Ciganear é rodar a saia
E usar a boca bem vermelha.
Boca vermelha de paixão pela vida,
paixão pelos sentimentos que brotam
e rejuvenescem a alma.
Ciganear é viajar pela memória e trazer a tona
reminiscências de um passado distante.
Passadiço para os dias de hoje que são meus;
dias coloridos e debochados à luz da lua.
Gargalhadas ciganas em torno de uma alma,
que, de outro mundo beija a boca da noite.
E a lua, mais que brilhante alumia a cigana
ciganeando em torno da vida,
agradecendo a sorte que a fez mulher.
Sonoridade gratuita e feliz de ser mulher,
Mulher de lábios vermelhos
E cabeça de menina.
Menina que rodopia a saia e beija amores
com sua boca estonteante de prazer!
terça-feira, 30 de março de 2010
segunda-feira, 29 de março de 2010
Os pensamentos enovelam a cabeça,
deixam neurônios truncados
e sentimentos confusos.
Não acredito que nasci pra ser sozinha:
sonho com um campo de margaridas
e despetalo o mal me quer...
meu bem querer existe.
Suas mãos afagam o cabelo
e me chama:- Vem ,princesa!
Corro feliz entre flores,
pois de esperta não tenho nada!
Sou mulher clariciana: ama e vive.
"Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo entendimento".
Enquanto vivo, suspiro a dor da solidão
Aguardo o amor que despirá minha alma
E deixará o corpo nu de paixão...
Pernas entrelaçadas, pés dados, terão os dedos sorridentes!
Não disse que caminho num campo de margaridas?
deixam neurônios truncados
e sentimentos confusos.
Não acredito que nasci pra ser sozinha:
sonho com um campo de margaridas
e despetalo o mal me quer...
meu bem querer existe.
Suas mãos afagam o cabelo
e me chama:- Vem ,princesa!
Corro feliz entre flores,
pois de esperta não tenho nada!
Sou mulher clariciana: ama e vive.
"Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo entendimento".
Enquanto vivo, suspiro a dor da solidão
Aguardo o amor que despirá minha alma
E deixará o corpo nu de paixão...
Pernas entrelaçadas, pés dados, terão os dedos sorridentes!
Não disse que caminho num campo de margaridas?
sábado, 27 de março de 2010
Não conheço a cor dos olhos do amor.
Siquer conheço o som da sua voz.
Mas conheço o tamanho do coração
que se destrincha em medos, desejos e ternura.
Ternura que me faz desejar estar com o amor
E deixar transparecer o coração apaixonado.
O meu amor é carente como eu.
E o meu amor tem o coração apaixonado pela vida.
Vida que se desfaz em mistérios,
mistérios se vestem de luz
e se abraçam pelas teclas do computador
Siquer conheço o som da sua voz.
Mas conheço o tamanho do coração
que se destrincha em medos, desejos e ternura.
Ternura que me faz desejar estar com o amor
E deixar transparecer o coração apaixonado.
O meu amor é carente como eu.
E o meu amor tem o coração apaixonado pela vida.
Vida que se desfaz em mistérios,
mistérios se vestem de luz
e se abraçam pelas teclas do computador
quinta-feira, 25 de março de 2010
Devaneio
Ser feliz é ser desconvexo
É olhar pra si e se bastar.
O côncavo é devaneio.
Ser feliz é ser boa companhia pra você.
É olhar para o céu e ver estrelas, mesmo que o sol insista em brilhar
e sentir a chuva quando ela cai devagarinho, junto com as lágrimas que escorrem em seu rosto.
E assim você devaneia sobre o que é possível e o incalculável.
E o mundo gira em torno da sua fada,
das flores que marcam sua pele
do amor que se foi e das lágrimas que insistem
em sulcar o rosto como tatuagem.
É olhar pra si e se bastar.
O côncavo é devaneio.
Ser feliz é ser boa companhia pra você.
É olhar para o céu e ver estrelas, mesmo que o sol insista em brilhar
e sentir a chuva quando ela cai devagarinho, junto com as lágrimas que escorrem em seu rosto.
E assim você devaneia sobre o que é possível e o incalculável.
E o mundo gira em torno da sua fada,
das flores que marcam sua pele
do amor que se foi e das lágrimas que insistem
em sulcar o rosto como tatuagem.
