domingo, 21 de abril de 2013

REFLEXÃO

Não há surpresas quando se é uma mulher madura.
Ledo engano... Fui laçada por dois momentos tidos como inusitados, em se tratando de mulheres inteligentes, que são personagens do século XXI.
Tentaram o laço com uma atitude vulgar, chamada preconceito. Caí fora, mas as palavras ferinas, caretas absurdas mexeram com o super ego. O ego estava atento e não caiu na besteira de entrar na roda...
Ora bolas!  Á mulher madura não é permitido o gozo, a ternura do abraço, a languidez do beijo?
Meninas ignotas, que da vida não sabem nada...
A não ser agirem como dondocas ou donas de casa frustradas por não exercerem a profissão escolhida.
Pressinto que preciso prestar mais atenção à escola do mundo: uma das pollyanas foi minha aluna.
Bah! Onde estava eu que não consegui socializar nada? Em que mundo eu vivia quando me era comum fazer parte de passeatas pela praça Sete, achando uma lutadora com seus pupilos nos movimentos a favor do impeachment e dos movimentos também a favor das Diretas Já?
Ora bolas! Que a vida seja uma bela lição... Quem não aprende pelo amor, fica sábia através da dor!
E há situações que nem a dor ensina...
Enquanto isso, na maturidade, namoro, beijo beijos molhados, me fantasio de sonhos, desde que eles se tornem realidade.
Viu, meninas... Carpe Diem! E que o mundo seja mais doce que um punhado de jabuticabas...

sexta-feira, 19 de abril de 2013

ALMA LEVADA

Tenho uma alma serelepe, tão serelepe, que foge aos padrões impostos pelas leis mundanas.
Assim, como uma menina travessa para qual o tempo passou pela metade.
Claro ! o tempo passou... e com uma velocidade absurda e cruel.
Como alma criança, não senti as alfinetadas da vida, a ponto de sangrar.
As cutucadas das agulhas, feriram, mas não tiraram de mim a reação em favor da vida.
A menina que mora em mim insiste e persiste em viver... Delicia!
Acompanho a menina naquilo que meu corpo não faz mais. Aliás, bem que o corpo é muito altivo ao seguir a minha menina!
Talvez não envelheça.
É possível que a alma arteira continue a surrupiar as leis da natureza e continuar sendo uma alma mundana...
Mundana, sim, porque não? Tenho mãos feitas para tocar o possível e boca para beijar o impossível.
Crudelíssima... adoravelmente viva: corpo e alma se digladiam.
O coração, depositário da alma se cala e bate palmas para a insensatez do corpo.
O corpo, esse menino glamouroso,é guardião da alma levada, que brinca com Menino Jesus de "faz de conta".
Nesse faz de conta, alma serelepe que habita um corpo levado, dá lições da realidade.
Acorda, menina... Dê espaço à alma serelepe, pois ela manda no pedaço!
Corpo? ora corpo... seu olhar é aquele que pontua a safadeza da alma levada.
Alma levada que persegue a luz do amanhecer...

quarta-feira, 10 de abril de 2013

SOLIDÃO

Nao quero amar o que precede a minha frente.
Quero namorar meu passado e matá-lo em beijos quentes, ardorosos e fagueiros e
que ele morra diante de mim, numa morte adocicada pela dor.
Quero uma morte enfeitada de rosas, margaridas e sempre vivas,
E que o sangue role pelas veias e se espalhe pela mansidão da noite.
Você, meu capataz, é moço bonito, face fagueira, sorriso maroto e é com você que o passado será morto.
Você, meu menino, de calças curtas, estará comigo frente ao desejo amargurado da solidão.
Menino bonito, seja cavalheiro: tire o chapéu pra dama que te aguarda desde criança.
E num beijo molhado, apagarei da memória o menino de calças curtas que invadiu a meninice de uma menina boba.
Boba menina que ainda acredita em gerânios na janela.
Menina boba que acredita no sonho perdido, sonho sonhado que se desfaz na morte passadiça, morte
menina que de madura, mata o sonho sonhado no passado que se desfaz nas folhas de outono.
E a morte se faz quente e colorida na corrida desembestada de um cavalo alado.
Voa, meu cavalo... Apague da vida a morte inexorável da solidão.