alguém se lembra do burrico que levava o Judas... Quem mesmo? Foi Rosania, que toda serelepe diz que o burro era todo pintado para o dono não reconhecer...
Marília logo diz que o burro devia ser do seu avô.
Após a festança, o burro era descoberto todo pintado no pasto, mas o autor da arte é desconhecido até hoje.Confusão na certa, mas "boca de siri". Afinal, na turma do Borba não existe dedo duro...
No dia da queima do Judas, quem tinha um burro não tinha sossego! Vige Maria! É hoje...
E o poeta da festa? Quem fazia os versos para bulir com as pessoas do lugar?
Alzira Procópio diz que no tempo dela era o Zé Farias. Matavam a gente de rir... HAHAHAHAHA! Fez até um só pra mim... Saudades do Zé Farias! Alguém tem notícias dele?
As pessoas se calam, se perguntam umas às outras e dizem: - ele colecionava fatos o ano inteiro, ocorridos com o povo do Borba pra criar verso em cima disso...
O sapo, morre de rir e se pergunta:- Cadê o Zé Farias??? Silêncio na comunidade. Dá pra perceber a expressão de cada ator da memória, através do silêncio do teclado, ou movimento dos dedos nos equipamentos mais modernos. Mas a página da memória é escrita pelo "cordis" de cada um.
Galeno, mais experiente, quebra a nostalgia que se instaura nas almas dos Ferreiros...
Diz:- no meu tempo existia um comando geral que agia discretamente sob a batuta do Zé Vieira, diplomata nato.Operações para montar a fazenda do Judas, com porcos, leitões, galinhas e todas as frutas da região. Tudo isso exigia uma organização eficiente.
O "sapo" diz:- gente, gente, estes comentários podem virar um livro...
Galeno continua:-Tudo tinha que ficar pronto nas primeiras horas de sábado! Buracos eram feitos para replantar bananeiras, com seus cachos maduros,na madrugada de sexta, depois da meia noite... A bocuda do Sapo, coça a cabeça e se pergunta:- Como assim?
Rosania lembra toda afoita, que a roupa do Judas era subtraída de algum desavisado...Tudo feito na surdina, todo mundo ficava apreensivo, sem saber quem seria vítima do famigerado Judas!
Ninguém escapava: ou era o burro, os versos, ou roupa que vestia o Judas. Querendo ou não todo mundo participava...
Depois, como diz Galeno, era o trabalho da turma de comando na tarefa de conseguir galinhas para povoar o galinheiro.
Alzira comenta: - (...) com certeza no seu tempo as coisas eram mais fartas. Tínhamos que arrecadar algum dinheiro pra colocar no "pau de sebo" pra meninada tentar subir e também enfeitar o "boi andá": aí a festa tava pronta com os verso do Zé Farias e a Banda do Silvério...
As reminiscências de Galeno são completadas: - também fazíamos a subtração de galinhas e depois, íamos à cozinha da vítima fazer a galinhada e deliciar com o bandolim do Silvério, o violão do tio Valdomiro. Era regra!
Havia D. Anita, que todos os dias contava as galinhas, e sempre faltava!
Uma lição aprendida: era melhor oferecer as galinhas paras os potenciais ladrões e assim evitar que seus filhos fossem roubar galinhas na casa do vizinho.
"senso de humor e aventura na terra onde nada acontecia de extraordinário"
Maria Sapuda consente com as palavras do pai de Galeno: " A memória de infância se constrói com o passar dos anos".
A turma do Borba reflete a respeito, quando chega Suely Sette, toda esbaforida, lembrando que Tão e Valdomiro rechearam o Judas de balas e pirulitos: criançada pulava corria, pra pegar balas,mães com olhar de reprovação, "pois meninos educados não agiam assim".
E o testamento do Judas foi muito além de dentaduras, botas,chapéus e "crime prescrito".
A queima do Judas no Borba fez com que muita gente abrisse o baú da memória,risadas do céu ecoaram pelas ruas do lugarejo, alegria brotou na alma dos Ferreiros e propiciou possibilidades de re-união de pessoas que se sentem amalgamadas pelas histórias e fotografias de pessoas idosas, crianças, moças casadoras,vigilantes de mesas de doces, comerciantes, carros do ano, burricos e cavalos, enfim, vidas que se vivem a cada segundo no borbulhar de passos em direção ao passado, não como nostalgia, mas como abertura de possibilidades de amor ao nosso chão.
"Uma cidade não é amada pelas suas sete ou setenta maravilhas" Amamos nosso chão pelas pessoas que o constroem no seu dia a dia!
se
Esta começou assim: Galeno, que hoje mora pelas bandas do estrangeiro, perguntou aos seus amigos do Borba:
_ Alguém aí, da Comunidade, se lembra da malhação do Judas, no Sábado de Aleluia, em Borba Gato, ao lado do Cemitério, entre o Campo de futebol e a Casa do Senhor Abílio?
Rsrsrs... O tricot começou a ser tecido... e com fios de várias cores, tonalidades tão exóticas e faceiras que matam de rir a todos os atores, e mesmo aqueles que estão de sapo...
