quinta-feira, 22 de novembro de 2012
AMORES ESCONDIDOS
A casa guarda segredos pelos quatro cantos. Tudo é névoa de mistérios de amores
que vão e vêm...
Mistérios que se justificam pelo silencio do bem querer.
Pessoas, aliás, trés pessoas se escondem brincando entre desejos em volta da mulher
que tem de criança seu sorriso e sua traquinagem de alguém sapeca, entre brincadeiras
que se transformam em verdade.
Segredos: algo que rodeia a casinha, deixando a luz brilhar em seu entorno e a
vizinhança curiosa... Que mulher é esta que atrai modalidades de sentimentos,
desejos e suspiros a terceiros, cheios de doçura?
Uma mulher que traz em si a delícia da poesia e a ternura do carinho como gratidão
à atenção que lhe é oferecida.
E a casa se desmancha em segredos.
Mistérios que deslumbram paredes e sufocam de curiosidades a vizinhança que se faz
morta.
Mas a mulher não se perde entre sussurros: seu amor tem dono.
Pode não ser o mais bonito. Muito menos o mais charmoso.
Mas é o mais delicado, aquele que lê sua alma e traduz em afeto anos de convivência.
O amor da mulher é o primeiro. É o garoto que se fez homem e transformou a vida da
moça em alegria, após as dores de uma vida vivida a cinco. Alás, seis: a presença do neto enriquece a existência da família,que se faz em harmonia depois da tempestade
que derrubou árvores e choveu granizos derrubando corações.
Corações que se recompuseram em carne que sangrou alegria, beijos e abraços e solidariedade macia do bem querer.
domingo, 30 de setembro de 2012
SAUDADES
O final de semana passa devagarinho.
O silencio faz parte da vida dos amores, mas os anjos tagarelam: como falam!
Planejam, cochicham, relembram traquinagens feitas à luz do dia...
Pedem calma: estaremos juntos novamente. E breve!
A saudade doída é passageira, e a lua cheia conspira a nosso favor: eis-me aqui!
Sou o habitat dos anjos e, em nossa casa, planejamos seu encontro, pois, já estamos
juntos.
A cada movimento dos anjos, um arrepio: arrepio de prazer, pois a segunda se aproxima.
Ela vem devagarinho, pé ante pé. E diz: - não se apoquente! Estarei de volta!
E entre volteios, a saudade dirá adeus.
Anjos batem palma: fada faz cócega em giacinto que se espanta de prazer.
Tudo é lua, lua cheia que abriga anjos do amor.
Anjos que se desgovernam diante da proximidade do sim.
Sim, sinal a reforçar o amor entre duas almas benditas, queridas e sapecas.
Almas traquinas a justificarem o encontro de dois seres.
Dois seres a amamentarem o mundo de ternura!
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
MAZINHO
Brinco distraída com as teclas perdidas e ouço músicas.
Músicas que acordam meu anjo, que cutuca o seu anjo parceiro.
De repente, o som atravessa o concreto e dois anjos começam a dançar...
Dançam desvairados e preparam o dia seguinte!
Dia em que almas sozinhas, se encontram de acordo com cutucadas de anjos abençoados.
Silfos, fadas e gnomos dançam ao redor: é preciso encorajar sentimentos que se
afloram na maciez da manhã.
Tudo é lindo. As almas são lidas, palavra por palavra, apesar do silêncio de uma
delas: é mais educada, menos faladeira. Suas palavras soam mudas, silenciosas.
Mas os anjos conseguiram: abraços adocicados se enroscam e as almas se materializam
em um casal que já se conhecia da eternidade: o respirar acende luzes e os
corações se encontram na eternidade e na doçura do abraço.
Não se explica o que houve: sente-se:
Transforma-se em realidade o entrelaçar de pernas, o abraço abraçado na luz da manhã.
Tudo flui: anjos se beijam comemorando o encontro de seres escondidos entre silfos e
gnomos!
A fada, mimosa escorrega das costas e aponta o azul do giacinto que se abre em flor.