Análise
Hoje fiquei muda.
E o psicanalista também.
O coração não estava disposto a dizer sobre sentimentos impossíveis
e passíveis de exorcismos.
Daimon e eu fizemos um acordo: silêncio!
Nem uma palavra.
Mas a cabeça ferve em possíveis e passíveis poréns.
Porém, entretanto, todavia, amar é possível
E os demônios continuam alojados numa das gavetas do ser.
Serrrrrrpente, a mente retorce em movimentos exóticos e eróticos.
Erótica é a vida que desejo.
Silêncio: a cabeça faz barulhos.
Exorcismos não. Deixem quietos os demônios que me habitam.
E o psicanalista também.
O coração não estava disposto a dizer sobre sentimentos impossíveis
e passíveis de exorcismos.
Daimon e eu fizemos um acordo: silêncio!
Nem uma palavra.
Mas a cabeça ferve em possíveis e passíveis poréns.
Porém, entretanto, todavia, amar é possível
E os demônios continuam alojados numa das gavetas do ser.
Serrrrrrpente, a mente retorce em movimentos exóticos e eróticos.
Erótica é a vida que desejo.
Silêncio: a cabeça faz barulhos.
Exorcismos não. Deixem quietos os demônios que me habitam.
terça-feira, 23 de março de 2010
Tatuagem
Ando a procura de sinais.
Sinais definitivos que marquem a vida,
Assim como marcas a ferro quente: tatuagem.
Uma fada já voa em minhas costas.
Agora flores floreiam o braço direito:
flores alveando a vida,
Alvéolas de luz a marcar o corpo com a crença de ser feliz.
Alvéolas sulcadas na pele a gritar pelo alvo da manhã.
Manhã salpicada de estrelas porque ainda é madrugada
e o sonho é meu.
Sinais definitivos que marquem a vida,
Assim como marcas a ferro quente: tatuagem.
Uma fada já voa em minhas costas.
Agora flores floreiam o braço direito:
flores alveando a vida,
Alvéolas de luz a marcar o corpo com a crença de ser feliz.
Alvéolas sulcadas na pele a gritar pelo alvo da manhã.
Manhã salpicada de estrelas porque ainda é madrugada
e o sonho é meu.
domingo, 14 de março de 2010
Melancolia
Com uma lupa procuro a alegria.
Risos, sorrisos, gargalhadas risonhas deixaram-me há tempos.
Cadê você,rota ensolarada na vida de hoje?
Cadê você, música dissonante e iluminada?
Cadê você, vida vivida, vívida, vivaz e viva?
A lupa obscurece o olhar: esconde a gota dágua na janela,
E transforma o raio de sol em labaredas.
Vida, vida, estou aqui...
Risos, sorrisos, gargalhadas risonhas deixaram-me há tempos.
Cadê você,rota ensolarada na vida de hoje?
Cadê você, música dissonante e iluminada?
Cadê você, vida vivida, vívida, vivaz e viva?
A lupa obscurece o olhar: esconde a gota dágua na janela,
E transforma o raio de sol em labaredas.
Vida, vida, estou aqui...
sábado, 6 de março de 2010
Espelho meu
Ando pela vida ora distraída, ora assustada.
Quando distraída, vejo flores, árvores, ouço o canto dos pássaros apesar do burburinho da cidade grande.
De repente, assustada: as pessoas parecem observar meus passos, meu corpo, meu útero.
Tento correr. Não consigo.Os passos são trôpegos e o pensamento mergulha em trevas.
Lágrimas descem sem pedir licença.
O que mais desejo é a minha casa, casca de mim mesma.
Desejo a vida, ao mesmo tempo, afasto-a com grosseria.
Quero dormir o sono eterno.
Eternamente.
Enquanto isto, a chuva cai seguindo o titmo normal da natureza.
Enxugo as lágrimas, abro os olhos e vejo a rua de banho tomado.
Canto.O ninho acolhe a dor.
Mãos invisíveis acariciam meu cabelo.
Durmo. Os remédios são mais poderosos que meu desejo.
O leão se aquieta.
Por enquanto.