Uma diz: _ até hoje acontece isto por lá! Quem nunca comeu um amendoim torradinho do Judas? E os versos que acompanhavam o Judas? Rosania completa: para cada morador um verso; cada um mais engraçado que o outro.
As lembranças continuam através de risadas virtuais, mas garanto que muita gente se levantou pra fazer xixi, como foi o meu caso.
Cada festa tem seu momento de preparativos e Claudio Galeno continua lá das Manáguas:- também haviam as subtrações de frutos e galinhas no quintal alheio...
Risadas e curtições adoidado, até que alguém se lembra do burrico que levava o Judas... Quem mesmo? Foi Rosania, que toda serelepe diz que o burro era todo pintado para o dono não reconhecer...
Marília logo diz que o burro devia ser do seu avô.
Após a festança, o burro era descoberto todo pintado no pasto, mas o autor da arte é desconhecido até hoje.Confusão na certa, mas "boca de siri". Afinal, na turma do Borba não existe dedo duro...
No dia da queima do Judas, quem tinha um burro não tinha sossego! Vige Maria! É hoje...
E o poeta da festa? Quem fazia os versos para bulir com as pessoas do lugar?
Alzira Procópio diz que no tempo dela era o Zé Farias. Matavam a gente de rir... HAHAHAHAHA! Fez até um só pra mim... Saudades do Zé Farias! Alguém tem notícias dele?
As pessoas se calam, se perguntam umas às outras e dizem: - ele colecionava fatos o ano inteiro, ocorridos com o povo do Borba pra criar verso em cima disso...
O sapo, morre de rir e se pergunta:- Cadê o Zé Farias??? Silêncio na comunidade. Dá pra perceber a expressão de cada ator da memória, através do silêncio do teclado, ou movimento dos dedos nos equipamentos mais modernos. Mas a página da memória é escrita pelo "cordis" de cada um.
Galeno, mais experiente, quebra a nostalgia que se instaura nas almas dos Ferreiros...
Diz:- no meu tempo existia um comando geral que agia discretamente sob a batuta do Zé Vieira, diplomata nato.Operações para montar a fazenda do Judas, com porcos, leitões, galinhas e todas as frutas da região. Tudo isso exigia uma organização eficiente.
O "sapo" diz:- gente, gente, estes comentários podem virar um livro...
Galeno continua:-Tudo tinha que ficar pronto nas primeiras horas de sábado! Buracos eram feitos para replantar bananeiras, com seus cachos maduros,na madrugada de sexta, depois da meia noite... A bocuda do Sapo, coça a cabeça e se pergunta:- Como assim?
Rosania lembra toda afoita, que a roupa do Judas era subtraída de algum desavisado...Tudo feito na surdina, todo mundo ficava apreensivo, sem saber quem seria vítima do famigerado Judas!
Ninguém escapava: ou era o burro, os versos, ou roupa que vestia o Judas. Querendo ou não todo mundo participava...
Depois, como diz Galeno, era o trabalho da turma de comando na tarefa de conseguir galinhas para povoar o galinheiro.
Alzira comenta: - (...) com certeza no seu tempo as coisas eram mais fartas. Tínhamos que arrecadar algum dinheiro pra colocar no "pau de sebo" pra meninada tentar subir e também enfeitar o "boi andá": aí a festa tava pronta com os verso do Zé Farias e a Banda do Silvério...
As reminiscências de Galeno são completadas: - também fazíamos a subtração de galinhas e depois, íamos à cozinha da vítima fazer a galinhada e deliciar com o bandolim do Silvério, o violão do tio Valdomiro. Era regra!
Havia D. Anita, que todos os dias contava as galinhas, e sempre faltava!
Uma lição aprendida: era melhor oferecer as galinhas paras os potenciais ladrões e assim evitar que seus filhos fossem roubar galinhas na casa do vizinho.
"senso de humor e aventura na terra onde nada acontecia de extraordinário"
Maria Sapuda consente com as palavras do pai de Galeno: " A memória de infância se constrói com o passar dos anos".
A turma do Borba reflete a respeito, quando chega Suely Sette, toda esbaforida, lembrando que Tão e Valdomiro rechearam o Judas de balas e pirulitos: criançada pulava corria, pra pegar balas,mães com olhar de reprovação, "pois meninos educados não agiam assim".
E o testamento do Judas foi muito além de dentaduras, botas,chapéus e "crime prescrito".
A queima do Judas no Borba fez com que muita gente abrisse o baú da memória,risadas do céu ecoaram pelas ruas do lugarejo, alegria brotou na alma dos Ferreiros e propiciou possibilidades de re-união de pessoas que se sentem amalgamadas pelas histórias e fotografias de pessoas idosas, crianças, moças casadoras,vigilantes de mesas de doces, comerciantes, carros do ano, burricos e cavalos, enfim, vidas que se vivem a cada segundo no borbulhar de passos em direção ao passado, não como nostalgia, mas como abertura de possibilidades de amor ao nosso chão.