Tudo é paz. A ternura de almas que se acaloram no azul do céu.
Estamos em paz! O amor é possível...
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
CALADOS OU ESCALADOS: EIS A QUESTÃO!
Esta história, ficou agarrada na "caixa da mãe": travou a tampa...
Foram tantos comentários avulsos, que pedi ajuda ao Roberto Glória:- Calado, ou
Escalados?
Foi-me explicado que falavam "Escalado", por se ter notícia de técnicos da
Vale fazendo escavações por lá... Mas na realidade, era "Calado", que de calado,
o povo não tinha nada...
Pelo que percebi, foi uma fazenda muito querida e cobiçada pela garotada, fazenda pertencente a João Lucas Procópio, morador da Fazenda dos Calados.
Para se chegar até lá, o caminho chamava-se "Alegre", de tão lindo que é a
Estrada do Alegre:- o paraíso existe... Calado Alegre!
Calado, Escalado, Calado Alegre, o mesmo lugar...
Os adultos de hoje, choram de saudades da infância no Calado Alegre...
Crianças indo a cavalo sem arreio para casa, bunda sapecada pelo suor do animal,
Alzira chora de saudade da fazenda onde nasceu, sentindo falta do jardim de sua mãe..
Waldena e companheiros morrem de rir de sua aventura, montada a cavalo sem arreios...
Férias no Borba são relembradas... O mesmo Borba que Roberto Glória fotografa da janela do banheiro de um bar!
Alzira se lembra que a fazenda pertenceu aos avós, depois aos seus pais e depois aos pais de Marco Aurélio Duarte. Brincavam de carrinho puxado por cabrito feito pelo tio Virgílio. E a pescaria na peneira? Não dava sequer uma fritada...
Zuleni, com olhos marejados, se lembra do doce de leite da tia Creuza...
Nádia Leite lembra do tio Virgílio montado em cavalos bravos e sua mãe fechando a
janela para que a proeza não fosse vista! Mas sempre um buraquinho clareava o
curral e tio Virgílio pulando até a cerca, firme, montado como um cowboy!
Ah! Calados...
E o quarto de santos? Quarto de Dentro, cheio de retratos de quem já morreu.
Bisavôs, Bisavós, Vó Ritinha... cara da Eloiza! Morríamos de medo deste quarto...
Na fazenda, a comida era levada para os trabalhadores que batiam pasto.
Enquanto isso, os pés de vassoura eram amarrados e marcas de tombos registram o
momento até hoje... Perguntem para Marília!
Fazer vassoura era comum. A planta era chamada de vassoura. Não existia a piaçava!
Para varrer o forno, elas eram feitas de alecrim. Um cheiro bom...
E as fornadas de biscoitos eram esperadas com ansiedade...
Ai, Zé Júlio! Onde está você? Vem fazer parte da caixa da mãe...
Outra brincadeira vem a tona: brincar na "tuia" de feijão. O nome correto é tulha.
Alzira nos corrigiu. Para quietar uma criança, valia qualquer coisa. Na
colheita de feijão, as "tuias" ficavam lotadas em balaios e eram a maior
diversão da criançada que ficava tempos e tempos dentro dos balaios lotados de
feijão. A brincadeira era afundar objetos dentro dos balaios e depois
procurar, não é Alzira? E o xixi era feito dentro dos balaios, temperando o
feijão...
Às vezes, até feijão brotava sem explicação!
E a estrada de automóvel, passando pelos Gomes? Era tão perigosa que a
criançada fechava os olhos: eram tantas as porteiras que os passageiros ficavam
mais a pé do que no carro, né Alzira?
Vinte e três porteiras e dezenove córregos... Única estrada de acesso ao
Escalado!
Meninas, e o monjolo? Ficávamos debaixo e quando ele descia, "voava gente pra
todo lado". Caiu muito, Rosana? Com certeza. Noção do perigo não existia!
Machucadas, mas felizes!
