sábado, 26 de fevereiro de 2011

Paz

A calma escalpela aflições antes vividas,
medidas em alqueires pela dor e a amargura de uma vida vã.
Sua voz soa mais doce, suave em seu tom grave,
voz que enche a casa de ternura e o sorriso matreiro
de uma criança crescida machucada pela dor.
Não sinto mais medo: a calmaria é saboreada com morangos vermelhos,
carnudos, fazendo do meu amor a doçura inebriante do mel.
Nada mais terroriza a esperança de uma vida calma,
iluminada pelo sol que abraça o desejo de ternura que salta aos olhos
de um homem despido de sua mágoa.
Meu amor está livre e sua alma viaja pelo céu como um balão colorido
levando em seu interior o branco da paz.
A liberdade não viaja por trilhos invisíveis.
Vem de tardinha para acalmar o sono
a permitir o repouso justo de quem amou com loucura.
Loucura que levou ao inferno o coração amante.
Hoje, paz!

Para Paulo Couto.

Inércia

Que fazer diante do medo que assola a vida,
vida antes tão calma apesar da solidão da alma?
Vida, vida, a brincar com a mulher que se deixa envolver pelo olhar penetrante
De alguém que mete medo com argumentos diretos e penetrantes.
Me vejo sem saída.
Sequer busco na fé soluções por me sentir acoada.
Estou vazia de luz e a escuridão preenche o que seria apenas vazio.
Vazio macio a esperar todo dia pela dor dilacerante do medo.
Medo que derruba ações e me deixa inerte.
Escura.
Escura pela negritude de ações que levam à vingança.
Vingança que foge aos desejos de uma alma pequena,
Mas iluminada pelo brilho da estrelas,
pela claridade do sol,
pelo temperamento melancólico de uma mulher que se sente viva
Ao passear pelas águas frias de Três Marias.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Obssessão

Minha alma tem sido obcecada por pressões inexplicáveis.
Sinto o sangue correr ligeiro em minhas veias e o medo apossar-se de mim
Não sei me defender da maldade que acena em minha vida e toda minha calma se esvai.
Tenho medo.
Medo. Medo.
E meu corpo se estremece ante a escuridão do nada.