"Uma cidade não é amada pelas suas sete ou setenta maravilhas" Amamos nosso chão pelas pessoas que o constroem no seu dia a dia!
se
sábado, 7 de abril de 2012
FERREIROS
Ando vagando pelas teclas do computador e me deparo com a página do Borba.
Não do Borba Gato bandeirante, mas dos "Ferreiros" que decidiram abrir baús da memória e socializarem entre si, momentos vividos e fotografados pela retina de cada olhar e
pelas reminiscências doces de quem construiu e constrói um lugar.
Pelas ruas, crianças brincam sem a preocupação da modernidade.
Moça bonita mostra sua graça, pedalando sua bicicleta, com o vestido esvoaçante pelo vento gracioso, como a faceirice da mulher, que rodopia seus sonhos a cada movimento dos pedais.
Pela janela, casal idoso, de mãos dadas observam mais um evento: da porta da Capela do Arraial,um registro de uma cena de casamento, quando, com certeza um "lambe lambe" guarda o momento no olhar atento do fotógrafo cuidadoso e perspicaz. Ninguém foi esquecido...
E outra cena demarca a religiosidade do lugar... Filhas de Maria, abobadadas em torno dos padres, juram fidelidade à Fita Azul e à Maria... Quantas delas aguardam um marido e a mudança de fita...
Outras juram fidelidade eterna ao azul do céu dos Ferreiros.
O cacho de bananas caturra promete festa da boa! Bananinha frita pra todo mundo, e, claro, para os pássaros que gorjeiam pelos quintais fartos de frutas.
Carros do ano,fazem a alegria de seus proprietários. As fotos,em preto e branco, fazem a imaginação sonhar com as cores dos possantes que encaram a estrada poeirenta, mas arborizada.
Pensam que acabou? Não... São Sebastião desfila pelas ruas do lugarejo, abençoando as casas, as pessoas, os peregrinos que se curvam ante suas chagas.
Hoje, Ferreiros se deliciam com as fotografias postadas uma a uma por seus moradores.
"Cê lembra fulana? o dia estava assim"... Não Beltrano! Veja bem! Pensa direito... o terno era azul! Ou branco?
A bicicleta era feminina... Vê lá se cumpadre ia deixar a filha dele andar em quadros?
E as perguntas se desenrolam pelas cabeças, fios puxados por Clio e Ariadne, deuses da memória...
Foi Borba quem fez isso? Não!!! ele passou por lá buscando esmeraldas que hoje estão presentes nos olhares das crianças!
Hoje, Ferreiros está em ebulição... Borba Gato arregala os olhos: perderá a majestade?
Não sei! As identidades do lugar começam a aflorar e a remexerem as memórias das pessoas. Tudo é possível!
Não do Borba Gato bandeirante, mas dos "Ferreiros" que decidiram abrir baús da memória e socializarem entre si, momentos vividos e fotografados pela retina de cada olhar e
pelas reminiscências doces de quem construiu e constrói um lugar.
Pelas ruas, crianças brincam sem a preocupação da modernidade.
Moça bonita mostra sua graça, pedalando sua bicicleta, com o vestido esvoaçante pelo vento gracioso, como a faceirice da mulher, que rodopia seus sonhos a cada movimento dos pedais.
Pela janela, casal idoso, de mãos dadas observam mais um evento: da porta da Capela do Arraial,um registro de uma cena de casamento, quando, com certeza um "lambe lambe" guarda o momento no olhar atento do fotógrafo cuidadoso e perspicaz. Ninguém foi esquecido...
E outra cena demarca a religiosidade do lugar... Filhas de Maria, abobadadas em torno dos padres, juram fidelidade à Fita Azul e à Maria... Quantas delas aguardam um marido e a mudança de fita...
Outras juram fidelidade eterna ao azul do céu dos Ferreiros.
O cacho de bananas caturra promete festa da boa! Bananinha frita pra todo mundo, e, claro, para os pássaros que gorjeiam pelos quintais fartos de frutas.
Carros do ano,fazem a alegria de seus proprietários. As fotos,em preto e branco, fazem a imaginação sonhar com as cores dos possantes que encaram a estrada poeirenta, mas arborizada.
Pensam que acabou? Não... São Sebastião desfila pelas ruas do lugarejo, abençoando as casas, as pessoas, os peregrinos que se curvam ante suas chagas.
Hoje, Ferreiros se deliciam com as fotografias postadas uma a uma por seus moradores.
"Cê lembra fulana? o dia estava assim"... Não Beltrano! Veja bem! Pensa direito... o terno era azul! Ou branco?
A bicicleta era feminina... Vê lá se cumpadre ia deixar a filha dele andar em quadros?
E as perguntas se desenrolam pelas cabeças, fios puxados por Clio e Ariadne, deuses da memória...
Foi Borba quem fez isso? Não!!! ele passou por lá buscando esmeraldas que hoje estão presentes nos olhares das crianças!
Hoje, Ferreiros está em ebulição... Borba Gato arregala os olhos: perderá a majestade?
Não sei! As identidades do lugar começam a aflorar e a remexerem as memórias das pessoas. Tudo é possível!
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