Suely, lembra-se das caminhadas dentro do córrego, observando girinos, peixinhos... - Marilene, cadê você?
A vovó, pedia ao vovô Virgílio:- deixe-os ir... Vovó não aguentava mais tanta
bagunça!
Acho que Monteiro Lobato andou pela fazenda dos "Calados" para criar várias de
suas histórias...
Nunca vi tanta coincidência. Quero ver quem vai descobrir em si, sinais de
felicidades!
Alzira que o diga e comece a contar...
Julia Carolina da Cunha. 24/09/2012.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
MISAEL
Estava angustiada, perplexa, anuviada,
sem sentidos, decepcionada com a vida, pessoas, e tudo o que me cercava!
Em meu dedo anular, um anel de muito significado pra mim, até que percebi que
ele acorrentava minha alma.
A marca profunda que ficou em meus dedos, dá a dimensão da cicatriz abaulada em
meu coração.
Tirei.
Ventos de brisa leve trouxeram paz ao meu viver.
Não importa a diferença de idade. E daí?
Abomino os amantes daquilo que é feito por todos.
Amo a loucura daqueles que ousam, que arriscam, que não permitem a dor da solidão
e do sentimento mal amado que dilacera o ser humano.
Encontrei um companheiro que, em pouco tempo transfigurou a vida sofrida de uma
mulher rodeada de filhos, mas o coração minguado de amor.
Você chegou, meu querido, preenchendo vazios, que vazavam entre meus dedos, minhas
veias, sorriso e o brilho dos meus olhos verdes...
Nosso tempo é curto... Mas faremos dele o mais delicioso jardim de alfazemas
perfumadas, cheiro bom a esparramar sua doçura pelo ar, pela casa, pela vida!
Seja bem vindo , meu amor! A casa e meu coração te esperam.
E o sulco do dedo anular será preenchido pelo carinho de meu novo amor.
Que sejam eternos cada desejos, sonhos e felicidade!
Que nosso sorriso ecoe vento afora e chegue a Pará de Minas, em agradecimento à
brisa que trouxe você pra mim.
domingo, 12 de agosto de 2012
BARUCHEAR...
A casa transpira sentimento de alegria e prazer...
Música clássica penetra pelas paredes e amaciam a cama de dormir.
Dormir sentindo as lembranças que trouxeram aconchego,risos, beijos molhados e
ternura misturadas com fantasias eróticas...
Tudo é paz e as ternuras exóticas penetram pela pele, que aguarda novo toque sensual.
Os encontros são esporádicos,mas a energia penetra pelos poros da casa, trazendo
alegria e desamargando sentimentos de dor que machucam.
O que fica é o desejo, a espera de novo Baruchear eletrizante, corrente que me faz
mulher.
Mulher que se desatina com os toques macios e fortes de um homem que faz de um
trapo, um sorriso largo, um corpo quente, uma alma desarvorada de desejo.
Quero você, Baruch, deslizando pelo meu corpo como facho de luz, iluminado por uma vela.
Vela que respinga, que provoca risadas, silêncio, desejo e prazer.
Vela a iluminar vida de uma solidão.
Baruch a trazer vida, brilho no olhar e energia a cobrir a casa com um manto
de prazer!
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
FALSIDADE
Sentimento ignoto, mentiroso, dissimulador de pessoas que fingem precisar de
você, desejar você, respeitar você como mulher e mãe de filhos.
Boba sou eu em acreditar em palavras vãs, de uma pessoa que tende no momento,
como o sopro do vento, como o balançar da folha da bananeira.
Covarde, que vai morrer só. Não é o que desejo, mas a realidade fala mais alto.
A maldade com o sentimento alheio gera frutos, e o ser humano paga...
O perdão já foi dado e o passo agora é pra frente. Sempre.
Novos desejos, abraços, amores, enfim, nova vida.
O tempo dirá: quem será o sapo comido pelo escorpião.
E o escorpião morrerá mordido pelo próprio rabo.
Assinar:
Postagens (Atom)