Júlia Carolina da Cunha. 22/11/05
Quando distraída, vejo flores, árvores, ouço o canto dos pássaros apesar do burburinho da cidade grande.
De repente, assustada: as pessoas parecem observar meus passos, meu corpo, meu útero.
Tento correr. Não consigo.Os passos são trôpegos e o pensamento mergulha em trevas.
Lágrimas descem sem pedir licença.
O que mais desejo é a minha casa, casca de mim mesma.
Desejo a vida, ao mesmo tempo, afasto-a com grosseria.
Quero dormir o sono eterno.
Eternamente.
Enquanto isto, a chuva cai seguindo o titmo normal da natureza.
Enxugo as lágrimas, abro os olhos e vejo a rua de banho tomado.
Canto.O ninho acolhe a dor.
Mãos invisíveis acariciam meu cabelo.
Durmo. Os remédios são mais poderosos que meu desejo.
O leão se aquieta.
Por enquanto.
Júlia Carolina da Cunha. 22/11/05
Família
Um encontro de luz para uns,
Um cambalear estonteante para outros.
eis a vida,
ciranda,cirandinha a rodar
ena meia volta,
viravolteam pessoas estranhas lado a lado,
num ninho chamado família.
Em princípio, dois caciques ao som do atabaque
batucam sons de uma cartilha de uma nota só,
perfilando almas no quartel planejado
para enquadrar crianças bonitinhas:
"Marcha soldado,
cabeça de papel,
se não marchar direito, vai preso no quartel"...
O quartel pega fogo.
Almas perfiladas debandam cada um para seu lado.
E o quartel quadradinho vê escapar pelos quatro lados,
almas opostas.
Salve-se quem puder!
De boas intenções o inferno está cheio!
Soldadinhos bonzinhos ou bobinhos?
Ficam mais tempo,
como baratas tontas,
a cabeça zumbindo com a zoeira do sonho,
zuzunando esperanças zonzas
a catarem estilhaços de luz espalhados pelo redemoinho turbulento das ilusões
Vazio na alma solitária dos soldadinhos adestrados
pelo atabaque dos caciques.
O mundo não é quadrado como uma quartel,
nem as almas moldadas em forma de madeleines.
Mundo, vasto mundo,
Booolaaa...
Mundo redondo, sem quinas, esquinas, contramão, mundo infinito sob um manto azul, rosa, ouro, violeta, verde, vermelho, branco,
matizes como pinceladas de Monet.
Desencontros.
Almas penadas,
cada uma pra seu lado.
E para mim,,
liberdade ainda que de tardinha.
E de tardinha,
volta e meia, caminho distraída pelos jardins do mundo que é meu.
Sou livre.
Júlia Carolina da Cunha. Março2010
Um cambalear estonteante para outros.
eis a vida,
ciranda,cirandinha a rodar
ena meia volta,
viravolteam pessoas estranhas lado a lado,
num ninho chamado família.
Em princípio, dois caciques ao som do atabaque
batucam sons de uma cartilha de uma nota só,
perfilando almas no quartel planejado
para enquadrar crianças bonitinhas:
"Marcha soldado,
cabeça de papel,
se não marchar direito, vai preso no quartel"...
O quartel pega fogo.
Almas perfiladas debandam cada um para seu lado.
E o quartel quadradinho vê escapar pelos quatro lados,
almas opostas.
Salve-se quem puder!
De boas intenções o inferno está cheio!
Soldadinhos bonzinhos ou bobinhos?
Ficam mais tempo,
como baratas tontas,
a cabeça zumbindo com a zoeira do sonho,
zuzunando esperanças zonzas
a catarem estilhaços de luz espalhados pelo redemoinho turbulento das ilusões
Vazio na alma solitária dos soldadinhos adestrados
pelo atabaque dos caciques.
O mundo não é quadrado como uma quartel,
nem as almas moldadas em forma de madeleines.
Mundo, vasto mundo,
Booolaaa...
Mundo redondo, sem quinas, esquinas, contramão, mundo infinito sob um manto azul, rosa, ouro, violeta, verde, vermelho, branco,
matizes como pinceladas de Monet.
Desencontros.
Almas penadas,
cada uma pra seu lado.
E para mim,,
liberdade ainda que de tardinha.
