Dez dias nas praias de Fortaleza, buscando nos grãos de areia, na luminosidade do sol, no azul do céu, nas expressões tranquilas das pessoas a se bronzearem sob o sol, a paz que preenchesse de vida a vida vazia que se projetava nas ondas do mar.
Tudo em vão. Não se abandona o casulo na busca inconsequente da realidade.
A felicidade está nas pequenas coisas da vida, no amor infinito aos filhos,
nas atitudes do neto ao conquistar a vitória no vestibular, apesar de seus dezessete anos,
nos brotos da samambaia que explodem a vida rompendo a força da terra,
no abraço carinhoso do marido ao compreender as atitudes de uma menina, que na melhor idade
escorrega no tobogã do sonho.
Mais uma vez a vida brinca de faz de conta comigo e,
nas marés do mar de Fortaleza, escapulo do caldo e aterrizo nas montanhas de Minas.
Saculejo a areia que faz de mim um ser encapado de sonhos.
Caio numa cachoeira de água doce a lavar minh'alma de conchas coloridas a se grudarem em mim
A água doce me deixa leve.
E no carinho aconchegante do lar, me encontro feliz.
Felicidade real, a acobertar de uma realidade sadia.
Acaricio os cabelos macios. Sou feliz ao escorregar pelo tobogã da alegria.