E de tardinha,
volta e meia, caminho distraída pelos jardins do mundo que é meu.
Sou livre.
Júlia Carolina da Cunha. Março2010
Desdobramento
Sou uma mulher de vermelho.
Vermelho que disfarça a escuridão da alma que insiste em se esconder em seu labirinto misterioso.
Piso devagarzinho nos mistérios que atordoam e fazem cambalear na noite escura.
Crio coragem. As palavras sábias de um amigo dão um sinal que é preciso caminhar pelo desconhecido coração.
Abro suas portas. As escoras evitam que passos trôpegos prossigam pelo caminho misterioso.
Vou devagar. O vermelho ilumina a lama dos compartimentos cheios de lodo, definindo onde posso pisar sem me ferir.
Desdobro em duas: uma de mim passeia por lugares floridos, iluminados, cheios de amor, alegria e sorrisos. Saltito, bato palmas e sinto feliz. Percorro os mistérios da vida que encantam o viver: são sorrisos, beijos molhados, música, sons de violino, travessuras de criança, que hoje adulta, continuam a dar alegrias.
As janelas estão abertas e a luz descortina um caminho novo:"toco novas canções no mesmo violão".
Preciso pisar na lama e sentir o cheiro de lodo do lado escuro.
Outra de mim tem essa missão. Não é fácil.É como um disco quebrado arranhando o vinil e sangrando o peito que explode de dor. O bolor entope as narinas, fere as mãos: a alma embolorada quer dar as cartas.
Entro em cada compartimento, abro as janelas. O peito arfanteaflito pede socorro. Não é possível tanto breu.
A luz teima em entrar devagarinho.O bolor se desmancha diante da luz.
O vermelho se respinga de podridão. E a luz dos poetas transformam em pétalas de chuva o conhecido coração.
O arco íris ilumina as artérias fazendo pulsar o sangue das veias. Por elas passam o amor. O lado escuro não resiste à luz, ao brilho de vagalumes que desmancham remédios com o mistério de sua sabedoria. Sua luz é mais forte que o neón. Sua luz translúcida pisca e repisca enchendo de amor a vida da vida. Num passe de mágica volto a ser única. Desdobrável, mas inteira.
Júlia Carolina da Cunha. Março/2010
Vermelho que disfarça a escuridão da alma que insiste em se esconder em seu labirinto misterioso.
Piso devagarzinho nos mistérios que atordoam e fazem cambalear na noite escura.
Crio coragem. As palavras sábias de um amigo dão um sinal que é preciso caminhar pelo desconhecido coração.
Abro suas portas. As escoras evitam que passos trôpegos prossigam pelo caminho misterioso.
Vou devagar. O vermelho ilumina a lama dos compartimentos cheios de lodo, definindo onde posso pisar sem me ferir.
Desdobro em duas: uma de mim passeia por lugares floridos, iluminados, cheios de amor, alegria e sorrisos. Saltito, bato palmas e sinto feliz. Percorro os mistérios da vida que encantam o viver: são sorrisos, beijos molhados, música, sons de violino, travessuras de criança, que hoje adulta, continuam a dar alegrias.
As janelas estão abertas e a luz descortina um caminho novo:"toco novas canções no mesmo violão".
Preciso pisar na lama e sentir o cheiro de lodo do lado escuro.
Outra de mim tem essa missão. Não é fácil.É como um disco quebrado arranhando o vinil e sangrando o peito que explode de dor. O bolor entope as narinas, fere as mãos: a alma embolorada quer dar as cartas.
Entro em cada compartimento, abro as janelas. O peito arfanteaflito pede socorro. Não é possível tanto breu.
A luz teima em entrar devagarinho.O bolor se desmancha diante da luz.
O vermelho se respinga de podridão. E a luz dos poetas transformam em pétalas de chuva o conhecido coração.
O arco íris ilumina as artérias fazendo pulsar o sangue das veias. Por elas passam o amor. O lado escuro não resiste à luz, ao brilho de vagalumes que desmancham remédios com o mistério de sua sabedoria. Sua luz é mais forte que o neón. Sua luz translúcida pisca e repisca enchendo de amor a vida da vida. Num passe de mágica volto a ser única. Desdobrável, mas inteira.
Júlia Carolina da Cunha. Março/2010
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